OSTENTANDO MAUS EXEMPLOS

Perigosamente uma parte da sociedade brasileira composta por jovens emergentes, começa a ultrapassar a barreira do certo e errado. A principal culpada como um todo é a própria sociedade. É dentro desse contexto que a base está se rasgando como papel da pior qualidade.

Um dos pilares dessa base é a educação. Que no Brasil virou uma espécie de fábrica de experiências mal sucedidas. As gerações mais velhas sabem que educação não se faz apenas de bê-á-bá, ou regra de três. Os professores deixaram de ser ensinados como se deve educar. Ou talvez, têm receio de penalização se educar como deveriam.

Essa tarefa ficou para as famílias. Que novamente tentam empurrar a responsabilidade para as escolas. Sabemos que nos dias atuais, a família deixou de ser uma reunião de pessoas por laços afetivos.

Já faz algumas décadas que as famílias estão mais preocupadas com as questões financeiras. A luta pelo dinheiro para a sobrevivência do dia a dia é a guerra que as famílias travam. A obrigação é sair de casa quando ainda está escuro, e só regressar depois que escureceu novamente. A educação deu prioridade às finanças.

No Brasil estamos fomentando um desperdício de gerações. Tragadas pelas drogas. Pelo crime. Pela ociosidade. E na última década, com o advento do mundo virtual, o moderninho passou a ser adjetivo de atitudes ilícitas. Com um perigo ainda maior. Não são repreendidas. Você é o bobinho da vez se não fizer.

Na semana passada vi dois exemplos desses na televisão. Num deles, o prefeito de São Paulo Fernando Haddad, convocou uma coletiva para puxar as orelhas dos policiais que perseguiram traficantes na cracolândia. Enquanto isso, os alunos da universidade Gama Filho, eram presos na tentativa de conversar com a presidente Dilma.

O outro exemplo foi ainda mais engraçado. Enquanto um apresentador de televisão chamava o cantor canadense Justin Bieber, de “babaca” e mau exemplo para a juventude, o telão atrás dele, mostrava cenas de jovens brasileiros com a mesma idade do cantor, saqueando a carga de um caminhão, como se estivessem passeando num parque de diversões. Mau exemplo ainda pior.

Não sou um visionário. Longe disso. E mesmo sem ser, eu percebo um cenário escuro no nosso horizonte. Estamos cada vez mais próximos de um confronto de classes no Brasil. Com consequências inimagináveis. Como a classe dominante está se deixando acuar, o embrião do confrontamento já existe. E não se enganem. Existe um dedo político nisso tudo. Talvez, um que falte na mão de alguém.