Crise na Ucrânia: Eu vejo a guerra surgindo no horizonte...
Infelizmente, eu vejo a guerra surgindo no horizonte. A Rússia com a sua prepotência e arrogância pensa ser ainda a antiga União Soviética que dividiu o mundo durante a maior parte do século passado. E com essa atitude de tomar a Criméia e sua ameaça militar contínua sobre a Ucrânia oriental, eles estão forçando o mundo e as grandes potencias à se posicionarem. Sanções e restrições estão sendo feitas à Rússia, porém alguns Países e blocos econômicos por conta da dependência comercial, política e financeira não estão aderindo ou apoiando à estas medidas.
O discurso de Putin no Kremlin há cerca de dez dias sinalizou que isto não deve acabar por aqui. Porta-vozes russos dizem que o país não deseja enviar suas tropas à Ucrânia, mas as movimentações militares na fronteira sinalizam o contrário – e isso é precisamente o que eles pretendiam fazer.
Até onde Putin pode chegar? E o que ele está disposto à fazer para realizar seja lá quais forem o seus objetivos? Putin sinalizou que a Rússia está de volta e que pretenderia se impor em seu próprio quintal, e, para muitos russos, a Ucrânia é o maior quintal de todos.
Não está claro até onde Putin está disposto a ir. Mas a ameaça é evidente – para a Ucrânia; e para a Moldávia (onde há a possibilidade da Rússia formalizar uma anexação no enclave da Transnístria). E se a Rússia conseguir isto, o que mais pode acontecer depois?
Eu vejo a guerra surgindo no horizonte... e à cada dia ela está mais próxima de nós. E não pensemos que não temos nada à haver com isso, pois as fronteiras não separam mais ninguém. Prova disto, foi a declaração que o embaixador ucraniano Rostyslav Tronenko fez à alguns dias atrás. Em Brasília, o embaixador participou de um debate no Senado sobre a crise e cobrou uma posição do Brasil:
“Ninguém está pedindo ao Brasil que compre a briga pela Ucrânia; mas também queríamos que o nosso parceiro estratégico não ficasse em cima do muro”. Sinceramente eu gostei muito desta cobrança de um posicionamento do Brasil frente à esta crise. A resposta do Governo Brasileiro foi a de sempre: "O Itamaraty afirmou que não é indiferente à escalada das tensões entre a Rússia e a Ucrânia. Defendeu uma solução pacífica para a crise e o respeito à carta das Nações Unidas. Segundo o Itamaraty, disse ainda que a troca de sanções não ajuda na busca de uma solução." - ou seja: uma declaração diplomática passiva (e covarde) disfarçada de democrática.
É meus amigos... o mundo é um quintal... nada mais acontece isoladamente. Tudo repercute em todos de alguma maneira. Minha pergunta é: Como o mundo vai lidar e reagir à isso? Vai chegar um momento em que algo precisará ser feito para conter a Rússia. Não dá pra esperar que em algum momento ela desperte deste devaneio ou ceda às pressões, sanções e medidas. É preciso que uma atitude seja tomada antes que a coisa toda chegue à um ponto em que não restarão outras opções. E sinceramente? O mundo inteiro já está fodido o bastante para que uma guerra venha ferrar com tudo um pouco mais.
Dremaker (Denis Correia)
Mabon, 02/04/2014-08:56
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