O HEDONISMO NA SOCIEDADE

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR

Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência fora de seu controle. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas as crianças nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma proteção social.

Declaração Universal dos Direitos Humanos - Artigo XXV

É importante relembrar de que o ser humano é em sua essência estrutural por demais complexas, trata-se de um ser diferente dos demais seres em sentido: sociológico, antropológico, filosófico, educacional, político, religioso, sexual, étnico, lingüístico, etc, e que tem paradigmas complexos e de cada discussão surgem um sem números de outros pensamentos e paradigmas modelares, porém, nunca aceitos pela totalidade e ou até mesmo pela metade mais um de todos os seres humanos na face da terra. É um ser de muitas facetas, vive do prazer, palavra originária do grego “hedoné”, que representa uma filosofia de vida que por si só exalta o prazer humano como sendo a suprema norma moral. E até porque tudo que representa ou dá prazer é moralmente aceito, ético e bom à do pensamento hedonista. Assim sendo, podemos ressaltar de que o hedonismo incide em sua totalidade em um equivoco fundamental e estrutural em sua origem e concepção de ser, tendo em vista que confunde aquilo que é sábio, útil e bom par a natureza em sua totalidade, em oposição, ao que é sadio e ou agradável a ela própria. Temos conhecimentos e ciências próprias de que a verdade comprovada pela ciência e experiência humana, dentro e fora da academia, no sentido de que é que muitas coisas boas e ou ruins para as pessoas, enquanto seres e/ou indivíduos e partes integrantes da natureza em si, são boas e/ou nocivas e deletérias e/ ou muitas coisas desagradáveis diante de cada fato são úteis e/ou sadias. Daí, concebemos o hedonismo adotado diante de tal argumento como filosofia de vida, tendo em vista que acaba sempre e inevitavelmente por ser uma sórdida racionalização edificante positivo e/ou negativo da vaidade individual conhecido entre todos os povos como egoísmo, advindo daí a devassidão para formalizar a justificação intelectual de todas as ruínas morais em todos os sentidos onde quer que esteja presente o individuo com orientação semelhante para praticar seus atos e fatos, dentro e fora da família, da sociedade, da religiosidade, da escola e do estado, em si tratando de administração pública em qualquer nível de governos. Na realidade são raras as pessoas hedonistas teóricas, isto é, adeptas do hedonismo como filosofia de vida. Infelizmente, na sociedade conhecida em todos os lugares do mundo, envolvendo todas as funções e/ou cargos: públicos e privados, são ocupadas por hedonistas práticos, formando assim, verdadeiras legiões de anjos do bem e/ou do mal a serviço de suas leviandades. Claro! São inúmeros os indivíduos que adotam o prazer pelo prazer de fazer o bem e/ou mal aos seus semelhantes, prevalecendo assim o critério de suas opções pessoais e gerais. Chamamos atenção para o fato de que o hedonismo prático infiltra-se, como um vírus e/ou veneno mortal e sutil, na corrupção política e administrativa em qualquer ente da administração direta e indireta. O hedonismo pode ser encontrado dentro e fora dos poderes: legislativo, judiciário e executivo. Até mesmo dentro do poder espiritual que representam as religiosidades que o povo acredita à luz da Bíblia Sagrada, do Alcorão, do Budismo, etc. E o hedonismo aparece em grande escala até mesmo nas instituições sagradas universais, como por exemplo, no casamento e na família, através de separação conjugal e do divórcio, instituto jurídico adotado em quase todas as nações do mundo, onde a própria palavra de Deus deixa de ser cumprida, ex-vi que "O que Deus uniu, o homem não separe!” (Marcos 10,1-12). E isso é hedonismo. A grande sala de aula das novelas dos canais de televisão ajudam a fazer o bem e o mal entre os casais, todos os dias em sua programação normal e de livre acesso em milhões de lares pelo Brasil e pelo mundo afora. A juventude, por exemplo, no Brasil do século XXI, sabe cantar músicas dos mais variados ritmos musicais, porém, não sabem cantar a apologia da exaltação nacional, como por exemplo, o Hino Nacional do Brasil. E isso é um fato, onde o individuo não tem mais compreensão de suas responsabilidades cívicas e sociais. O Governo do Brasil, através de uma lei federal determinou que cada escola tem a obrigação de cantar com seus alunos pelos menos uma vez por semana o hino nacional, e isso significa que não estavam cantando o referido hino. Cantar o hino nacional em momento de festa e ou de dor é um prazer nacional, e isso é hedonismo, porém, não cantar o referido hino nacional, também é hedonismo. Obedecer e ou deixar de obedecer alguma ordem cívica, familiar, religiosa, etc., é a mesma coisa. Quem não pode tudo, pode menos, isso é ser hedonista.

Observa-se de que a difusão direta e/ou indireta de tais idéias, ao nível do povo, de uma concepção ou pensamento hedonístico de vida pessoal e ou profissional, faz proliferar as pessoas e ou indivíduos irresponsáveis na sociedade mundial, nacional e local, o que marca sempre o inicio da desintegração moral, cívica, religiosa, pessoal, profissional, da administração pública direta e indireta, etc., das grandes culturas das grandes e pequenas nações. O povo brasileiro é um povo humilde e sofredor em sua origem: brancos (degredados filhos de Eva que vieram de Portugal para o Brasil desde 1500); negros (cidadãos africanos que foram trazidos contra sua vontade para o Brasil desde o inicio da colonização como escravos, coisas, objetos de comercialização); e índios (cidadãos de origem desconhecida e encontrados em 1500 pelo branco descobridor e que lutou para não ser escravizado). Relembramos que em pleno século XXI, ainda se conservam os valores axiológicos em todos os níveis de tais etnias formadoras do povo brasileiro, trata-se da austeridade família como sendo a capacidade de sacrifício e de coragem de viver destes povos no território pátrio. Existem as reservas históricas desta gente, atualmente representadas pelos sem terras, sem comida, sem remédios, sem hospitais, sem escolas, sem casas, sem nada...

A sociedade deve dizer não aos que cultivam o hedonismo teórico ou prático, não importa de que tipo seja, pois, os indivíduos e ou grupos de indivíduos, formadores de quadrilhas, que difundem através de pornografia barata de uma subliteratura, de que o crime compensa, ex-vi o combate permanente dos crimes envolvendo crianças do tipo pedofilia, estão irremediavelmente marcados de anacronismos e perdidos para a historicidade dos povos civilizados, tendo em vista que a História em si falando pertence aos fortes.

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 28/11/2013
Reeditado em 28/11/2013
Código do texto: T4590386
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