O VELHO CORPORATIVISMO
Algumas coisas são, efetivamente, impressionantes. Os mais recentes acontecimentos políticos no Brasil vêm mostrar que a modernidade, lamentavelmente, não afasta antigos costumes, já arraigados na mentalidade das pessoas. Estamos assistindo a sucessivas denúncias de graves irregularidades em várias áreas do governo federal, com a conseqüente abertura de Comissões Parlamentares de Inquérito.
Era de se esperar, diante de tal situação, que tudo fosse apurado com isenção, de forma a identificar e punir os culpados, quaisquer que fossem eles. O que ocorre, entretanto, é que, uma vez encaminhadas as investigações, imediatamente aparece quem procure obstar e, muitas vezes, distorcer as questões, com o objetivo de isentar de responsabilidade aqueles cuja participação venha, mais tarde, a ser comprovada.
Assim, tudo vai sendo encaminhado de maneira que as conclusões sejam vagas e não levem ao resultado desejado, como se fosse, digamos, antiético proceder às investigações com a devida isenção e presteza.
A opinião pública, por sua vez, já habituada à prática do corporativismo, conforma-se com o tradicional andamento dessas CPI, antevendo sempre que tudo vai, mais uma vez, acabar numa grande pizza, ficando o dito por não dito.
Pergunta-se, ante tudo isso: até quando vamos assistir a esse tipo de situação? Por que a sociedade não se movimenta, no sentido de mudar tudo?
Bem, esse é um assunto para uma outra oportunidade.