Miopia mental da humanidade

Miopia mental da humanidade

Por Carlos Bernardo González Pecotche (Raumsol)

Uma das causas do estado caótico em que hoje se encontra a humanidade é a miopia mental, cuja cura se torna tão difícil aos homens que querem evitar os constantes tropeços ocasionados pela falta de visão em cada um dos passos que a vida lhes obriga a dar na sua luta diária.

Esta circunstância deve inclinar-nos a pensar que nada separa tanto os homens quanto a escuridão nem nada os une mais que a luz, nos aspectos físico e mental. No primeiro caso, os seres que se encontram na escuridão, não conseguindo se ver entre as sombras, ainda que estejam próximos uns dos outros, se ignoram e, ao mesmo tempo, correm o perigo de confundirem-se, enquanto que, havendo luz, se veem mutuamente, tendo a segurança de não estar sós, e poderem confiar, além disto, nos demais que estão próximos. O mesmo ocorre no aspecto mental, pois os homens se veem melhor e se compreendem mais, quanto mais luz há em seus entendimentos, sucedendo o contrário naquelas mentes obscuras, órfãs de todo conhecimento ou iluminadas apenas por leves reflexos intelectuais.

Tudo se consegue com o esforço, boa vontade e elementos que são fruto da observação e do discernimento

A maioria dos seres humanos segue uma evolução lenta, obedecendo a leis fatais, enquanto os que conseguem emancipar-se das cadeias do destino, cumprindo uma admirável gesta de realizações internas, ao seguirem as normas precisas do processo consciente de superação, lavram por si mesmos a felicidade de seus dias futuros.

É indiscutível, pois, que todo ser deve experimentar a necessidade imperiosa de iluminar seu espírito com a luz puríssima dos conhecimentos essenciais, a fim de fazer cessar os padecimentos que o atormentam, por causa dos erros que a ignorância o faz cometer.

Tudo se consegue com o esforço e boa vontade, sem desprezar nenhum daqueles elementos auxiliares que são o fruto da observação e do discernimento, já que eles dão a segurança na experiência e afiançam a razão sobre bases conscientes.

Deus pôs a mente na parte mais alta da figura humana; com ela, como centro diretor e regulador de todas suas atividades, o homem pode efetuar suas mais delicadas investigações, analisando, calculando e selecionando tudo que observa em prolixos e conscientes estudos ou meditações.

O ser que nada observasse e que, nem mesmo o que simplesmente visse, fosse para ele objeto da menor preocupação mental, terminaria por anular sua mente, o que equivaleria a fechar as portas de sua inteligência a qualquer aspiração própria de seu gênero.

Nada se manifesta à mente humana, se esta não começa por mostrar-se acessível ao conhecimento que generosamente se apresenta à sua investigação.

Trechos extraídos do livro Introdução ao Conhecimento Logosófico, p. 16

Carlos Bernardo González Pcotche
Enviado por Edlamar em 29/08/2013
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