O VELHO CORPORATIVISMO

Algumas coisas são, efetivamente, impressionantes. Os mais recentes acontecimentos políticos no Brasil vêm mostrar que a modernidade, lamentavelmente, não afasta antigos costumes, já arraigados na mentalidade das pessoas. Estamos assistindo a sucessivas denúncias de graves irregularidades em várias áreas do governo federal, com a conseqüente abertura de Comissões Parlamentares de Inquérito.

Era de se esperar, diante de tal situação, que tudo fosse apurado com isenção, de forma a identificar e punir os culpados, quaisquer que fossem eles. O que ocorre, entretanto, é que, uma vez encaminhadas as investigações, imediatamente aparece quem procure obstar e, muitas vezes, distorcer as questões, com o objetivo de isentar de responsabilidade aqueles cuja participação venha, mais tarde, a ser comprovada.

Assim, tudo vai sendo encaminhado de maneira que as conclusões sejam vagas e não levem ao resultado desejado, como se fosse, digamos, antiético proceder às investigações com a devida isenção e presteza.

A opinião pública, por sua vez, já habituada à prática do corporativismo, conforma-se com o tradicional andamento dessas CPI, antevendo sempre que tudo vai, mais uma vez, acabar numa grande pizza, ficando o dito por não dito.

Pergunta-se, ante tudo isso: até quando vamos assistir a esse tipo de situação? Por que a sociedade não se movimenta, no sentido de mudar tudo?

Bem, esse é um assunto para uma outra oportunidade.

Mario Roberto Guimarães
Enviado por Mario Roberto Guimarães em 30/04/2007
Reeditado em 06/07/2009
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