STF: A PIZZARIA DO PT
DOS TRIBUNAIS DE NUREMBERG A BELO HORIZONTE – PARTE II
O texto original eu publiquei em 17 de Dezembro de 2005; e já dá para se escriturar oito anos; e pelo visto, nada mudou; e nada vai mudar, porque o julgamento da história é moroso e impreciso; e o julgamento formal de tudo que envolve os poderosos, tende a ser pernicioso a história!
“Só me cabe aguardar o reencontro no Tribunal da História”, diz Delúbio Soares, aquele mesmo, o da roubalheira do Partido dos Trabalhadores; que usou o empolado termo ao se referir às pessoas que o pré-julgarem. Talvez seja mais um sinônimo do Brasil quantitativo, aquele mesmo que chama Getúlio Vargas de “pai dos trabalhadores” e o inculto que atende pelo nome de Lula, como “pai dos pobres”. O eu, trabalhador, não quer ser filho do Getúlio, muito menos de Lula, porque meu pai pode ter sido tudo na vida, menos facínora e desonesto! O nome do meu pai é Humberto! Aposto que até Hermann Goëring, facínora do Terceiro Reich, não quer dividir o “Tribunal da História” com Delúbio. Seja por soberba, ou talvez até por sentir-se inferior ante aos crimes do PT.
E lá vai o Delúbio, agora um tanto bíblico: “Tranquilizem-se os que foram beneficiados pelo meu trabalho, pois seus nomes não brotarão de minha boca, ainda que o meu nome não saia das deles”. Ah, se a Santa Sé fosse justa, teria um Delúbio 13, versículo 171 na bíblia do Demônio. Vejam que a coisa é messiânica! Nem Judas pôs frase tão bela nos escritos sagrados! E a próxima então, observem: “Alguns de nossos comandantes pensam que é possível fazer glória futura recusando a Cruz Vermelha para os combatentes caídos em combate”. Que lindo, para não dizer, patético! Ao que deixa entender, Delúbio lutou em Monte Castelo! Atemporal! Raulzito, nasceu há 10 mil anos atrás...
Agora, se pergunta: - Como o professor que mal versa o plural soltou essas? Edição? Sopro do assessor? Ou será que depois do famoso banho de mangueirão, durante a recente comemoração de mais um aniversário, Delúbio mandou para o ralo sua, digamos, dislexia? Falando em Delúbio, fala-se em Dirceu, o Zé; que teve o mandato cassado sem nenhuma ignomínia e para deleite de todos os que ainda imaginavam o Brasil como sendo um país que promete ser sério um dia. Se eu fosse Dirceu, diria que uma urucubaca, não; essa palavra não... Que um trabalho feito por próceres peessedebistas, pefelistas, petistas, pepistas, peemedebistas, pecêdobistas, balconistas e outras bichas mais, fez com que o Sérgio Motta encarnasse em José Dirceu. Ou quem sabe, foi Dirceu que encarnou na entidade de Sérgio Motta; e o raio do espírito voltou ao aconchego, conforme disse Elba em sua célebre canção?
Esta história do julgamento patético do Mensalão nos faz recordar muitos espíritos do mal que moraram no Planalto. Dizem alguns exorcistas que eles ainda estão lá, velando Dilma e Lula, para o dia em que eles se forem, fisicamente, já terem locais privilegiados entre os mármores gélidos do palácio...
Se formos falar em espírito, não podemos esquecer de Rosane Collor; e falar nela me faz lembrar também o PMR. Alguém se lembra do significado? Partido Municipalista Renovador. Lembrando do PMR eu vou lembrar de tantas coisas históricas do Brasil.... Depois do Zé Alencar, Marcelo Crivella e do Mangabeira Unger, a ex-mulher do Collorido vai fazer parte dos quadros do Partido, onde diz que vai trabalhar pelos “descamisados e aos pés descalços”. Lembra deles, que seriam vistos com carinho por Fernando Collor, pois então. Falando e m Rosane, fala-se nos R$ 16 milhões da LBA, mas aí a coisa é cíclica; o assunto precisa voltar pro Delúbio, que vai para Dirceu; e volta a Rosane; chegando ao PT, que agora já se pode ler a sigla como Partido da Trambicagem e seus donos, como Irmãos Petralhas...
A história dos julgamentos no Brasil é uma piada de mal gosto. Antigamente se dizia que Fiat não era carro e banco do Governo não era banco; também se afirmava que somente era preso quem participasse do Partido PPP, pretos, pobres e putas; e muitos de nós, operadores do direito, já brigávamos quando defendíamos a tese de que isso aqui iria mudar; e mudou, pra pior!
Quando Nicolau dos Santos Neto foi preso, todo mundo ficou desconfiado; mas quando explodiu o tema da Anaconda, há mais de 10 anos, o Brasil comemorou o comparativo de Nuremberg; e todos os sérios deste país batiam no peito orgulhosos e diziam em alto som: Seremos uma nação de justos e de justiça! Ledo engano!
Eu, que sou um mero transeunte da história, recorro sempre aos aforismas de meus mais insignes amigos; e como comentário deste texto na versão antiga, leio esta pérola do conspícuo amigo, Doutor Anderson Pires Bahia, jurista penal: “Carlos Henrique Mascarenhas Pires, assistimos a sofismas emitidos por aqueles julgadores, onde, uma mentira repetida diversas vezes, se torna uma verdade sabida e comprovada. O ministro retornou até as ordenações Filipinas para justificar a acolhida dos embargos infringentes, com a pompa e afetações tradicionais que separam os deuses dos meros mortais, num imbróglio inteligível para a grande maioria dos mortais, justificando assim o caráter político do julgamento. O STJ publicou em sua pagina do face que o mesmo e diferente e independente do STF, ou seja, sequer seus pares concordaram com a farsa deste pseudo julgamento. A independência desaparece quando o desejo por um cargo na mais alta corte deste pais passa por uma mendicância política para sua nomeação, de livre escolha do titular de outro poder. A independência do judiciário e apenas ilusória, pois se encontra atrelada a uma superveniente dependência aquele que o nomeou, independente do convencimento. Bem disseram os ministros Celso de Melo e o novato, que não votam pelo clamor público ou pelas multidões, pois devem obediência apenas a um senhor, o dono ou dona do poder político.”
Mas aonde é que entra a “meu” Belíssimo Horizonte? Onde se adequa esta cidade que já foi passagem de personagens importantes da história recente do Brasil que se tornaram sinônimos de honestidade e perseverança? Belo Horizonte foi o foco destes holofotes, pois os caçadores de aventuras fantasmagóricas buscam outros espectros aqui; aqui que é o começo de um tal de Valerioduto, cujo final não se sabe ao certo em quantos bolsos ou em quantas contas rurais foram parar tanto dinheiro misterioso. Seja em Nuremberg ou em Belo Horizonte, os foto-espectrômetros não darão conta de tantos vultos anônimos que se beneficiaram desta corja maldita que está incrustada no Plano do Avião, mais precisamente na Praça dos Poderes, em todos os três poderes, inclusive no Poder que deveria ser COMPLETAMENTE IMUNE a este tipo de vírus, o vírus da maldição da fortuna fácil.
Em minha humilde série, Cartas para a Posteridade, que é subdividida em capítulos curtos, extraio inspiração para esta e outras vidas; como neste trecho: “Porque o sobrevoo que faço sobre minha própria vida me faz enxergar que existem ergástulos fétidos em castelos sem reis; e um céu azul brilhante que me remete ao pensamento de que dias melhores poderão vir sobre um chão banhado em sangue, onde brotam flores carnívoras envoltas em alvéolos mediévicos mumificados”. Medonho? Nada disso! Atualíssimo, se é que você entendeu o espírito das palavras...
Noutra parte, eu afirmo com todas as letras: “A minha nave, tripulada apenas por mim, paira sobre campos, onde um dia foram fecundos e brotaram a mais fina seda que ornavam princesas ingênuas e lhanas; e que hoje gemam andrajos abluídos por riachos hediondos em bosques de egrégio risco”.
Oh, brioso e egrégio Supremo Tribunal Federal; lugar que dantes se costumava colher pérolas em flores jurídicas e que hoje, infelizmente, só se espera colher esterco e espinhos. Alguns destes homens e mulheres que habitam o Olimpo da Justiça nem se prestam ao papel do disfarce; e posso dizer piamente que bárbaros somos nós; os homens atuais que não poupamos os códigos embrionários da relação social única; pessoas que desejam apenas ver aquilo que é seu, não importando se o seu irmão padece de sobejos; e mesmo sabendo que em sua imunidade há lixo, porque não se pôde aproveitar em tempo útil!
Esta brava gente que arrazoa, discorre e pensa, que é a minoria, sempre quis ver aqui no Brasil um modelo de justiça, pelo menos, incorruptível, porque o processo, em tese, deveria ser a aproveitamento prático do que se ensina na teoria do Direito; e neste caso, mais uma vez clamando ao texto em alusão, clamo: “Que o cajado dos sábios, associado a magnitude intelectual dos mais moços, possam juntos soprar os ventos da retidão, banindo deste lugar toda a impureza e que o azul daquele céu que insiste em brilhar retoque todas as outras cores engolidas pelo preto acinzentado; e que os ecos destes sons de liberdade ressoem sobre cada brado entorpecido pelo ópio da ignorância, causando-nos agudas trepidações de igualdade e fraternidade”.
É nesta instância, a Suprema Corte, que minha pátria adeja, sinalizando os meus e os seus; em busca de um alivio acautelado, sem nunca vir. Num lugar onde se possa ver as pessoas do Poder como espelhos de um povo. Onde se possa observar os sons da equidade sem os tropeços do caráter e sem as alfinetadas da ambição, muito menos os reflexos de um sol que apenas queima; e nunca dá vida...
Quem imaginou que o STF fosse uma espécie de Nuremberg para os mensaleiros, na verdade, viu mesmo foi um efeito de Disneylândia e a pergunta que não quer calar é: - Quanto custa comprar um Ministro?
E após tudo isso, andam dizendo por aí que em breve o Artigo 5º da Constituição Federal será reescrito; e ficar disposto da seguinte forma: “Todos são iguais perante a lei, exceto os membros do alto escalão do PT, pois estes têm prerrogativas de imunidade para ininterruptamente.”
Carlos Henrique Mascarenhas Pires