Educação sempre será moeda de ouro
Gosto de silenciar, fechar meus olhos e voltar num tempo simples e encantador. Tempo de criança onde eu ia feliz para a escola e amava aquele lugar que para mim era sagrado, um verdadeiro templo de adoração.
Lembro-me que rezávamos em sala de aula antes de começarmos as atividades do dia. Recordo-me fielmente que agradecia de coração pela minha modesta casa, pela minha querida mãe que tanto esforço fazia para me criar, pelos meus irmãos, pelo alimento do dia a dia e sempre agradecia imensamente pelas professoras, pois sabia que meu futuro dependeria daquelas pessoas especiais que mesmo ganhando pouco, usando os mesmos trajes todos os dias ( eu lembro das roupas que elas usavam, como chegavam à escola, seus trejeitos; tamanho era minha afeição por essas pessoas), chegando de ônibus coletivo ou mesmo a pé; eram elas as pessoas que eu mais respeitava e amava, eram elas a minha luz de um tempo melhor.
Na escola tudo para mim era alegria, ouvir as histórias preparadas pelas professoras tanta satisfação me dava que meu desejo de ler e criar histórias perdura até hoje. Resolver as atividades matemáticas era como desvendar charadas. AH! Que contentamento quando tudo acertava, era como se eu fosse uma grande esperança para um amanhã que eu acreditava que seria promissor.
Quando as professoras anunciavam que o assunto seria novo meus olhos não piscavam de medo de perder algo novo ou que comprometesse meus entendimentos futuros em assuntos mais complexos.
Na hora do lanche cada um com sua fatia de pão trazida de casa dentro de pacotes, geralmente de leite, brincávamos de corda, pega-pega, cantigas, elástico, de rodas... era pura diversão.
Depois do lanche voltávamos para mais um tempo em sala de aula, era de costume na última aula copiar a tarefa de casa que naquele tempo era diária e que deveríamos trazer pronta no dia seguinte com a assinatura dos pais.
Quando o sinal batia para sairmos abraçávamos a professora e nos despedíamos, porque é assim que se despede de alguém que se ama, de alguém que tanto faz por nós.
Em casa os pais perguntavam se havíamos respeitado a professora no dia que passou, graças a Deus sempre pude responder que sim porque minhas travessuras eram pequenas artes de criança, jamais falta de educação.
Que tempo maravilhoso aquele em que o amor existia, em que a gratidão morava nos corações, que a educação era moeda de ouro, que os professores eram pessoas valorizadas.
Tenho dó de muitos corações que não conseguem entender e sentir um pouco do que tentei passar, mas sei que a vida ensina e o que a escola não consegue ensinar talvez a vida tenha que duramente mostrar...