Gestante e atividade física-Parte 1.
A eficiência e a segurança das atividades físicas e esportivas para gestantes, principalmente sobre o bem estar fetal, são assuntos em pauta na sociedade científica atualmente.
Conceitos de que uma grávida não poderia fazer nenhuma atividade foram banidos, técnicas e conhecimentos hoje em dia são aplicados por pessoas capacitadas e credenciadas pra tal.
Sabemos que a atividade física é indicada para gestantes saudáveis, são estas as que não possuem em seu histórico certas complicações como, diabetes tipo 1, histórico de dois ou mais abortos espontâneos, anemia, histórico de trabalho de parto prematuro, sedentarismo antes da gravidez, alcoolismo e tabagismo em excesso antes e durante a gestação. Tais atividades podem ser de intensidade leve e moderada, entretanto algumas precauções devem ser tomadas e dentre elas estão: obtenção de autorização médica, conhecimento por parte do professor (a) de alguma complicação já vivida, e conhecimento (científico) do professor (a) sobre alterações possíveis durante e após o exercício. Diferenças metabólicas e cardiovasculares de mulheres gestantes e não gestantes podem contribuir de forma direta e indireta no melhor aproveitamento da atividade assim como prevenção, a freqüência cardíaca é maior tanto em repouso quanto em exercício em gestantes, o volume sanguíneo corporal é aumentado em cerca de 40%, aumento do consumo de oxigênio, possibilidade de hipotensão (queda de pressão) no último trimestre da gestação, dentre outros.
Ao contrário do exercício leve e moderado o intenso é totalmente contra-indicado, pois este reduz o fluxo sanguíneo do útero desviando para o músculo exercitado, podendo levar a gestante a hipóxia fetal (insuficiência de oxigênio), hipertermia fetal (aumento da temperatura), possibilidade de aborto no primeiro trimestre da gestação e risco de trabalho de parto prematuro. Certas recomendações devem ser de conhecimento da própria gestante a ser seguido antes da atividade, tais como, evitar permanecer por longos períodos na mesma posição (de pé ou sentada), ter atenção especial na dieta, interromper a atividade em qualquer variação do organismo, incluindo mal estar, suor excessivo, muito frio ou calor, dar preferência a atividades sem suporte do peso corporal como ciclismo, natação e hidroginástica, manter o corpo bem hidratado, e exigir do seu professor (a) exercícios para os músculos da pelve, diafragma e abdome para facilitar o possível trabalho de parto normal.
Os benefícios biológicos são inúmeros, alem disso traz consigo os benefícios psicológicos. Há a manutenção do condicionamento físico em gestantes que antes da gravidez eram ativas fisicamente falando, menor ganho de peso, diminuição de complicações obstétricas, menor risco de parto prematuro, diminuição do risco de diabetes gestacional, diminuição na incidência de partos cesarianos, melhora a auto-estima, trás sensação de bem estar, previne a depressão, ansiedade e estresse.
Sem sombra de duvidas, a boa orientação tanto do médico quanto do professor (a) são imprescindíveis para melhor benefício da gestante e seu bebê, capacitar funcionalmente o organismo modificado pela gestação a atravessar tal período da melhor forma possível é esta a função destes profissionais, portanto podemos considerar que a atividade física regular é essencial nesta fase da vida tão bela para o sexo feminino.