Urnas batizadas
Urnas batizadas: Inquérito da PF sobre supostas fraudes a passos de tartaruga.
A Polícia Federal abriu inquérito para apurar denúncias de supostas fraudes nas eleições do dia 1º de outubro em Rondônia. Isso foi há seis meses. Segundo um delegado da PF, o inquérito ainda não foi concluído. Encontra-se engavetado em algum lugar do Poder Judicíário de Rondônia. A informação está na rede de internet no blog do jornalista Roberto Kuppé, um dos mais combativos comunicadores do Estado.
As denúncias de supostas fraudes surgiram, primeiramente, a partir das informações divulgadas por Kuppê. Nas denúncias publicadas, políticos teriam sido procurados por supostos técnicos do TRE nas eleições de 2004 e nestas eleições (2006) para influenciar nos resultado final da votação eletrônica.
A PF ouviu o ex-candidato ao Senado Federal, Melki Donadon (PMDB-RO) que confirmou a tentativa de extorsão. Melki que ficou em terceiro na disputa para o Senado, disse que pediram R$ 300 mil para elegê-lo senador.
Pouca ou quase nenhuma atenção foi dada pela imprensa à audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Tema: a segurança da urna eletrônica.
O assunto voltou à ordem do dia depois que Clóvis Torres Fernandes, professor da Divisão de Ciência da Computação do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), analisou as 5.166 urnas usadas nas eleições de Alagoas. Clóvis concluiu que em 44,19% delas houve "alguma perda de integridade". Em 1.619 foram detectados problemas na totalização dos votos para governador, o que significa a perda de 22.562 votos.
E por que a imprensa tem fugido do assunto?
Primeiro, porque o estudo foi encomendado pelo candidato derrotado para governador de Alagoas, João Lira (PTB), por quem ninguém morre de amores. Depois, porque, se for verdade o que os técnicos estão dizendo, coloca-se em dúvida todo o sistema eleitoral eletrônico no Brasil. Terceiro, porque o sistema é muito cômodo para a população e transformou-se num dos orgulhos do país.
Mas a verdade é que não vai dar para fugir do assunto. Na audiência de anteontem falou outro técnico respeitado do setor, Amílcar Brunazo Filho, representante do Forum Voto Eletrônico.
Brunazo disse simplesmente que já foram identificados pelo menos 120 pontos em que o processo eletrônico pode ser atacado, desde a elaboração do programa até a totalização do resultado eleitoral. E completou: "É mais seguro transferir 1 milhão de dólares pela internet do que depositar um voto na urna eletrônica".
Ou a sociedade encara esse problema de frente, ou logo teremos uma encrenca institucional do tamanho de um bonde, com alguma eleição presidencial sendo colocada sob suspeita.
Fonte: www.rondonoticias.com.br – abril/2007
Bons tempos em que o batizado era apenas uma atividade religiosa de purificação do devoto. Ou no máximo um acréscimo de água no litro de leite gorduroso. Hoje em dia já se expandiu por todos os ramos de atividade e recebeu diversos “sinônimos” de acordo com a área onde ocorre: camuflagem, perfumaria, adulteração, pirataria, etc.
O fato é que já não temos mais certeza de encontrar autenticidade em nada do que manipulamos ou nos relacionamos diariamente. A falsidade se infiltrou de tal forma dentro da sociedade que desconfiamos de qualquer documento, de operações comerciais, casamentos meteóricos, cesarianas recomendadas por médicos sem escrúpulos, sugestões de trocas de peças de carros, avaliações de imóveis, recomendações de líderes religiosos pedófilos e principalmente, de palavras de homens públicos. Elementos estes formados dentro de comunidades onde os habitantes desrespeitam todas as formas de cidadania equilibrada, sujando seu próprio ambiente, engarrafando o trânsito com as “espertas” ultrapassagens, contaminando o ar que respiram, permitindo que seus filhos burlem as normas sem penalidades, deixando de conferir suas atividades escolares, deixando de cobrar seus direitos. Dentro deste cenário fica fácil a proliferação de administradores de má conduta pela certeza de que não existirá nenhuma revolta do “gado” que votou neles e caminha docilmente para o fundo do poço da dignidade mascando a própria língua, já que pouco resta para comer.
Tal ambiente dificilmente mudará pois isto exige agrupar cabeças pensantes para trocar idéias e estabelecer atitudes de participação, cobrança e pressão sobre administradores públicos. Mas a imprensa de baixa qualidade, a educação deficiente e a violência mantida em altos níveis, impedem que reuniões deste porte se realizem. Quando encontrarmos grupos com mais de 1000 pessoas portando faixas e cartazes, certamente estão preparando uma caravana para algum jogo de futebol, desfile de escola de samba ou decisão de algum “paredão” promovido pela tv que alimenta os germes do emburrecimento da população.
Haroldo - RJ