A importância da aptidão física na “melhor idade”.
O aprimoramento das qualidades de aptidão física tem evidente importância quando existe o objetivo de realizar grandes esforços, como no caso da prática esportiva. No entanto, os esforços da vida diária exigem aptidão em níveis adequados para que as atividades sejam possíveis e não representem fatores de desconforto ou risco de lesão músculo esquelético e acidentes cardiovasculares. Neste sentido é importante o conhecimento dos efeitos das diversas qualidades de aptidão nas atividades diárias comuns para que intervenções com exercício sejam eficientes. Pessoas na “melhor idade”, ou seja, acima de 60 anos costumam apresentar perda progressiva da aptidão geral, como conseqüência do sedentarismo prolongado. Paralelamente processos patológicos podem limitar a capacidade de realizar exercícios, justificando que as intervenções com atividade física sejam criteriosas e objetivas.
O sedentarismo leva a uma redução gradativa e às vezes acentuada das qualidades de aptidão física, podendo comprometer seriamente a capacidade de realizar atividades diárias, dificultando a locomoção, aumentando os riscos de quedas e criando situações de risco nos esforços normais. As qualidades de aptidão física que mais comprometem a qualidade de vida quando reduzidas são: força e flexibilidade.
Com relação à flexibilidade (alongamento), a sua redução pode dificultar a realização de movimentos ou até mesmo impedi-los. No entanto, mesmo na presença de processos degenerativos ou inflamatórios das articulações como artrites e etc, é possível promover ganhos de flexibilidade. Aspecto relevante é que os exercícios habitualmente utilizados para induzir melhorias na força muscular (musculação), também promovem ganhos de amplitude articular, até os limites permitidos pelas alterações patológicas como citado acima, as artrites e etc.
A força muscular também é fundamental para a realização dos movimentos, tomando, por exemplo, a ação de se levantar de uma cadeira comum, sabe-se que uma pessoa jovem utiliza em média 50% da força do músculo quadríceps (coxa) para levantar-se lentamente, e cerca de 70% da força disponível nesse músculo para levantar-se rapidamente, uma pessoa de 80 anos sedentária utilizaria em média 90% para se levantar lentamente e 120% para se levantar rapidamente, portanto a realização dos movimentos necessários para a vida diária depende de graus relativamente elevados de força muscular, particularmente os trabalhos braçais, profissionais ou diários.
A capacidade de manter o equilíbrio do corpo é importante para diminuir o risco de quedas que pode ser evitada se os músculos esqueléticos estiverem fortes, e associados ao equilíbrio, a locomoção desse idoso pode também ser prejudicada pela falta de força muscular, uma vez que a postura e a aceleração dos passos dependem da força muscular.
Resistência para caminhar significa poder prolongar a marcha confortavelmente, esta condição depende da capacidade aeróbia estimulada pelo aumento da força muscular, pessoas com músculos fortes utilizam menos fibras musculares para poder caminhar poupando energia das fibras não utilizadas, ao contrário das pessoas destreinadas que utilizariam o maior número de fibras musculares para caminhar causando desconforto e fadiga precoce.
Todas as pessoas perdem massa muscular e força após a maturidade, estima-se que 1% de massa muscular do organismo é perdida por ano quando atingimos os 30 anos e não praticamos atividades físicas para desacelerar esse processo, cuidemos mais da nossa saúde ok! E para a “idade melhor” nada é proibido desde que assistido.