Corpo: O perigo de resultados rápidos.

Numa época onde o corpo saudável pode estar perdendo terreno para o corpo bonito, desconsiderações com relação à saúde estão afloradas e podendo trazer danos difíceis de se reverter.

Vários problemas de saúde são “mascarados” e as pessoas não sabem que podem possuí-los, tais problemas são constatados quando uma avaliação médica é feita antes da prática das atividades físicas, mas nem sempre é o que acontece. Pessoas na faixa etária de 17 à 40 anos se sentem aptas à prática de qualquer atividade física, e isso não acontece bem na prática, doenças cardíacas, artrites, artroses, doenças musculares ou do esqueleto podem estar escondidas ou prestes a se agravarem se não forem detectadas por “olhos clínicos”.

Nestes casos o melhor a fazer é sempre buscar aprovação médica para a prática de atividade física, seja ela leve ou intensa, e uma orientação durante a prática de um profissional capacitado e habilitado (educadores físicos graduados e registrados).

Para nosso organismo, uma atividade física é sempre um esforço físico, não importa a carga aplicada, a série, o tempo, a partir do momento que estamos numa fase de adaptação, ou seja, saída do sedentarismo até um condicionamento desejável, estamos causando uma agressão ao nosso organismo, é isso o exercício, um agressor, aí vem a pergunta: Trará benefícios? Queremos a resposta quando estamos sofrendo em cima de uma esteira, ou caminhando debaixo do sol forte do verão.

Em qualquer uma dessas situações, passamos por um estresse físico. Em outras palavras, exigimos de nosso organismo um esforço maior do que o usualmente solicitado na maior parte do tempo em nosso dia-a-dia. Estaremos "maltratando" nossos músculos e articulações, sobrecarregando nosso coração e nossos pulmões bem distantes da idéia que temos sobre os benefícios para a saúde que um bom esforço físico pode trazer. Novas perguntas: Mas qual é a dosagem? Em que momentos podemos desfrutar da atividade física com maior gozo para o nosso corpo?

Graças a um delicado e longo processo evolutivo, nosso organismo aprendeu a se adaptar às variações que o ambiente exigia. Desta maneira, um morador de altitude terá mais hemoglobina em seu sangue visando compensar a diminuição do oxigênio no ar atmosférico (apesar da proporção entre os gases permanecer constante) por meio de um maior carregamento deste gás para as células. Do mesmo modo, existe um esforço do nosso corpo em adaptar-se aos "exageros" que impomos a ele quando nos estressamos fisicamente. Contudo, como todo processo adaptativo, leva-se tempo pra poder trazer bons frutos.

Os resultados rápidos em pessoas sedentárias é um atrativo para as academias, clubes etc. Mas poucos são os estabelecimentos que se preocupam com o estado clínico de seus alunos, aptidões físicas dentre outros, e por um outro lado, o valor estético pesa muito mais do que o valor segurança, o que faz com que os alunos “entrem de sola” na corrida por corpos perfeitos sem pensarem nas conseqüências que poderão vir a ter. Parece subjetivo o termo “poderá”, poderá ou não ocorrer um problema, como fica no campo da probabilidade, pessoas se arriscam em busca de corpos perfeitos se esquecendo da saúde, que esta sim, é alcançada com um pouco mais de tempo, variação de treinamento, intervalos de descanso, ciclos de carga e sobrecarga e outras coisas que um bom profissional ou estabelecimento pode oferecer, sem contar que a alternância é conseqüência, ou seja, adquirindo saúde, a estética é conseqüência, e o contrário não é uma certeza!