NEM TEMOS PALHA BOA

A cena política de Rio Negrinho não é diferente do resto do Brasil. Mesmo assim, causa certa desilusão quando falamos dela. Enquanto o executivo não anda, no legislativo a guerra de egos ocupou o ano de 2013. Cada um querendo aparecer mais que o outro. Todos gritando: “Eu fiz”. E apareceu pouco feito.

A desculpa do executivo é a mesma ladainha de sempre. O prefeito anterior deixou a prefeitura endividada. Nada diferente do que o prefeito anterior disse quando assumiu. Uma das especialidades dos políticos é encontrar desculpas depois de eleitos.

É quase uma convenção. Quando não se consegue cumprir o que é prometido na campanha, a culpa é sempre do outro. Vejamos a questão da saúde. Na campanha ouvimos que Rio Negrinho veria uma revolução. Passados alguns meses, o discurso mudou. A saúde era um problema do Brasil inteiro.

Em entrevista na última terça-feira, o vice-prefeito arrematou. Pela lei de responsabilidade fiscal, o máximo que o município pode aplicar na saúde é 15%. A pergunta é: Se eles já sabiam disso antes, por que prometeram uma revolução que não iriam cumprir? Os eleitores são enganados com extrema facilidade.

Juntando a administração passada com o primeiro ano da atual num mesmo balaio, os fracassos são evidentes. E quem sofre é a cidade. Enquanto nossas vizinhas se expandem, nós encolhemos. Estamos minguando, ficando feia e sem perspectivas.

No legislativo os fracassos também saltaram aos olhos. Sem exceção, todos os nove vereadores passaram o ano se autopromovendo. Querendo que o asfalto volte a ficar bom, aonde foi feito buraco. Os trezentos mil reais gastos com publicidade não me causaram nenhum espanto. Poderiam ter aproveitado a chaminé de quarenta e cinco metros de altura, e erguida bem no centro da cidade. Sem custo nenhum.

Esperei o ano todo que alguém perguntasse. Então eu vou perguntar: Qual é a fonte de renda da Câmara de Vereadores? Se a resposta for nenhuma, e que a câmara é administrada com subvenção da prefeitura, alguns vereadores não poderiam passar o ano se vangloriando que eles pagaram as câmeras de segurança.

Quem pagou pelas câmeras foram os impostos arrecadados. Portanto, o povo. Outra vez fica claro como é fácil falar as coisas e enganar os eleitores com discursos fajutos. Jô Soares era um visionário quando dizia: “Me engana que eu gosto”.

Coube a nobre vereadora a frase do ano. De biquinho pelo revés nas suas pretensões políticas ela disparou: “Alguns mijam em palha boa”. Infelizmente nem temos palha boa para ser mijada. Pior. Ainda nem enxergamos uma roça de milho no horizonte.