O AMOR E A AMIZADE
Quanto mais procuro entender a correlação entre esses dois sentimentos, menos aprendo quando um ou outro pode ou deve ser priorizado ou sufocado em determinadas circunstâncias.
Enquanto a certeza não predomina, arrisco alguns pareceres sobre ambos:
- O AMOR dificilmente é precedido pela AMIZADE.
- A AMIZADE está implícita no AMOR.
Quando nossa alma cruza com outra que a atrai e que nos dispomos a um mais profundo conhecimento entre ambas, certamente já é o AMOR a incitar - ainda que tímida e mascaradamente - essa oportunidade.
Vários serão os motivos que fá-lo-ão enraizar-se, florescer e até frutificar..., ou murchar e morrer.
Outro entendimento meu é o de que, após um forte e verdadeiro AMOR, a AMIZADE dificilmente conseguirá ser naturalmente praticada como deveria, dentro dos padrões de carinho e gentilezas. Refiro-me aqui, com certeza, à situação daquela alma na qual o AMOR criou raízes mas não lhe foi permitido florescer.
Em tais casos, ainda não me é claro o que se torna mais difícil:
- se a preocupação em não demonstrar um AMOR reminiscente,
- ou a de querer preservar igual e até alimentar aquela AMIZADE que caminhou e persiste a par do amor.
Á outra alma, na qual o AMOR murchou, tudo é sempre mais fácil e os motivos facilmente óbvios.
Enfim, há muito reconheço minhas limitações para apreender as nuanças tão próprias de alguns sentimentos.
Então, para não perder o hábito, mais uma vez valho-me do brilhantismo de um poeta, hoje o incomparável Português FERNANDO PESSOA, que perfeita e maravilhosamente manifestou, com sapiência, o quanto é dificílimo aprender a conservar pura AMIZADE... enquanto perdura o AMOR:
“AMIGO APRENDIZ
Quero ser teu amigo
Nem demais e nem de menos
Nem tão longe e nem tão perto
Na medida mais precisa, que eu puder
Mas amar-te como próximo, sem medida,
E ficar sempre em tua vida
Da maneira mais discreta que eu souber
Sem tirar-te a liberdade
Sem jamais te sufocar
Sem forçar tua vontade
Sem falar se for hora de calar
E sem calar se for hora de falar
Nem ausente nem presente por demais,
Simplesmente, calmamente, ser-te paz.
É bonito ser amigo,
Mas confesso,
É tão difícil aprender,
Por isso, eu te peço paciência
Vou encher este teu rosto
De alegrias, de lembranças!
Dê-me tempo
De acertar nossas distâncias!
Um abraço”
- - - - - - - - - - - - - - - - -
Como interação, compartilho mais uma opinião sobre o Amor e a Amizade, assim expressada nos belos versos da talentosa poetisa
ROBERTA HELENA:
"Amar sem amar poder
É qual acordar sem amanhecer
Qual andar ao vento, sem se refrescar
Ter lindo jardim, num deserto estar.
Ah, doi não poder amar quem tanto se quer,
quem tanto se ama de paixão tão viva,
ver acesa a chama
que vai se esvaindo até se apagar.
E fere ter que transformar
em pura amizade um amor assim.
Talvez, seja até melhor,
Pois seria a morte este amor ter fim."
(Foto:- Para ilustrar escolhi estas belas "rosas" do meu jardim, por entender que estes dois sentimentos são inseparáveis e neles é primordial a singela pureza, tal qual nelas é evidente.)
Quanto mais procuro entender a correlação entre esses dois sentimentos, menos aprendo quando um ou outro pode ou deve ser priorizado ou sufocado em determinadas circunstâncias.
Enquanto a certeza não predomina, arrisco alguns pareceres sobre ambos:
- O AMOR dificilmente é precedido pela AMIZADE.
- A AMIZADE está implícita no AMOR.
Quando nossa alma cruza com outra que a atrai e que nos dispomos a um mais profundo conhecimento entre ambas, certamente já é o AMOR a incitar - ainda que tímida e mascaradamente - essa oportunidade.
Vários serão os motivos que fá-lo-ão enraizar-se, florescer e até frutificar..., ou murchar e morrer.
Outro entendimento meu é o de que, após um forte e verdadeiro AMOR, a AMIZADE dificilmente conseguirá ser naturalmente praticada como deveria, dentro dos padrões de carinho e gentilezas. Refiro-me aqui, com certeza, à situação daquela alma na qual o AMOR criou raízes mas não lhe foi permitido florescer.
Em tais casos, ainda não me é claro o que se torna mais difícil:
- se a preocupação em não demonstrar um AMOR reminiscente,
- ou a de querer preservar igual e até alimentar aquela AMIZADE que caminhou e persiste a par do amor.
Á outra alma, na qual o AMOR murchou, tudo é sempre mais fácil e os motivos facilmente óbvios.
Enfim, há muito reconheço minhas limitações para apreender as nuanças tão próprias de alguns sentimentos.
Então, para não perder o hábito, mais uma vez valho-me do brilhantismo de um poeta, hoje o incomparável Português FERNANDO PESSOA, que perfeita e maravilhosamente manifestou, com sapiência, o quanto é dificílimo aprender a conservar pura AMIZADE... enquanto perdura o AMOR:
“AMIGO APRENDIZ
Quero ser teu amigo
Nem demais e nem de menos
Nem tão longe e nem tão perto
Na medida mais precisa, que eu puder
Mas amar-te como próximo, sem medida,
E ficar sempre em tua vida
Da maneira mais discreta que eu souber
Sem tirar-te a liberdade
Sem jamais te sufocar
Sem forçar tua vontade
Sem falar se for hora de calar
E sem calar se for hora de falar
Nem ausente nem presente por demais,
Simplesmente, calmamente, ser-te paz.
É bonito ser amigo,
Mas confesso,
É tão difícil aprender,
Por isso, eu te peço paciência
Vou encher este teu rosto
De alegrias, de lembranças!
Dê-me tempo
De acertar nossas distâncias!
Um abraço”
- - - - - - - - - - - - - - - - -
Como interação, compartilho mais uma opinião sobre o Amor e a Amizade, assim expressada nos belos versos da talentosa poetisa
ROBERTA HELENA:
"Amar sem amar poder
É qual acordar sem amanhecer
Qual andar ao vento, sem se refrescar
Ter lindo jardim, num deserto estar.
Ah, doi não poder amar quem tanto se quer,
quem tanto se ama de paixão tão viva,
ver acesa a chama
que vai se esvaindo até se apagar.
E fere ter que transformar
em pura amizade um amor assim.
Talvez, seja até melhor,
Pois seria a morte este amor ter fim."
(Foto:- Para ilustrar escolhi estas belas "rosas" do meu jardim, por entender que estes dois sentimentos são inseparáveis e neles é primordial a singela pureza, tal qual nelas é evidente.)