A ESCOLA DOS MEUS SONHOS COINCIDE COM A DE RUBEM ALVES
A pratica educativa deve ser concebida a partir da satisfação, da alegria, da vida e da emoção contínua, assim pensa Rubem Alves e se acredita que o espaço escolar precisa ser harmonioso e considere as inspirações de liberdade que habita cada homem.
Todavia, a escola está a serviço de uma sociedade elitista e naturalmente classifica os alunos entre “bons” e “maus” porque este é o papel da escola na contemporaneidade, haja vista as insistentes idéias de globalização, consumismo excessivo e o modelo econômico instalado no Brasil, cabem estão às condições de secundários as expectativas, os anseios e os interesses dos indivíduos pelas coisas que propiciam satisfação e realização na sua vida, tendendo a obedecer às regras pré-estabelecidas que o conduzam a bons postos funcionais e dão status diante a maioria da população que sequer sabem que existem, conforme Noam Chomsky (1999) descreve: “a população não sabe o que está acontecendo, nem ao menos sabe que não”, isto porque “sentem que nada funciona para eles. E não funciona mesmo. Elas nem mesmo sabem o que está acontecendo no remoto e secreto nível da tomada de decisão”.
Isto porque a escola não é um espaço humanístico e harmonioso, mas um ambiente cheio de normas pedagógicas tendentes ao desenvolvimento geral do corpo e espírito de um indivíduo em escala mínima e limitada aos interesses do grupo que a lidera. É preciso a escola construa seu próprio sentido, obtenha um real aspecto e importância na vida do aluno, afinal, a educação não pode ser resumida em apenas "normas pedagógicas", mas deve-se ampliar sua definição a um complexo sistema de interação entre sabedoria, companheirismo, sociabilidade, reflexão, formação e transformação da realidade protagonizada por seres humanos.
Esse mecanismo, como tudo na vida, é feito em conjunto, ou seja, é preciso estar junto, agir junto, possuir o prazer de constituir a massa participante no processo educacional e poder conta com ela também. A educação em sua natureza nasce da troca e interação de experiências e saberes humanos, uma vez que ela por si só deveria ser humanística.
Desse modo, é necessário que a escola conduza o aluno para seu autoconhecimento e se autodescubra e como tal possa reconhecer as diferenças e aprenda a conviver com elas, objetivando a sua melhoria enquanto cidadão e membro de uma coletividade. Que seja capaz de se revoltar com sua condição miserável e se supere a cada nova situação. Pois, só assim, se efetivarão políticas públicas de inclusão melhor definidas para os mais diversos grupos sociais.
Sabendo de sua condição enquanto cidadão, o aluno deixará de ser sujeito autovitimizador no cenário socioeconômico e cultural e se tornará consciente da sua História podendo construir uma sociedade mais cidadã, pois acredita que a mudança passa por suas mão e defende esta idéia.
Assim, acredita-se que, uma vez envolvido no processo de ensino-aprendizagem, o aluno reconhecerá os valores e as influências da cultura e da História sobre o cotidiano brasileiro, pois tive a oportunidade de vivenciá-las no seu dia-a-dia e observar o mundo a sua volta construindo-o mais justos, fraternos e igualitários – escola, família e sociedade.