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Singular compreensão da vida humana.
Quando deparamos com cada objeto que temos, vemos que eles têm um sentido para a existência, por exemplo, o sentido da existência de uma caneta é para escrever. Acabada a tinta ou substituído por outro objeto a caneta deixa de existir.
Não é a toa a indagação secular da humanidade: se tudo há um sentido para existir, qual é o sentido da existência humana?
A religião assumiu o principal papel de “conduzir” a essência existencial dos seres humanos, tendo o seu fim primordial o encontro com Deus. Realmente, todo o criado quer estar ao lado de seu Criador. Este querer é mais que um desejo, é uma necessidade, porque, quando o criado separa de seu criador ele deixa de existir.
Se os seres humanos abandonarem suas criações elas deixarão de existir. Se deixar de criar o automóvel, por exemplo, ele deixará de existir. Se abandonar os animais e as plantas no quintal, por falta de cuidados, por falta de criá-los eles morrerão. Portanto a criação não pode separar de seu criador.
Quando razonamos na linguagem existencial pode-se ver que há uma compreensão maior que transcende a existência física, por estar no campo extra-físico, ela extrapola a cultura religiosa ou mesmo cientifica humana. Mas podemos encontrá-la na filosofia expressada por Platão, o mundo das IDEIAS. A existência está nas ideias, nos pensamentos, no mundo mental. Isto vale dizer que tudo, absolutamente tudo, existe porque antes fora criado por uma mente.
Nos dizeres do livro O Mito da Cabana, editora ISIS, “O carro, a televisão, o computador, a cultura tiveram a origem na mente criadora humana. O universo, o Planeta Terra, as plantas e seres tiveram origem na Mente criadora de Deus. Todas as existências físicas e metafísicas têm origem na mente. Na parte imaterial, metafísica e mental o ser humano é semelhante a Deus”.
Vale a pena refletir: Na parte imaterial, metafísica e mental o ser humano é semelhante a Deus. Quer dizer, o caminho para encontrar o sentido existencial humano é imaterial, extra-físico. Cabe então fazer duas análises, a primeira sobre o que a história nos tem revelado; a segunda, conduzir a ciência para o metafísico.
Para analisar a história é preciso antes refletir sobre o principal invento do ser humano: a escrita. Se não fosse a escrita estaríamos na idade da pedra. A escrita possibilita que o conhecimento passe de geração para geração, ou seja, a evolução do saber ou da ciência humana. Então, para desenvolver é preciso ter acesso ao conhecimento e este, ser passado um para outro, de geração para geração.
Ao reportar a história podemos extrair um precioso substrato: aonde o ser humano esteve livre para ter ideias, para pensar ele desenvolveu; aonde não houve liberdade para pensar, ele se manteve ignorante. Não é difícil ver essa imagem, no campo da biologia, da tecnologia, produção de alimentos etc. o quanto desenvolveu, avião, computadores, remédios, etc. Mas, infelizmente, aonde não pode explorar sua inteligência, no campo das ideias, ele permaneceu ignorante.
Historicamente, há milhares de anos, por meio da crença, da fé cega, o homem não evolui. Por ficar no mistério da fé, não há conhecimento, não há evolução. A história nos revela uma triste visão: por meio do mistério da fé das religiões, a humanidade não desenvolverá, poderá até mesmo, se autodestruir. Não é preciso transcorrer com esses fatos, basta olhar os povos a onde a fé predomina, como o período histórico onde a fé predominou, como vive e viveu a humanidade ao longo da história.
Há que separar deus religioso para Deus princípio Criador. Há que ser entendido, tudo para existir é preciso um princípio criador. Há um princípio para a existência. É aqui que temos que buscar a nossa história.
Enquanto o homem não tiver consciência de si mesmo não encontrará o real valor da vida.
O Cristianismo não revelou a consciência de si mesmo, não revelou o sentido e o princípio da vida humana. Quando analisa os escritores da Bíblia, comparando suas histórias, o leitor mais contundente vê que as principais passagens do cristianismo são desmistificadas pelos próprios autores. Talvez essa fosse a intenção dos escritores que passou despercebida durante todos esses anos. Essa leitura pode ser facilmente percebida no livro “Conversa Franca – Diálogos e controvérsias entre os discípulos de Jesus” da Editora Isis.
Ao contrário, a filosofia desde seus primórdios por Tales de Mileto, Pitágoras, Sócrates, Platão, vem trazer o conhecer a si mesmo, conhecerá o seu Criador. Nada mais óbvio. A verdade, a existência de cada um, está em si mesma. Não adianta buscar no outro, fora, o que está dentro de si. A verdade e a vida encontram dentro de si, dentro de cada ser humano, dentro da própria existência. Revelam esses filósofos, a verdade está na essência de ser e existir. A verdade da caneta, do computador, do avião, está dentro do fim existencial, sem o fim, eles não existem.
Como a história nos relata o mundo jamais será melhor por meio de mistérios, ao contrário, somente podemos fazer e ser bom se tivermos a sabedoria do conhecimento para fazer e ser. Sem o conhecimento da bondade jamais será bom.
É preciso abarcar o conhecimento para existir, para viver. Um médico só será médico se fizer o uso do conhecimento de medicina, ou mesmo um mecânico, um produtor rural. Para ser bom é preciso conhecer a bondade, para ter paz é preciso conhecer e ser a paz. É o conhecimento que possibilita ser, é o que possibilita viver. Não se vive pelo desconhecimento. Não se vive por meio de mistério.
Só podemos melhorar o mundo em que vivemos se buscarmos o que vem a propor o compromisso com a humanidade, com as plantas e animais, com o Planeta Terra. Por isso precisamos sempre rever e reavaliar os conceitos, as IDEIAS que nos fazem viver neste planeta.
Penso que o compromisso do Humanismo Secular é resgatar o princípio criador, o reencontro das IDEIAS com as fontes de energia intelectivas, para que os nossos pensamentos possam reencontrar o princípio existencial e fazer valer a pena que escreve a história humana em nossa época como para as gerações futuras. Neste sentido, uno minhas forças energéticas para construir um mundo melhor.