ARTIGO – Golpe de 1964 – A salvação brasileira – 01.04.2014
ARTIGO – Golpe de 1964 – A salvação brasileira – 01.04.2014
Golpe ou revolução, seja lá o que digam, a verdade é que tal episódio foi a salvação do país. Condenar os militares pelo evento não é de muita justeza, de vez que o próprio povo pediu, em várias marchas da “Família com Deus” pelas ruas do Brasil.
Vínhamos da renúncia do presidente Jânio Quadros, “O homem da vassoura”, instrumento que serviu de tema na sua campanha eleitoral, que significava fazer uma limpeza na corrupção que já àquela época manipulava o nosso país. Com ela veio a posse tumultuada do doutor Jango Goulart, que havia sido eleito na chapa com o renunciante, sendo assim o titular da presidência no caso de vacância. Foi dureza convencer os donos do poder a aceitar a posse desse cidadão de paz, todavia as negociações no sentido de transformar o Brasil num sistema “parlamentarista”, costurado pelo grande homem público Tancredo Neves, foi a única maneira de empossá-lo no cargo.
Mas o parlamentarismo durou pouco, eis que num plebiscito a nossa população optou pelo regime “Presidencialista”, que sempre fora a nossa tradição, ou seja, sem essa história de primeiro ministro para governar a nossa nação. Agora o presidente teria campo para alavancar suas ideias de república, pois oriundo da escola do saudoso Getúlio Vargas, cujo suicídio ainda não foi assimilado por muita gente, inclusive este que ora escreve.
Muita gente insatisfeita com os rumos da política que Jango estava dando ao país, inclusive com inúmeros benefícios às classes pobres, tipo “reforma agrária e salário mínimo mais digno”, e o mais melindroso, qual seja a “redução da remessa de lucros de firmas estrangeiras”, isso somente para citar alguns exemplos. O próprio Congresso Nacional foi protagonista desse golpe militar, porquanto, graciosamente, numa sessão noturna o doutor Auro Moura Andrade, que presidia os trabalhos, declarou vaga a presidência da república, sob a alegação de que o Jango teria abandonado o governo, quando ele se encontrava em viagem pelo sul do país. É perfeitamente justo atribuir-se ao Congresso Nacional a culpa pelo movimento militar, mas não se pode deixar de reconhecer que o presidente Jango era pacato, e tanto é assim que não esboçou qualquer situação que pudesse causar derramamento de sangue. Havia nas Forças Armadas altas patentes que não eram favoráveis à revolução, mas se puseram caladas.
Pra falar a verdade, a situação nos idos de 1964 não era tão feia como a que passamos nos dias de hoje. A corrupção desembestou neste país. Os escândalos dominam o noticiário da imprensa falada, escrita e televisada. O governo encobre falcatruas e mais ilícitos, num faz de conta que não está havendo nada. Abandona a nossa população pobre, dando prioridade a uma Copa do Mundo, às Olimpíadas de 2016 e aos jogos Paraolímpicos. A gastança está sendo tão alta na construção das “Arenas” e em áreas contíguas para acesso do público, que caíram por terra as esperanças de melhor educação, saúde, segurança e transporte para os menos afortunados, e tudo caminha para piores dias com o recrudescimento da inflação. O estádio de Brasília, Capital Federal, cujos gastos estavam estimados em R$ 500 milhões de reais, num abrir e fechar de olhos já consumiu a marca de R$ 2 bilhões, num reajuste jamais visto em obras brasileiras. Quem ficou com o troco ninguém ainda sabe, mas decerto vai aparecer. Num governo sério penso que isso jamais aconteceria, mas até mesmo as Forças Armadas, grande defensora da constituição, da lei e da ordem nada se pronunciou a respeito.
Não vou negar que apreciei o movimento militar de 1964, que está fazendo cinquenta anos. Problemas de violência foram de ambas as partes, mas houve a retomada do poder democrático, cuja efetivação se deu com a concordância das Forças Armadas, embora eu só condene o lapso de tempo que demorou, uma vez que as eleições poderiam ter voltado logo após o segundo governo revolucionário, o do General Costa e Silva, porquanto a casa já estava praticamente arrumada. Quem era oposicionista está recebendo aposentadoria, e até muita gente se passou por “combatente” para fazer jus a essa vantagem. Mas a melhor prova de que nossos soldados são homens de bem é que entregaram o poder sem qualquer trauma.
Quem foi preso à época o foi porque mereceu. Meu pai, por exemplo, não o foi, pois era homem de bem, assim como o eram milhões de pessoas por este Brasil afora. O pior é que o pessoal do governo quer se perpetuar no poder, e enquanto o povo não acordar desse sono, dessa hipnose jamais haverá mudanças sérias nas nossas vidas.
A mídia já vem dizendo que o Jango não morreu como falaram, mas que foi assassinado; O Juscelino Kubitscheck também, esse que seria eleito novamente presidente da república, porque as prévias davam como certa a sua volta ao Palácio da Alvorada.
Ouvi um senhor de idade, quando estava num consultório médico, dizer que "já quase passou do tempo de o Exército, a Marinha e a Aeronáutica marcharem sobre Brasília, destituir a Presidente, fechar o Congresso Nacional, suspender a próxima eleição, marcando-a para o próximo ano, proibindo de serem candidatos os que foram julgados e considerados culpados, independentemente de recursos em andamento, todavia seriam ações sem derramamento de sangue. Está na hora de os nossos soldados acordar e prestar mais esse serviço ao nosso rincão brasileiro. Desde que me entendo de gente, a época mais feliz de minha vida foi justamente no período da revolução, simplesmente por que: o cidadão podia andar na rua livremente, ao contrário de hoje em dia; havia mais respeito às conquistas democráticas e às instituições; a inflação era pequena; os aumentos salariais acompanhavam a inflação e ainda tinha sobra; a criminalidade era muito menor; as escolas ensinavam com mais rigor, etc., etc., etc. Resumindo: O povo era feliz e não sabia"!
Comigo muita gente vai concordar pelo menos no aspecto corrupção: Não se tem notícias de que haja saído qualquer general rico do poder, mas que continuaram na classe média nacional.
Vínhamos da renúncia do presidente Jânio Quadros, “O homem da vassoura”, instrumento que serviu de tema na sua campanha eleitoral, que significava fazer uma limpeza na corrupção que já àquela época manipulava o nosso país. Com ela veio a posse tumultuada do doutor Jango Goulart, que havia sido eleito na chapa com o renunciante, sendo assim o titular da presidência no caso de vacância. Foi dureza convencer os donos do poder a aceitar a posse desse cidadão de paz, todavia as negociações no sentido de transformar o Brasil num sistema “parlamentarista”, costurado pelo grande homem público Tancredo Neves, foi a única maneira de empossá-lo no cargo.
Mas o parlamentarismo durou pouco, eis que num plebiscito a nossa população optou pelo regime “Presidencialista”, que sempre fora a nossa tradição, ou seja, sem essa história de primeiro ministro para governar a nossa nação. Agora o presidente teria campo para alavancar suas ideias de república, pois oriundo da escola do saudoso Getúlio Vargas, cujo suicídio ainda não foi assimilado por muita gente, inclusive este que ora escreve.
Muita gente insatisfeita com os rumos da política que Jango estava dando ao país, inclusive com inúmeros benefícios às classes pobres, tipo “reforma agrária e salário mínimo mais digno”, e o mais melindroso, qual seja a “redução da remessa de lucros de firmas estrangeiras”, isso somente para citar alguns exemplos. O próprio Congresso Nacional foi protagonista desse golpe militar, porquanto, graciosamente, numa sessão noturna o doutor Auro Moura Andrade, que presidia os trabalhos, declarou vaga a presidência da república, sob a alegação de que o Jango teria abandonado o governo, quando ele se encontrava em viagem pelo sul do país. É perfeitamente justo atribuir-se ao Congresso Nacional a culpa pelo movimento militar, mas não se pode deixar de reconhecer que o presidente Jango era pacato, e tanto é assim que não esboçou qualquer situação que pudesse causar derramamento de sangue. Havia nas Forças Armadas altas patentes que não eram favoráveis à revolução, mas se puseram caladas.
Pra falar a verdade, a situação nos idos de 1964 não era tão feia como a que passamos nos dias de hoje. A corrupção desembestou neste país. Os escândalos dominam o noticiário da imprensa falada, escrita e televisada. O governo encobre falcatruas e mais ilícitos, num faz de conta que não está havendo nada. Abandona a nossa população pobre, dando prioridade a uma Copa do Mundo, às Olimpíadas de 2016 e aos jogos Paraolímpicos. A gastança está sendo tão alta na construção das “Arenas” e em áreas contíguas para acesso do público, que caíram por terra as esperanças de melhor educação, saúde, segurança e transporte para os menos afortunados, e tudo caminha para piores dias com o recrudescimento da inflação. O estádio de Brasília, Capital Federal, cujos gastos estavam estimados em R$ 500 milhões de reais, num abrir e fechar de olhos já consumiu a marca de R$ 2 bilhões, num reajuste jamais visto em obras brasileiras. Quem ficou com o troco ninguém ainda sabe, mas decerto vai aparecer. Num governo sério penso que isso jamais aconteceria, mas até mesmo as Forças Armadas, grande defensora da constituição, da lei e da ordem nada se pronunciou a respeito.
Não vou negar que apreciei o movimento militar de 1964, que está fazendo cinquenta anos. Problemas de violência foram de ambas as partes, mas houve a retomada do poder democrático, cuja efetivação se deu com a concordância das Forças Armadas, embora eu só condene o lapso de tempo que demorou, uma vez que as eleições poderiam ter voltado logo após o segundo governo revolucionário, o do General Costa e Silva, porquanto a casa já estava praticamente arrumada. Quem era oposicionista está recebendo aposentadoria, e até muita gente se passou por “combatente” para fazer jus a essa vantagem. Mas a melhor prova de que nossos soldados são homens de bem é que entregaram o poder sem qualquer trauma.
Quem foi preso à época o foi porque mereceu. Meu pai, por exemplo, não o foi, pois era homem de bem, assim como o eram milhões de pessoas por este Brasil afora. O pior é que o pessoal do governo quer se perpetuar no poder, e enquanto o povo não acordar desse sono, dessa hipnose jamais haverá mudanças sérias nas nossas vidas.
A mídia já vem dizendo que o Jango não morreu como falaram, mas que foi assassinado; O Juscelino Kubitscheck também, esse que seria eleito novamente presidente da república, porque as prévias davam como certa a sua volta ao Palácio da Alvorada.
Ouvi um senhor de idade, quando estava num consultório médico, dizer que "já quase passou do tempo de o Exército, a Marinha e a Aeronáutica marcharem sobre Brasília, destituir a Presidente, fechar o Congresso Nacional, suspender a próxima eleição, marcando-a para o próximo ano, proibindo de serem candidatos os que foram julgados e considerados culpados, independentemente de recursos em andamento, todavia seriam ações sem derramamento de sangue. Está na hora de os nossos soldados acordar e prestar mais esse serviço ao nosso rincão brasileiro. Desde que me entendo de gente, a época mais feliz de minha vida foi justamente no período da revolução, simplesmente por que: o cidadão podia andar na rua livremente, ao contrário de hoje em dia; havia mais respeito às conquistas democráticas e às instituições; a inflação era pequena; os aumentos salariais acompanhavam a inflação e ainda tinha sobra; a criminalidade era muito menor; as escolas ensinavam com mais rigor, etc., etc., etc. Resumindo: O povo era feliz e não sabia"!
Comigo muita gente vai concordar pelo menos no aspecto corrupção: Não se tem notícias de que haja saído qualquer general rico do poder, mas que continuaram na classe média nacional.
Fico por aqui. Um abraço fraternal.
Ansilgus
14/11/2004 – Alfredo de Alencar comentou assim, grato:
Meu caro Ansilgus. Manifesto-me de acordo com praticamente tudo o que dizes e acrescento que, neste 14 de novembro, teu artigo se faz mais atual do que nunca. Estamos vivendo, já há alguns anos, uma ditadura de fato, visto que um partido e seus satélites dominam os Três Poderes da República. E para que? Malversar o dinheiro da nação e dele apropriar-se com objetivos personalistas, de modo arrogante e a salvo de punições. A verdade é que, hoje, o Brasil está à beira de um colapso econômico, decorrente da forma como foi governado nos últimos doze anos e o Governo Federal quer fazer uma maquiagem contábil para encobrir nossa realidade funesta, sem qualquer preocupação com as consequências. Frente ao que ocorre e ao que ainda pode estar por vir, urge que as Forças Armadas intervenham, dissolvam os Três Poderes, ponham a casa em ordem, OUTORGUEM uma constituição condizente com os princípios da realidade e da razoabilidade e promovam eleições gerais sob novas regras, passando então o poder aos civis.
Meu caro Ansilgus. Manifesto-me de acordo com praticamente tudo o que dizes e acrescento que, neste 14 de novembro, teu artigo se faz mais atual do que nunca. Estamos vivendo, já há alguns anos, uma ditadura de fato, visto que um partido e seus satélites dominam os Três Poderes da República. E para que? Malversar o dinheiro da nação e dele apropriar-se com objetivos personalistas, de modo arrogante e a salvo de punições. A verdade é que, hoje, o Brasil está à beira de um colapso econômico, decorrente da forma como foi governado nos últimos doze anos e o Governo Federal quer fazer uma maquiagem contábil para encobrir nossa realidade funesta, sem qualquer preocupação com as consequências. Frente ao que ocorre e ao que ainda pode estar por vir, urge que as Forças Armadas intervenham, dissolvam os Três Poderes, ponham a casa em ordem, OUTORGUEM uma constituição condizente com os princípios da realidade e da razoabilidade e promovam eleições gerais sob novas regras, passando então o poder aos civis.