Ditadura Para Quê?
Eric do Vale
Escalafobético é um adjetivo utilizado para galhofar alguém que apresenta este tipo de pensamento: “Em época de eleição, o meu voto é para Fidel/ Pinochet/ Castelo Branco...”. No entanto, muitos de nós agimos dessa forma, quando somos informados de alguma maracutaia no cenário político nacional. Logo, evocamos uma postura idêntica à de Cuba, China e Coreia do Norte em relação aos políticos corruptos e esquecemos que tais países são governados por meio da repressão e de forma centralizadora, permitindo que um seleto grupo usufrua de certas regalias.
O Brasil já atravessou duas ditaduras: a do Estado Novo, de 1937 até 1945, e a do Regime Militar, de 1964 até 1985. Assim como foi e tem sido em boa parte do mundo, os regimes ditatoriais no Brasil tiveram origem por meio de uma revolução que consistia na instauração de um novo governo em prol da população.
A única coisa que difere essas duas ditaduras brasileiras para os demais países é que na luta pela democracia não houve derramamento de sangue. Na Romênia, por exemplo, Nicolae Ceaușescu foi morto pelas mãos da população que ele oprimiu por mais de duas décadas. Os erros cometidos pelo ditador romeno se assemelham aos de Nero, Hitler e de todos aqueles que governaram ou governam de maneira despótica.
Caso esses ditadores tivessem se baseado nos fundamentos de Maquiavel, saberiam que a virtude de um líder vincula-se ao respeito e não no terror, como muitos assim pensam.
Essas observações permitem que o cidadão esteja convicto de que se o despotismo realmente representasse um regime político de prestigio, não cairia pelas mesmas razões, conforme muitos vêm caindo.
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