Após assistir uma das pegadinhas mais recentes do Programa Silvio Santos, destacando uma jovem a qual revela estranhos poderes numa biblioteca, recordei que, há cerca de vinte anos, nós, meus pais e os filhos, estávamos curtindo as famosas câmeras escondidas do antigo Topa Tudo por Dinheiro.
A gente dava bastante risada. Já era tradição, nos domingos, todos dormirem impregnados pelo clima de ótimo humor no ar.
Hoje meus pais já faleceram, não assisto mais Silvio Santos ao lado dos meus irmãos, no entanto, renovando as caras e o tempo, permanece a mesma fórmula divertindo muito.
O fato me faz recordar também Os Trapalhões, o atrapalhado quarteto que tanto fascinou durante décadas.
Nos filmes não faltavam vilões, armas, ameaças, confusões, contudo ninguém via uma gota de sangue, nunca existia o pavor ou desespero.
Até a violência era engraçada.
As tramas garantiam alegria, risos e descontração.
Num dos primeiros filmes, com apenas a dupla Didi e Dedé, há uma cena expressando bem a natureza desse tipo de humor mágico.
Os dois estão sendo perseguidos por vários bandidos.
O local é circular, eles correndo na frente, os outros atrás.
Após umas quatro voltas o grupo de bandidos surge correndo na frente e os dois atrás. Fica parecendo que eles viraram os perseguidores.
Não sei se soube descrever, mas a cena é engraçada e fascinante.
Talvez esse jeito encantador esclareça porque as narrações de futebol ficaram tão chatas nos dias atuais.
Os grandes narradores do passado, Galvão Bueno e Luciano do Valle, hoje não conseguem agradar de forma alguma.
O que mudou?
Creio que existiu uma preocupação exagerada com a sofisticação.
Hoje eles usam mil câmeras, o repórter sonda a cor da calcinha que a gatinha do craque usa, inventaram os analistas de arbitragem, vemos vários convidados inúteis e inúmeras baboseiras.
Os narradores, trazendo a emoção do jogo, resolveriam a questão.
O resto é supérfluo.
Voltando ao nosso humor, percebam que A Praça é Nossa, com uma proposta modesta, explorando o diálogo criativo, ainda faz sucesso.
Notem as velhas câmeras escondidas merecendo aplausos.
Recordemos a receita simples e eficaz dos saudosos Os Trapalhões.
Não é necessário dizer palavrão.
A tecnologia não melhora a falta de graça.
As piadas precisam fluir com naturalidade.
Talvez seja fácil!
Um dia eu escutei uma rádio anunciando a opinião profunda que um religioso (não interessa citar a religião) apresentaria falando sobre Deus.
Fiquei, então, pensando:
“O que um religioso poderia falar de tão fantástico sobre Deus?”
No dia marcado eu preferi não conferir.
Jesus, sem discursos enfeitados, quando citava Deus, dizia Pai.
Por que complicar?
Provei uma nostalgia bem gostosa vendo a câmera escondida a qual brincou com o filme Carrie, A Estranha, concluindo que, também no humor, não precisa complicar, imaginar esquisitices, criar incríveis artimanhas nem bolar projetos mirabolantes.
Nada disso é necessário!
Basta ser verdadeiramente engraçado!
Um abraço!
A gente dava bastante risada. Já era tradição, nos domingos, todos dormirem impregnados pelo clima de ótimo humor no ar.
Hoje meus pais já faleceram, não assisto mais Silvio Santos ao lado dos meus irmãos, no entanto, renovando as caras e o tempo, permanece a mesma fórmula divertindo muito.
O fato me faz recordar também Os Trapalhões, o atrapalhado quarteto que tanto fascinou durante décadas.
Nos filmes não faltavam vilões, armas, ameaças, confusões, contudo ninguém via uma gota de sangue, nunca existia o pavor ou desespero.
Até a violência era engraçada.
As tramas garantiam alegria, risos e descontração.
Num dos primeiros filmes, com apenas a dupla Didi e Dedé, há uma cena expressando bem a natureza desse tipo de humor mágico.
Os dois estão sendo perseguidos por vários bandidos.
O local é circular, eles correndo na frente, os outros atrás.
Após umas quatro voltas o grupo de bandidos surge correndo na frente e os dois atrás. Fica parecendo que eles viraram os perseguidores.
Não sei se soube descrever, mas a cena é engraçada e fascinante.
Talvez esse jeito encantador esclareça porque as narrações de futebol ficaram tão chatas nos dias atuais.
Os grandes narradores do passado, Galvão Bueno e Luciano do Valle, hoje não conseguem agradar de forma alguma.
O que mudou?
Creio que existiu uma preocupação exagerada com a sofisticação.
Hoje eles usam mil câmeras, o repórter sonda a cor da calcinha que a gatinha do craque usa, inventaram os analistas de arbitragem, vemos vários convidados inúteis e inúmeras baboseiras.
Os narradores, trazendo a emoção do jogo, resolveriam a questão.
O resto é supérfluo.
Voltando ao nosso humor, percebam que A Praça é Nossa, com uma proposta modesta, explorando o diálogo criativo, ainda faz sucesso.
Notem as velhas câmeras escondidas merecendo aplausos.
Recordemos a receita simples e eficaz dos saudosos Os Trapalhões.
Não é necessário dizer palavrão.
A tecnologia não melhora a falta de graça.
As piadas precisam fluir com naturalidade.
Talvez seja fácil!
Um dia eu escutei uma rádio anunciando a opinião profunda que um religioso (não interessa citar a religião) apresentaria falando sobre Deus.
Fiquei, então, pensando:
“O que um religioso poderia falar de tão fantástico sobre Deus?”
No dia marcado eu preferi não conferir.
Jesus, sem discursos enfeitados, quando citava Deus, dizia Pai.
Por que complicar?
Provei uma nostalgia bem gostosa vendo a câmera escondida a qual brincou com o filme Carrie, A Estranha, concluindo que, também no humor, não precisa complicar, imaginar esquisitices, criar incríveis artimanhas nem bolar projetos mirabolantes.
Nada disso é necessário!
Basta ser verdadeiramente engraçado!
Um abraço!