Gestante e exercício – Parte 2
Diversas alterações físicas e psicológicas são vistas durante a gravidez, sensações diferentes além de mudanças comportamentais fazem parte de uma lista bem grande de incrementos a essa nova fase na vida de uma mulher, mudanças significativas nos perfis endócrinos (hormônios), cardiovasculares, renais, pulmonares, gastrintestinais, são apenas parte de todas as alterações possíveis. No entanto as alterações hormonais têm peso significativo, pois proliferam as grandes mudanças corpóreas.
O estrogênio é o hormônio responsável por desenvolver as características sexuais femininas na gestante e durante as primeiras semanas, por volta da décima quinta, é aumentada de sua porção normal para até três vezes mais, porém após a décima sexta semana a placenta passa a secretar o estrogênio aumentando sua porção até trinta vezes mais que o normal, tal aumento dará novas características ao corpo feminino como o aumento da musculatura uterina, aumento dos seios e etc.
Já o progesterona prepara o útero para receber o óvulo fertilizado, a mama para secreção do leite e a nutrição do feto através dos nutrientes oriundos do endométrio, talvez a função mais importante do progesterona seja o efeito inibidor que ele causa na musculatura uterina evitando que a contração do mesmo expulse o óvulo ou mesmo o feto em formação.
Outro hormônio importante na gestação é o gonodrotofina cariônica, esse hormônio de nome estranho controla a secreção do progesterona e do estrogênio a partir do corpo lúteo durante o primeiro trimestre da gestação até a intervenção placentária desta secreção. No entanto, em se tratando de alterações hormonais poucas gestantes tem o conhecimento de que tais são responsáveis, por exemplo, por taquicardia, palpitações, respiração excessiva, instabilidade emocional etc. Tais discrepâncias são ocasião da readaptaçao hormonal de que o corpo necessita para manutenção do feto e sustentação do mesmo após o parto.
É comum ocorrer aumento dos hormônios adrenais, estes contribuem para o surgimento de estrias róseas de pele, fato de que a parte estética feminina é afetada, atacando de forma indireta o sistema emocional da gestante. Descargas hormonais alteram também o metabolismo da glicose aumentando assim a necessidade de insulina, tal aumento de insulina não é secretada pelo pâncreas, mas sim pela placenta podendo causar o diabete gestacional.
Saindo das alterações hormonais, uma alteração interessante ocorre a nível cardiovascular, a freqüência cardíaca de repouso que geralmente circunda os 70 BPM (batimentos por minuto) se eleva para cerca de 90 BPM, devido ao volume de sangue aumentado em cerca de 40% e conseqüentemente aumento também do débito cardíaco.
No sistema renal há um aumento de cerca de 30%, assim a sensação de necessidade de urinar incomoda as gestantes, e com mais freqüência na posição decubital (deitada).
Em se falando de trato intestinal estudos apontam constipação intestinal (intestino preso) como fato e é a principal queixa das gestantes já que isso ocorre devido à pressão do útero contra a porção inferior do cólon. Dores nas costas por relaxamento das articulações pélvicas, aumento na necessidade de descanso, gengivas frágeis, seios aumentados, doloridos, formigando e secretando colostro, são novidades para a mulher em sua primeira gestação assim como todas as outras mudanças citadas acima, portanto um bom acompanhamento médico e informações mínimas como estas amenizam algum sofrimento que possa prevalecer sobre a fase mais brilhante na vida de uma mulher.