Resultados da realização logosófica no aspecto espiritual do ser humano
Resultados da realização logosófica no aspecto espiritual do ser humano (1.ª parte)
Por Carlos Bernardo González Pecotche (Raumsol)
É este um dos setores da atividade humana mais castigados pelo desvio que, através das épocas, veio incubando a desorientação e o ceticismo em grande parte da humanidade.
A julgar pelo estado de inquietude, insatisfação, dúvida e desolação manifestado pela maioria dos que recorreram e recorrem aos ensinamentos logosóficos, podemos inferir, com boas razões, que a civilização ocidental – ou seja, sua cultura, que é seu conteúdo – se acha em vias de uma derrocada inevitável. Há séculos não supera seus conceitos, que mantém aferrados ao que se chamou de "tradição", sem que se tenha pensado, certamente, que não se devem truncar as grandes possibilidades humanas de evolução, porque isso inabilitaria o homem para dar cumprimento cabal ao objetivo máximo de sua existência. Foram-lhe inculcadas, graças a uma milenar submissão, ideias e crenças que só serviram para endurecer seus sentimentos e imobilizar certas zonas de sua mente, precisamente aquelas que respondem aos ditados internos de aproximação a seu Criador, a seu Deus.
Há séculos não são superados os conceitos, que se mantêm aferrados ao que se chamou de "tradição"
Não tem sido outra coisa o que vemos aparecer na superfície desse mundo individual, tão logo levamos o homem a examinar, com lucidez de juízo, em que realidade se baseia sua fé cega, bem como a examinar se já se deteve, em algum momento, para refletir acerca da necessidade de estar certo sobre uma questão de tanta transcendência. Em quase todos temos encontrado a mesma obstinada resistência a realizar tal exame de consciência. E em todos, sem exceção, temos visto refletido o temor de que lhes seja demonstrado o erro em que vivem. Como se esse erro, ao qual inconscientemente se aferraram, por força de acreditarem nele pudesse converter-se milagrosamente em verdade, como compensação à sua cegueira.
Entretanto, apesar do inconveniente anotado, temos podido comprovar a eficácia de nosso método ao atuar com êxito sobre os sistemas mental e sensível daqueles que, em tal estado, recorrem à fonte logosófica para se inteirarem de seus conteúdos essenciais.
Em honra à verdade, devemos destacar que, em relação às pessoas em quem foram inculcadas com força ideias ou crenças do tipo religioso, custou muito trabalho fazê-las retornar à realidade. Fica fácil para o logósofo experiente descobrir a característica predominante dessa classe de seres, que em sua maioria, como dissemos, foram submetidos desde tenra idade ao processo de fixação inconsciente de certas imagens rígidas – e, portanto, estáticas –, relacionadas com sua educação espiritual. Temos também presenciado o despertar deles e suas manifestações de alegria, ao experimentarem, pela primeira vez, a sensação sublime de pensar e sentir com inteira liberdade, o que, no fundo de suas almas, já transbordava de necessidade.
Isso prova que as proibições estabelecidas por certas comunidades com respeito à infância, e que perduram durante a vida, se tornam totalmente nocivas para o desenvolvimento espiritual e evolutivo do ser humano.
Trechos extraídos do livro Curso de Iniciação Logosófica, p. 83