FILÓSOFO DEFENDE VOLTA À VIDA SIMPLES.

Valor Econômico - 13/4/2007 - por José Castello

No lodo profundo do ceticismo contemporâneo, quando todos os projetos parecem fracassados, ou em via de fracassar, a única saída é apegar-se à vida e às coisas simples. A sugestão, do filósofo francês Michel Maffesolli, pode parecer ingênua. Em um mundo que já não se deixa afetar por quase nada, e no qual assistimos anestesiados à ação de seqüestradores, homens-bomba e exércitos, como se fossem meros jogos virtuais, ela vem produzir, no entanto, conseqüências devastadoras. É da vida, enfim, que se trata - afinal foi em nome da vida que a humanidade construiu instrumentos como a ciência, as religiões, a arte e a filosofia. Quando nada mais funciona, dar meia-volta em direção às pequenas coisas, diz Maffesoli em O ritmo da vida (Record, 224 pp., , R$ 36), tornou-se uma atitude radical.