O MUNDO NÃO MUDOU TANTO ASSIM

A Crimeia, e o avião desaparecido na Malásia têm algo em comum. Mostraram que, talvez, o mundo não tenha mudado tanto. Seja na geopolítica, ou na tecnologia, de repente, descobrimos as diferenças e as limitações.

A revolução na Ucrânia trouxe a tona uma certeza esquecida por europeus e americanos. Por mais que se alardeie o fim da Guerra Fria. Que se comemore a derrubada do Murro de Berlim, a Rússia continua vivendo num mundo a parte e desconhecido. Sem a ternura de “Tema de Lara”, ou “Doutor Jivago”.

A política mundial estava um marasmo de dar dó. De um lado, os americanos sem novos países para invadir. De outro lado, Putin passando frio e apenas prendendo adversários políticos. Às vezes, alguns ativistas do meio ambiente. Sem os holofotes da mídia global.

Então, Obama, Putin e a OTAN decidiram reviver a Baia dos Porcos na Crimeia. E causar um pouco de furor. Sabem aquelas briguinhas de garotos sem ter o que fazer? Riscam um círculo no chão, e um diz para o outro: “Se você for homem cuspa aqui”.

No tabuleiro da política, a população russa da Crimeia é um mero detalhe. Nem os russos acreditam que Putin esteja brigando por ela. A descoberta pelos analistas da posição geográfica da Crimeia não me convenceu. A perguntar seria: O que os russos escondem de tão importante na Crimeia que o ocidente descobriu.

Sabemos que mesmo independentes, os países do leste europeu carregam uma sigla na testa. Eles são pró-Rússia, ou pró-ocidente. Estrategicamente a Ucrânia não representa nada para o ocidente. De onde se concluí: O que está acontecendo ali faz parte de algo muito maior.

E se a população russa da Crimeia não passa de um peão no tabuleiro da geopolítica, o desaparecimento do Boeing 777, colocou toda a nossa tecnologia atual em cheque. Eu não consigo acreditar que até o momento deste artigo estar sendo escrito, ele ainda não tenha sido encontrado.

Agora já são 26 países empenhados nas buscas. Entre elas, as maiores potências tecnológicas do planeta. Mesmo que tenha caído no mar, ou desligado os sistemas de comunicação, não estamos falando um teco-teco qualquer. Contando assim, fica a impressão que sumir com um Boeing, é tão fácil como andar de bicicleta.

A tecnologia avançando a cada segundo criou uma ilusão para nós. Usando os dedos para tantas coisas, acreditamos que o mundo é menor do que realmente é. Na outra ponta, Putin e os russos acabaram com outra ilusão. A de que o mundo mesmo maior do que imaginamos, tivesse mudado.