MUITOS PARTIDOS... POUCAS MUDANÇAS

Neste sábado dia 5, a árvore vai ser arrancada. É a data limite que os políticos têm para pular de galho, se quiserem disputar as eleições de 2014. E pelo o que se vê nos noticiários o pula-pula vai ser grande. A ideologia acaba no lixo.

Além da poluição de siglas que já temos três novos partidos estão prestes a nascer. São para essas sopas de letrinhas, que os políticos se mudam de mala e cuia. Como se estivessem indo a um piquenique. O que esses partidos representam pouco importa. Disputar um cargo com mais chances de se eleger sim.

Outra coisa interessante na política brasileira é que quase ninguém sabe a ideologia desses partidos. Conveniou-se chamá-los ou de aliados, ou de oposição. Ficou comum ouvir dentro do Congresso Nacional, alguém falando da bancada ruralista. Ou da bancada evangélica. As siglas ficam esquecidas. Político sem ideologia é um político perigoso e nada confiável. Existem centenas desse tipo espalhados pelo Brasil.

Temos muitos partidos e poucas propostas. O que transforma a nossa democracia num infindável “toma lá, dá cá”. Criando o ambiente perfeito para que a corrupção se espalhe como um câncer. Quando é preciso agradar muitos pela governabilidade, quem está no poder acaba ficando refém deste ou daquele.

O nosso sistema presidencialista que nasceu após a ditadura não deu certo. Tanto o PSDB, quanto o PT, foram obrigados a se aliar até com desafetos. Sabemos que quanto mais desafetos forem os aliados, mais favores eles exigem e recebem. O resultado disso é o que estamos presenciando agora no Supremo Tribunal Federal.

Não é necessário um caminhão carregado de siglas partidárias para mudar o Brasil. Um país pode ser mudado com ideias. Está ficando cada vez mais claro que as ideias de tucanos e petistas envelheceram. Tornaram-se obsoletas e repetitivas. Os tucanos se elitizaram. Os petistas apostaram demais na pobreza.

É sabido que a aposta dos petistas tem um peso considerável na busca por votos. É notório que eles não conseguiram mudar o Brasil como um todo. A elite sempre vai bem, obrigado. A classe pobre, talvez, esteja vivendo seus melhores dias. E esqueceram que entre uma e outra também existe vida, clamor por mudanças e grandes desafios.

Tirando a teimosia de José Serra, o PSDB parece ter enxergado esse vácuo que ficou depois que o povo saiu às ruas. Já falam dos jovens. Resta saber com que ideias os tucanos tentarão convencê-los. Não convencerão com as mesmas de duas décadas atrás.

Hoje dois fantasmas assombram o governo. O primeiro é Marina Silva que se contenta demais em ser coadjuvante. A incógnita de Eduardo Campos dependerá do que, e para quem ele falará. Ainda não será desta vez, que veremos novas ideias ou mudanças.