NA DÉCADA DE 80 A PETROBRAS JÁ ERA ...
Agora que o jornal O ESTADO DE S. PAULO escancara a PETROBRAS e seus ilustres membros e diretores, devassando vidas pregressas,com passado duvidoso,na década de 80, como Procurador Regional do Trabalho da 15ª. Região,em Campinas, que abrangia quase todo o Estado de São Paulo, menos a Capital, São Paulo, a região do ABC, Cubatão e Santos, (eu) sozinho, com número reduzido de funcionários, sendo muito bem informado, por meu “serviço de inteligência”, abri processo de “lock out” contra essa estatal e todas as congêneres(Schell, Atlantic,Esso,enfim todas), que se situam com tancagem em Paulínea.Nenhuma delas ficou de fora do processo e digo isso porquê.
O grande jornais da época deram destaque ao pedido da Procuradoria...
A inflação era descontrolada. O desabastecimento de combustível nos postos era uma vergonha,com filas e filas intermináveis.Havia cota para cada carro circular.O País parado. O povo indignado. Desorgem geral e irrestrita!
O que,então, a direção da refinaria da PETROBRAS em Paulínea fez??
Como os preços dos combustíveis eram controlados pelo governo federal e era segredo de ESTADO quando haveria um aumento, a empresa PETROBRAS –por seus dirigentes da época – em comum acordo com as congêneres, combinou não fornecer combustível ao grande público. Inventando um suposta “greve” de caminhoneiros autônomos sob pretexto de aumento do frete.Tudo para agravar...a situação. Os poucos empregados (CLT)–também caminhoneiros – foram dispensados por ordem superior... sob essa vã alegação... Tudo parou.Parou o País.Os tanques de todas as distribuidoras estavam abarrotados.Cheios. Podiam colaborar mas nada fizeram. Os patrões incentivaram a “greve” de autônomos- se isso legalmente fosse possível, sob a alegação de que queriam mais pelo transporte de combustível...o frete.
Na verdade, verdadeira esperavam do governo federal o anúncio do aumento do combustível,para liberar os caminhões distribuidores...O povo que se danasse nas filas dos postos,por minguados litros de álcool e/ou gasolina. Uma vergonha nacional!
Fiquei sabendo disso, por informações sigilosas, na condição de Procurador Regional...Imediatamente instaurei processo de “lock out” contra todos os patrões...indistintamente. Como se sabe, a PETROBRAS de Paulínea,próximo a Campinas, abastece a Capital Federal, Brasília... Até as Fôrças Armadas estavam na mão dessa irresponsabilidade administrativa!
A PETROBRAS eu já conhecia na década de oitenta... O Procurador Regional não era amador e sim um profissional. Tinha muita estrada na vida. Fui carteiro dos Correios, jornalista,aluno do aero clube de São Paulo,delegado de polícia, professor da UNICAMP e outras...(não vem o caso).
Assumi a Procuradoria Regional da 15ª. Região por ordem do Presidente da República, José Sarney, sem jamais ter pedido ou solicitado por escrito, nem direta nem indiretamente...Nenhum Partido Político interferia nessa decisão técnica.Nem queria.Quero sempre distância de políticos e Partidos... Nunca tive padrinhos na vida. Só tive um na primeira comunhão,em Jaú,mas nem o conheci... A escolha presidencial foi – modéstia à parte – por mérito,eis que era lotado em São Paulo, Capital. Era leal e correto.Com a criação do E. Tribunal do Trabalho em Campinas,por lei, veio a Procuradoria Regional – também por lei- e foi criada,sem nenhuma solenidade. Fui indicado ao cargo,sem esforço pessoal e apadrinhamento e hoje tenho meu nome em placa de bronze no edifício –onde tudo começou. Como primeiro Procurador Regional tive a missão de instalar e colocar de pé e, em funcionamento, uma unidade complexa do Ministério Público do Trabalho, ramo da Procuradoria Geral da República, onde mais de 500 Municípios ficariam sob nossa responsabilidade processual, na área trabalhista. Tudo sem alarde.Sem viatura.Sem nada. Os processos do Interior que se encontravam em São Paulo foram logo encaminhados a Campinas,em viatura-baú,lotando,de uma só vez, uma sala enorme,emprestada por mim junto ao Sindicato dos Empregados do Comércio...(sede precária). Eram processos e processos a perder de vista para parecer/opinar e sem algum Procurador...Mesmo assim, perseverei. Fui militar.Fui de Infantaria! Tive formação familiar de pai. Era um modesto mas notável homem público. Morreu pobre. E,nada me amedrontava,na vida.
Vim a saber, mais tarde, que 5 ou 6 Procuradores de São Paulo queriam o cargo para o qual fui designado, sem eu pedir, sem padrinho, sem lenço, nem documento. Aprendi no Exército que a missão deve ser cumprida... Custe o que custar. Não entendia o porquê queriam cargo tão espinhoso. Vaidade? Posição funcional? Nada disso me atraia.Depois que conheci Rowan,personagem real da “Mensagem a Garcia” de Herbert Hubbart. Nada era complicado para mim,embora a missão –realmente- era árdua. Os desembargadores não acreditavam no Tribunal um Procurador acompanhar três Turmas Julgadoras,em três andares, num prédio,onde foi o Banco Econômico. Havia também a sessão de greves- essa então era todo dia- com pareceres na hora... É pouco,para um homem só??
Por tudo que antes passei na vida,ao longo do tempo, isso não me amedrontou,embora o E. Tribunal Regional de Campinas, com mais recursos financeiros, já funcionava com seus desembargadores a todo vapor. Três Turmas já julgavam processos com intensidade. Outra, a de greve, essa até sábados e domingos chegamos a trabalhar,pois, as paralisações coletivas eram tantas que impossível ficar indiferente a tal circunstância. Quem viveu essa época lembra o quanto era insuportável a inflação e o número de paralisações de trabalhadores,e categorias,em busca de melhores condições salariais...
Depois de alguns anos, a Procuradoria já havia melhorado,com seus novos membros,todos competentes e notáveis. Mais funcionários... assim foi.
Afinal, e o “lock out” pedido, pelo Procurador? O único “lock out” no País até hoje proposto, contra a poderosa empresa petrolífera?! Isso na década de 80.
O E. Tribunal do Trabalho de Campinas demorou para julgar o processo,contrariando até meu gosto... Paciência!
A decisão final foi que: já tinha ocorrido o aumento do combustível. Estava tudo aos poucos se normalizando. Os caminhoneiros “grevistas” já haviam voltado...às empresas... O pedido “não mais fazia sentido”
“Perdeu o objetivo”- decidiu-se,assim!!
A PETROBRAS e congêneres conseguiu o que queria: o aumento do combustível com os tanques abarrotados. Lucro na certa!!!
A PETROBRAS e as congêneres não me enganam jamais...
O TST- em 2001- em Brasília me condecorou, com a Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho... Recebi a honraria com meu filho, só para servir de exemplo... Acho que serviu...Êle também é dos bons!!!
A família – penhoradamente – agradece. Acho que o POVO também,embora nada saiba dessa história!!
NA DÉCADA DE 80 A PETROBRAS JÁ ERA....
Agora que o jornal O ESTADO DE S. PAULO escancara a PETROBRAS e seus ilustres membros e diretores, devassando vidas pregressas,com passado duvidoso,na década de 80, como Procurador Regional do Trabalho da 15ª. Região,em Campinas, que abrangia quase todo o Estado de São Paulo, menos a Capital, São Paulo, a região do ABC, Cubatão e Santos, (eu) sozinho, com número reduzido de funcionários, sendo muito bem informado, por meu “serviço de inteligência”, abri processo de “lock out” contra essa estatal e todas as congêneres(Schell, Atlantic,Esso,enfim todas), que se situam com tancagem em Paulínea.Nenhuma delas ficou de fora do processo e digo isso porquê.
O grande jornais da época deram destaque ao pedido da Procuradoria...
A inflação era descontrolada. O desabastecimento de combustível nos postos era uma vergonha,com filas e filas intermináveis.Havia cota para cada carro circular.O País parado. O povo indignado. Desorgem geral e irrestrita!
O que,então, a direção da refinaria da PETROBRAS em Paulínea fez??
Como os preços dos combustíveis eram controlados pelo governo federal e era segredo de ESTADO quando haveria um aumento, a empresa PETROBRAS –por seus dirigentes da época – em comum acordo com as congêneres, combinou não fornecer combustível ao grande público. Inventando um suposta “greve” de caminhoneiros autônomos sob pretexto de aumento do frete.Tudo para agravar...a situação. Os poucos empregados (CLT)–também caminhoneiros – foram dispensados por ordem superior... sob essa vã alegação... Tudo parou.Parou o País.Os tanques de todas as distribuidoras estavam abarrotados.Cheios. Podiam colaborar mas nada fizeram. Os patrões incentivaram a “greve” de autônomos- se isso legalmente fosse possível, sob a alegação de que queriam mais pelo transporte de combustível...o frete.
Na verdade, verdadeira esperavam do governo federal o anúncio do aumento do combustível,para liberar os caminhões distribuidores...O povo que se danasse nas filas dos postos,por minguados litros de álcool e/ou gasolina. Uma vergonha nacional!
Fiquei sabendo disso, por informações sigilosas, na condição de Procurador Regional...Imediatamente instaurei processo de “lock out” contra todos os patrões...indistintamente. Como se sabe, a PETROBRAS de Paulínea,próximo a Campinas, abastece a Capital Federal, Brasília... Até as Fôrças Armadas estavam na mão dessa irresponsabilidade administrativa!
A PETROBRAS eu já conhecia na década de oitenta... O Procurador Regional não era amador e sim um profissional. Tinha muita estrada na vida. Fui carteiro dos Correios, jornalista,aluno do aero clube de São Paulo,delegado de polícia, professor da UNICAMP e outras...(não vem o caso).
Assumi a Procuradoria Regional da 15ª. Região por ordem do Presidente da República, José Sarney, sem jamais ter pedido ou solicitado por escrito, nem direta nem indiretamente...Nenhum Partido Político interferia nessa decisão técnica.Nem queria.Quero sempre distância de políticos e Partidos... Nunca tive padrinhos na vida. Só tive um na primeira comunhão,em Jaú,mas nem o conheci... A escolha presidencial foi – modéstia à parte – por mérito,eis que era lotado em São Paulo, Capital. Era leal e correto.Com a criação do E. Tribunal do Trabalho em Campinas,por lei, veio a Procuradoria Regional – também por lei- e foi criada,sem nenhuma solenidade. Fui indicado ao cargo,sem esforço pessoal e apadrinhamento e hoje tenho meu nome em placa de bronze no edifício –onde tudo começou. Como primeiro Procurador Regional tive a missão de instalar e colocar de pé e, em funcionamento, uma unidade complexa do Ministério Público do Trabalho, ramo da Procuradoria Geral da República, onde mais de 500 Municípios ficariam sob nossa responsabilidade processual, na área trabalhista. Tudo sem alarde.Sem viatura.Sem nada. Os processos do Interior que se encontravam em São Paulo foram logo encaminhados a Campinas,em viatura-baú,lotando,de uma só vez, uma sala enorme,emprestada por mim junto ao Sindicato dos Empregados do Comércio...(sede precária). Eram processos e processos a perder de vista para parecer/opinar e sem algum Procurador...Mesmo assim, perseverei. Fui militar.Fui de Infantaria! Tive formação familiar de pai. Era um modesto mas notável homem público. Morreu pobre. E,nada me amedrontava,na vida.
Vim a saber, mais tarde, que 5 ou 6 Procuradores de São Paulo queriam o cargo para o qual fui designado, sem eu pedir, sem padrinho, sem lenço, nem documento. Aprendi no Exército que a missão deve ser cumprida... Custe o que custar. Não entendia o porquê queriam cargo tão espinhoso. Vaidade? Posição funcional? Nada disso me atraia.Depois que conheci Rowan,personagem real da “Mensagem a Garcia” de Herbert Hubbart. Nada era complicado para mim,embora a missão –realmente- era árdua. Os desembargadores não acreditavam no Tribunal um Procurador acompanhar três Turmas Julgadoras,em três andares, num prédio,onde foi o Banco Econômico. Havia também a sessão de greves- essa então era todo dia- com pareceres na hora... É pouco,para um homem só??
Por tudo que antes passei na vida,ao longo do tempo, isso não me amedrontou,embora o E. Tribunal Regional de Campinas, com mais recursos financeiros, já funcionava com seus desembargadores a todo vapor. Três Turmas já julgavam processos com intensidade. Outra, a de greve, essa até sábados e domingos chegamos a trabalhar,pois, as paralisações coletivas eram tantas que impossível ficar indiferente a tal circunstância. Quem viveu essa época lembra o quanto era insuportável a inflação e o número de paralisações de trabalhadores,e categorias,em busca de melhores condições salariais...
Depois de alguns anos, a Procuradoria já havia melhorado,com seus novos membros,todos competentes e notáveis. Mais funcionários... assim foi.
Afinal, e o “lock out” pedido, pelo Procurador? O único “lock out” no País até hoje proposto, contra a poderosa empresa petrolífera?! Isso na década de 80.
O E. Tribunal do Trabalho de Campinas demorou para julgar o processo,contrariando até meu gosto... Paciência!
A decisão final foi que: já tinha ocorrido o aumento do combustível. Estava tudo aos poucos se normalizando. Os caminhoneiros “grevistas” já haviam voltado...às empresas... O pedido “não mais fazia sentido”
“Perdeu o objetivo”- decidiu-se,assim!!
A PETROBRAS e congêneres conseguiu o que queria: o aumento do combustível com os tanques abarrotados. Lucro na certa!!!
A PETROBRAS e as congêneres não me enganam jamais...
O TST- em 2001- em Brasília me condecorou, com a Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho... Recebi a honraria com meu filho, só para servir de exemplo... Acho que serviu...Êle também é dos bons!!!
A família – penhoradamente – agradece. Acho que o POVO também,embora nada saiba dessa história!!
NA DÉCADA DE 80 A PETROBRAS JÁ ERA....