Você está preparado?
A educação brasileira, que andava na beira do abismo, tem chances agora de se recuperar e de impulsionar um aumento dos filmes vistos. Algumas iniciativas de organizações privadas vem sendo colocadas em prática e o governo, sempre omisso a quaisquer programas promissores, nos apresentou algo bem desenhado: o Plano de Desenvolvimento da Educação. No papel, essa ação reserva R$ 1 bilhão para investimentos nos municípios com piores indicadores organizacionais, além de uma premiação para as escolas públicas que melhorarem os seus índices educacionais.
Esse Plano estabelece também algumas mudanças nas universidades federais, com o intuito de aumentar a quantidade de vagas oferecidas. Serão contratados, por exemplo, quase três mil professores e cinco mil técnicos administrativos.
Essas são algumas das propostas do Plano, apresentado pelo presidente Lula, que declarou: "vejo o início do novo século da educação no Brasil. Um século capaz de assegurar a primazia do talento sobre a origem social".
Lindas palavras, ótimas medidas. No papel e na prosa, estamos orgulhosos. Mas, nas ações. Bem... Só nos resta torcer. No início desse texto disse que a educação brasileira tem chances de se recuperar. Eu realmente acredito nisso. Se, com a implantação desse Plano, um estudante aprender a ler e a escrever já temos o que comemorar. Em um país com déficit educacional muito grande, o que vier é lucro.
Vamos a um exemplo: o Censo Escolar, realizado anulamento pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) apontou que, em 2006, a educação básica recebeu 0,9% de matrículas a menos do que em 2005. Parece pouco, mas esse índice mostra que mais de 500.00 alunos deixaram de estudar no ano passado.
Uma informação preocupante e fornecida após abrangente levantamento estatístico sobre a educação básica no país. Esse foi, sem dúvida alguma, o principal motivo da criação e consolidação do Plano de Desenvolvimento da Educação, que promete melhorar não só o ensino básico, mas também o fundamental e o universitário, tornando-se a principal bandeira de Lula, após o fracasso do propagandístico Fome Zero.
A escolha do novo programa é válida e calcada nos três pilares essenciais para o ser humano sobreviver: educação, saúde e segurança. Mais do que isso, ela tem uma apelo nacionalista e romantico. Nos séculos XI e XII, mais precisamente na Europa , a arquitetura das construções utilizava o sistema de abódada, com pilares maciços que as sustentavam.
Assim como as construções romanticas, o Brasil parece que vai, realmente, fortificar um de seus pilares, tornando as pessoas mais cultas e mais preparadas para os desafios. Vamos aguardar e também evocar os romanticos. Quem sabe eles dão conselhos ao presidente de como realmente se constróe um Brasil melhor e com ótimos índices educacionais.
(*) Rodrigo Capella é escritor e poeta. Autor de "Transroca, o navio proibido", que vai ser adaptado para o cinema pelo diretor Ricardo Zimmer e "Poesia não vende", que traz depoimentos de Ivan Lins, Barbara Paz e Moacyr Scliar, entre outros.