A força da palavra

A força da palavra

Por Carlos Bernardo González Pecotche (Raumsol)

Um dos elementos que mais frequentemente utiliza o homem, tanto para fazer-se entender como para estabelecer uma relação harmônica com seus semelhantes, é a palavra, que é condutora do pensamento individual e contribui em muito para a formação do próprio conceito.

A importância de que ela se reveste, ou melhor, que ela assume na vida, evidencia-se em múltiplas formas, e quanto mais respeitável é a posição do que fala, tanto mais confiança inspira sua palavra. Se não sofrer modificação alguma, se manterá como elemento de juízo para prestigiar o conceito de quem a pronuncia.

Quando a palavra é pronunciada para manifestar uma convicção, definir uma atividade ou uma situação, ou expressar um sentimento, e leva em si o sadio propósito de oferecer aos demais a oportunidade de conhecer o pensamento que a anima, tende sempre a superar o conceito de quem a emite.

Quem pensa bem se esforça em falar melhor

Outra coisa acontece com aquela que é pronunciada com a intenção de enganar ou que surge sem reflexão, num impulso fugaz, porquanto costuma afetar ou ferir os que a ouvem, ainda que nada tenham a ver com ela. O só fato de escutá-la lhes causa mal-estar, contribuindo,consequentemente, para que se elabore um juízo adverso a respeito de quem a expressou.

Quem pensa bem se esforça em falar melhor. Será benéfico, então, aprender a sincronizar os movimentos da mente com a expressão oral, de modo que a palavra seja a condutora fiel do pensamento. Isso fará com que a palavra se revista de interesse, contrariamente ao que ocorre quando se fala sem pensar no que é dito, pois, nesse caso, a palavra costuma parecer vazia ou sem sentido.

Se quiséssemos apresentar uma imagem que refletisse com mais vívido colorido o mecanismo da palavra, teríamos de imaginá-la como um vagão que, à medida que passa pelo conduto vocal, é preenchido com o pensamento que formará seu conteúdo.

Em síntese, a palavra é um dos elementos com que o homem pode conquistar sua felicidade ou causar seu infortúnio, segundo sejam as manifestações de seu próprio espírito.

Trechos extraídos de artigo da Coletânea da Revista Logosofia, Tomo III, pág. 221

Carlos Bernardo González Pcotche
Enviado por Edlamar em 03/09/2013
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