* O presidente russo, Vladimir Putin, enfrentou, com firmeza, o Ocidente e os EUA quando, nessa terça, anexou oficialmente a Crimeia à Rússia.
A atitude foi ousada. A crise entre a Rússia e EUA (que conta com os seus aliados) ganhou fortes proporções, gerando uma tensão a qual ninguém deve ignorar.
 
Infelizmente hoje resolvi abandonar as flores literárias para encarar os espinhos da dura realidade. Usando metáforas ou não, eu penso que é necessário opinar sobre o assunto.
 
O problema é sério demais e não está distante conforme uma avaliação inocente pode sugerir. Sem pretender dramatizar (imaginando que é exagerado temer essa possibilidade), se o “pau comer” nós estaríamos provando uma terceira guerra mundial e a conseqüente destruição da humanidade.
 
* Vou tentar esclarecer os fatos evitando o discurso enfadonho.
 
A Ucrânia (ex-república soviética) está no meio de toda a disputa atual.
É uma região estratégica que interessa bastante aos russos (diversos gasodutos que transportam o gás russo para a Europa passam pela Ucrânia) e ocidentais (EUA e seus aliados almejam ver uma Rússia enfraquecida, por isso defendem a máxima autonomia ucraniana).
Parte do país sintoniza com os russos, outra parte deseja se aproximar da Europa e dos americanos.
A Crimeia, que agora foi anexada à Rússia, era uma região autônoma da Ucrânia.
 
* Em novembro do ano passado, o antigo presidente ucraniano, Viktor Yanukovick, foi deposto.
Incentivado pela Rússia, ele recusou um acordo o qual traria uma maior aproximação com os ocidentais e despertou assim uma série violenta de protestos exigindo a sua saída, que terminou sendo inevitável.
 
* A partir daí, o governo russo resolveu deixar evidente a sua força na Crimeia, que sempre ressaltou o apoio da maioria do povo em relação à administração de Putin.
Após o recente referendo no qual a Crimeia pediu anexação à Rússia, Putin decidiu, contrariando as intensas ameaças externas, oficializar a aceitação do pedido. Através de um discurso enfático e destemido, o anúncio da anexação ocorreu ontem, terça-feira.
 
* Duas perguntas são fundamentais:
O que temer?
Qual é o interesse dos EUA nessa história?
 
Sobre a segunda questão, o que vem ocorrendo ressalta bem a “cara” americana. Entre outras coisas, eles interferem em todos os lugares, dão palpites aqui e ali, fomentam guerras e depois aparecem dizendo que estabelecerão a paz.
O perfil dos ianques parece que nunca vai mudar.
 
Importante é saber que não há mocinhos nem vilões nesse filme.
Não é possível elogiar russos ou americanos, ambos são pilantras.
 
* Existe declarada uma espécie de Guerra Fria com cores modernas.
Os EUA querem poder. Perder a Ucrânia significa reviver o império russo.
 
A Rússia quer mostrar que não teme os EUA nem ninguém.
Putin, um governante que possui o amparo da população, responsável por efetivos avanços no país, jamais tolerará os outros ditando a regra.
 
* Dessa forma, respondendo à primeira questão, se Putin decidir tomar a Ucrânia, havendo uma resposta militar do Ocidente, será fácil surgir uma guerra catastrófica, no entanto, se eles puderem negociar, claro que evitarão esse confronto.
 
Obama não ousaria arriscar tanto, a Rússia também não é suicida.
Isso não está nada confirmado (os caras são alucinados pra caramba), mas suponho que eles adotarão a frase “É melhor não brigar!”.
 
O que acontecerá logo veremos nos capítulos seguintes.
 
* Vale a pena ser maduro num momento desses, não possibilitando a emoção ou qualquer idéia parcial nascer, porém confesso que ver Putin desafiar os EUA foi bacana demais.
 
Nessa terça, o presidente americano e seus amigos, tão safados quanto Putin, tiveram que engolir a arrogância e presunção caladinhos.
Disseram alguma coisa, acusaram, protestaram, mas o que soou forte foi o discurso de Putin o qual irritou e assustou os gigantes.
 
Obama detestou a grande putinada que recebeu.
Eu gostei.
 
Um abraço!


 
Ilmar
Enviado por Ilmar em 19/03/2014
Reeditado em 19/03/2014
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