A Política e o Teatro
A política assemelha-se, muitas vezes, às seitas religiosas extremistas cujos líderes induzem seus seguidores a suicídios coletivos em nome de suas inconfessáveis ânsias de poder e de riqueza, tratando-os como ovelhas ou como os ratos do conhecido conto infantil que se atiram ao mar para uma morte coletiva, encantados pela melodiosa música de um esperto flautista.
Muitas pessoas não gostam de pensar; preferem que outras pensem por elas e entregam-se, ingenuamente, às mãos de espertalhões, falastrões incontinentes, sempre a posicionar-se nos palcos e diante das câmeras com seu discurso oco e sem sentido.
Muitos políticos parecem atores de telenovela que representam papéis que na vida real jamais poderiam desempenhar. Assim, um ator que nunca cursou uma faculdade desempenha o papel de um economista, um administrador, um professor, um gestor público. Isto porque a política, que deveria ser a arte de gerir o bem comum, passou a ser a arte de se chegar ao poder e permanecer nele, de discursar e predicar, de iludir e de mentir, de candidatar-se e eleger-se vitaliciamente.
Num país onde a raiz de todos os problemas reside na ausência de um sistema educacional eficaz, menosprezar a cultura e a educação é a política mais retrógrada pela qual se possa optar.
No mundo dos engenheiros e dos arquitetos é comum ouvir-se dizer que o papel aceita tudo. No triste mundo da política cunhou-se um jargão piorado: o palanque, as câmeras e os microfones aceitam tudo.
O risível espetáculo da política não passa despercebido para os olhos que enxergam, os ouvidos que ouvem e a inteligência que entende.
A política passou a ser a arte de tergiversar, de mentir, de chegar ao poder e permanecer nele indefinidamente privilegiando parentes e amigos; a arte de iludir, de nunca dizer o que realmente se pensa – o que maldosamente tem sido imputado aos mineiros por alguma razão histórica que não está muito clara, mas que não é privilégio do simpático povo daquele Estado, senão de minorias assentadas nos governos, nas empresas, em instituições diversas por todo o país, por todo o mundo.
Os homens de bem têm ojeriza àqueles conluios e a dramática situação de todos os governos em todos os níveis parece nunca terminar.
Em algum momento a reversão deverá ser iniciada e pessoas que não necessitem da política como profissão, como meio de sobrevivência, por já terem percorrido uma trajetória que lhes permita colaborar voluntariamente com a Nação, alistar-se-ão numa cruzada de moralidade e de seriedade, pois o governo não é nenhum partido, nenhuma pessoa, o governo é o povo que haverá de resgatá-lo.
A sociedade civil organizada, no paroxismo incompetente do poder público, sempre surge para corrigir o rumo perdido de uma nação.
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