A MISSÃO IMPOSSÍVEL

No dia das crianças, as redes sociais foram entupidas por postagens. Muitas delas exibiam a velha máxima de que as crianças são o futuro do Brasil. Infelizmente nossos governantes, com uma grande ajuda da sociedade, fazem de tudo para que essas mensagens se transformem em mentiras singelas.

Algumas reflexões são necessárias. Não devemos ter medo de perguntar que tipo de juventude o Brasil vem formando nas últimas décadas? E mais importante. Que tipo de educação as gerações estão deixando para seus filhos nos dias atuais?

De algumas gerações para cá, é convenção acreditar que os filhos são educados nas escolas. E isso basta. Nenhum educador, por melhor que ele seja, pode ser comparado aos pais. O pior é que à medida que as gerações vão passando, os pais também já foram educados por educadores. E isso bastou.

A sociedade atual transformou-se num sufocante bicho-papão. No passado, era comum às mães não trabalharem. Hoje existem duas opções. Ou você educa os filhos, ou coloca comida no prato deles. O que deixa sempre a educação em segundo plano.

Poucos sabem o que seus filhos aprendem ou deixam de aprender. O que comem. Quem são as amizades. As influências. Afinal, as noites modernas são feitas de novelas, futebol, videogames e redes sociais. Nunca sobra tempo para uma boa conversa em família. Ao redor da mesa. Mesmo que o conflito de gerações seja o assunto principal.

A educação brasileira tem um péssimo nível de qualidade. Virou convenção também, acreditar que uma boa alimentação na merenda é o suficiente. Depois temos de ouvir alguns idiotas afirmarem que o esporte afasta as crianças das drogas. Então o mundo ideal deles seria transformar as escolas em campos e quadras. Idiotas completos.

Em algum momento, a educação deixou de lado os princípios morais da formação de bons cidadãos. Estamos percebendo educadores acuados diante de meninos e meninas que já se julgam acima do bem e do mal. Os donos do pedaço. Perigosamente estamos entrando num caminho sem volta. Como em muitos outros que já entramos.

Perdemos gerações inteiras para as drogas. E continuamos na estaca zero. O governo gasta milhões com drogados, quando deveria investir em politicas educacionais e públicas, que evitassem nossos jovens de seguir esse caminho. Seria bem mais barato.

Agora eu vejo um movimento ainda mais perigoso. A justiça está cada vez mais paternalista com criminosos, Então nossos jovens fogem do marasmo da educação, se aventurando pelo mundo do crime. Quanto mais essa aventura se mostrar excitante, e ela se mostra, estaremos diante de uma missão impossível. Educar gerações conscientes dos seus deveres e direitos. E não apenas o bê-á-bá. Das creches até as universidades.