Deficiência: intolerância - antideficiência: tolerância

Deficiência: Intolerância

Antideficiência: Tolerância

Por Carlos Bernardo González Pecotche (Raumsol)

A intolerância fecha os caminhos da compreensão, ao mesmo tempo em que os da sensibilidade.

O intolerante é um ser rígido, duro, inflexível, aferrado a seu estreito critério, em cujo coração o afeto pelo semelhante é oprimido e até sufocado por sua inveterada falta de respeito às ideias, aos afazeres e ao comportamento alheios.

Concorrem para intensificá-la uma excessiva superestimação de si mesmo e um excessivo consentimento às adulações recebidas daqueles que, sob pressão de autoridade ou privilégios concedidos, se sentem obrigados a fazê-las.

Em maior ou menor grau, o intolerante é sempre impiedoso, e o será enquanto os que devam sofrer seu rigor estejam abaixo dele. Jamais a intolerância se manifesta para com os de cima, nem contra aqueles de quem se espera tirar partido, o que não impede ser intolerante nos juízos ou nas apreciações que sobre tais pessoas se fazem.

Nada poderia definir melhor esta deficiência do que a própria conduta do afetado, manifestada em sua cabal pobreza de espírito. As grandes almas jamais foram intolerantes, pois a grandeza é incompatível com a estreiteza mental dos que desconhecem as alturas e relevos morais nela configurados.

O intolerante cria em seu redor um ambiente hostil, que o impede de levar uma vida grata. Daí muitos de seus pesares; daí também a escassa simpatia com que conta.

Contrapor-se-á a esta falha a tolerância, considerada por nós elemento indispensável à convivência harmônica.

De sua aplicação inteligente e equilibrada depende em boa parte o prestígio individual, pois quem respeita seu próximo é, por sua vez, respeitado, consideração da qual carecem os que fazem o contrário.

Para que não se desvirtue sua nobre função, a tolerância deve ser sempre construtiva. Portanto, não se deve esquecer que prodigá-la em demasia é tão nocivo como negá-la. Daí nosso axioma: A tolerância termina quando começa o abuso.

A tolerância está intimamente ligada à paciência – ambas se combinam na ação – e se apoia no respeito e na consideração ao proceder alheio

Todo aquele que se sinta animado pelo desejo de abandonar sua deficiência deve procurar, pois, usar a paciência em cada ocasião propícia, porque o ajudará a manter e a cumprir o propósito de combatê-la.

Isso irá moderando no intolerante a conduta, até que, finalmente vencedor, poderá adicionar uma satisfação a mais às já conseguidas em seu trabalho de superação individual.

Trechos extraídos do livro Deficiências e Propensões do Ser Humano, p. 132

Carlos Bernardo González Pcotche
Enviado por Edlamar em 15/09/2013
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