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A REPÚBLICA FAMILIAL
Predominantemente, no País, são os filhos de detentores e ex-detentores de funções e cargos públicos que ocupam os cargos eletivos. Isto é fato, em todos os Estados brasileiros. Disse predominantemente, mas não deve haver regra sem exceção.
Vereadores e prefeitos, deputados estaduais e governadores, deputados federais e senadores, eis aqui os mandarins da nossa República dos Filhotes, em geral os que se elegem por meio – em tese – da mais democrática forma de se votar, o voto secreto e universal.
Capitães hereditários, sim senhor, porém todos esses, aí, votados pelo sufrágio popular, como lá nos primórdios do Brasil Colonial: capitães hereditários. Aquele era o tempo das capitanias hereditárias; hoje, o tempo do compadrio político, dos favores, do poder de influências e das mercês recebidas.
E é de ponta a ponta que tudo isso acontece, nesta pátria – não apenas de chuteiras e de carnaval –, mas de puro nepotismo, no atacado e no varejo, em todas as direções dos pontos cardeais.
Duvido que não seja assim, em qualquer das unidades do Brasil, e do Oiapoque ao arroio Chuí. Primeiro, por norma geral, o apaniguado – de preferência filho ou filha, podendo ainda ser genro ou nora, sobrinho, etc. – monta guarita em alguma autarquia, departamento, superintendência, secretaria, ou algo similar, ocupando um carguinho de subchefe, diretor da divisão ou de vice-presidente.
Depois, a curtíssimo prazo, sem nem pôr água a pinto, o gajo nomeado parte para voo mais enxerido: vira potencialmente um candidato, que tanto pode ser a vereador, deputado estadual, federal, e vai por aí, desde que saia loguinho como candidato.
Para começar a farra na República Familial, um cargo mais simples, como teste – vereador, na capital ou no interior, ou deputado estadual. Com a mãozinha do pai e/ou do avô, ambos veteranos caciques na dominação dos “currais eleitorais”, o gajo noviço sai eleito e aí já é tarde para ir-se embora do bem-bom das novas funções: nunca mais tirará os costados do cargo que conseguiu, por favoritismo, a fazer pequenos afagos e algumas mamatas.
Uma vez eleito, muito simples eleitor otário, o apaniguado segue na corrida eleitoral em sucessivos pleitos, sempre em escadinha ascendente. Após a primeira vereança, amoita-se em pelo menos três legislaturas na toca do legislativo estadual. Mas varia, às vezes parte para federal e, o pior, não raro obtém êxito, com feitura de gol de placa. Interrogado pelo repórter, o cara lavra sua bravata:
“– Esse, o meu atual, é o quinto mandato como estadual e, graças a Deus, jovem como ainda sou, tenho muito chão a percorrer.”
Deputado federal, governador/senador, ou o inverso, e o olho grande, lá, pregado na presidência da República. Como todo “bom” político, o politiqueiro brasileiro só pensa nisto: subir, subir e arranjar-se de vida. Fazer a vida, como as moças da noite.
Filhos naturais, ou não, netos, sobrinhos, noras e genros, enteados, madrastas e padrastos, tios e sogras, esposas... Às vezes, por via das dúvidas, até vai eleito também o papagaio das famílias “tradicionais” e abastadas. E não é só no interior, não.
Nas capitais, às barbas da Justiça Eleitoral, que serve apenas para em cada eleição mudar as “regras do jogo” (vide reeleição de FHC), o fenômeno da hereditariedade se repete. Senão, aí no seu Estado, observe e faça as contas de quantos e quantos fedelhos estão com o sedém montado no selim do poder político. Vá, faça as contas. Após um levantamento, você vai ver que não falo por falar, só por ser um linguarudo de marca. E não sou mesmo.
O “feudo” de certas famílias, nos Estados, quando se trata do comando da politiquice, é fato concreto e ninguém me dirá o contrário. Bote os nomes na ponta do lápis; conte aí os bois da politicagem do seu território, mas, atenção, se a análise for feita nas regiões todas do País a soma não vale, não tem lisura alguma, porque estão todas as regiões contaminadas de gente da República Familial.
Vereadores e prefeitos, deputados estaduais e governadores, deputados federais e senadores, eis aqui os mandarins da nossa República dos Filhotes, em geral os que se elegem por meio – em tese – da mais democrática forma de se votar, o voto secreto e universal.
Capitães hereditários, sim senhor, porém todos esses, aí, votados pelo sufrágio popular, como lá nos primórdios do Brasil Colonial: capitães hereditários. Aquele era o tempo das capitanias hereditárias; hoje, o tempo do compadrio político, dos favores, do poder de influências e das mercês recebidas.
E é de ponta a ponta que tudo isso acontece, nesta pátria – não apenas de chuteiras e de carnaval –, mas de puro nepotismo, no atacado e no varejo, em todas as direções dos pontos cardeais.
Duvido que não seja assim, em qualquer das unidades do Brasil, e do Oiapoque ao arroio Chuí. Primeiro, por norma geral, o apaniguado – de preferência filho ou filha, podendo ainda ser genro ou nora, sobrinho, etc. – monta guarita em alguma autarquia, departamento, superintendência, secretaria, ou algo similar, ocupando um carguinho de subchefe, diretor da divisão ou de vice-presidente.
Depois, a curtíssimo prazo, sem nem pôr água a pinto, o gajo nomeado parte para voo mais enxerido: vira potencialmente um candidato, que tanto pode ser a vereador, deputado estadual, federal, e vai por aí, desde que saia loguinho como candidato.
Para começar a farra na República Familial, um cargo mais simples, como teste – vereador, na capital ou no interior, ou deputado estadual. Com a mãozinha do pai e/ou do avô, ambos veteranos caciques na dominação dos “currais eleitorais”, o gajo noviço sai eleito e aí já é tarde para ir-se embora do bem-bom das novas funções: nunca mais tirará os costados do cargo que conseguiu, por favoritismo, a fazer pequenos afagos e algumas mamatas.
Uma vez eleito, muito simples eleitor otário, o apaniguado segue na corrida eleitoral em sucessivos pleitos, sempre em escadinha ascendente. Após a primeira vereança, amoita-se em pelo menos três legislaturas na toca do legislativo estadual. Mas varia, às vezes parte para federal e, o pior, não raro obtém êxito, com feitura de gol de placa. Interrogado pelo repórter, o cara lavra sua bravata:
“– Esse, o meu atual, é o quinto mandato como estadual e, graças a Deus, jovem como ainda sou, tenho muito chão a percorrer.”
Deputado federal, governador/senador, ou o inverso, e o olho grande, lá, pregado na presidência da República. Como todo “bom” político, o politiqueiro brasileiro só pensa nisto: subir, subir e arranjar-se de vida. Fazer a vida, como as moças da noite.
Filhos naturais, ou não, netos, sobrinhos, noras e genros, enteados, madrastas e padrastos, tios e sogras, esposas... Às vezes, por via das dúvidas, até vai eleito também o papagaio das famílias “tradicionais” e abastadas. E não é só no interior, não.
Nas capitais, às barbas da Justiça Eleitoral, que serve apenas para em cada eleição mudar as “regras do jogo” (vide reeleição de FHC), o fenômeno da hereditariedade se repete. Senão, aí no seu Estado, observe e faça as contas de quantos e quantos fedelhos estão com o sedém montado no selim do poder político. Vá, faça as contas. Após um levantamento, você vai ver que não falo por falar, só por ser um linguarudo de marca. E não sou mesmo.
O “feudo” de certas famílias, nos Estados, quando se trata do comando da politiquice, é fato concreto e ninguém me dirá o contrário. Bote os nomes na ponta do lápis; conte aí os bois da politicagem do seu território, mas, atenção, se a análise for feita nas regiões todas do País a soma não vale, não tem lisura alguma, porque estão todas as regiões contaminadas de gente da República Familial.
Fort., 16/02/2014.