MEU DESTINO NO CARNAVAL
Leio o jornal, que traz no caderno “Cotidiano” a chamada “Confira as atrações e escolha seu destino na folia!”, e me ponho a pensar: meu destino... E me vem o ‘destino’ não como lugar aonde se planeja ir, mas em sua concepção voltada para a tal ordem cósmica. Já li alguma coisa sobre isso. Dizem se tratar de acontecimentos que se dão de forma inevitável, levando-nos ao que a nós pertence.
E me ponho a questionar: destino seria coisa de quem espera? Ou será que eu consigo driblá-lo, ainda que eu não altere o final da minha trajetória? E se eu tentasse dar a ele uma forcinha para fazer com que as coisas aconteçam mais a meu tempo? Que tolice a minha! O que eu posso fazer?
Mas, voltando para o carnaval... A poucos dias dessa grande festa que a muitos enlouquece, eu e minha “animação” parecemos quase mortas. Não penso em nada de agitação, em nada que me remeta à folia.
Pelo contrário, vou aproveitar o feriadão (isso é certo), mas do jeito que agora me ocorre: talvez atualize algumas leituras, e também o sono acumulado, das noites em que me perdi nas horas pensando no jeito certo de agir; É certo também que verei alguns filmes e, claro, ouvirei música.
Preciso desse tempo para repensar certas coisas e tomar algumas decisões. E vejo nos dias que se seguirão uma boa oportunidade para me recolher num canto, mergulhar nos meus conflitos e tratar do que tiver que ser tratado. Quero voltar a ser livre...
Meu destino, ao menos para esses dias, eu já sei qual será. Agora, quanto aos outros dias que virão, tomara que seja um destino feliz, um destino de sorte. E que ele cumpra as suas promessas.