TEXTOS INACABADOS
TEXTOS INACABADOS
Por Aderson Machado.
Não raras vezes tenho escrito textos quando estou à mesa de um bar, um restaurante ou coisa assemelhada, naturalmente saboreando uma loira bem gelada, o que me dá inspiração. É evidente que nessas ocasiões eu estou sozinho. Portanto, não tendo com quem dialogar, procuro por em prática a minha imaginação no sentido de colocar alguma ideia no papel. No papel de embrulho que pego no próprio estabelecimento comercial onde me encontro. Afinal, o tipo de papel, nesse caso, não importa muito. O que importa, na verdade, são as ideias contidas nele. Depois do texto devidamente concluído, levo-o para casa, onde vou digitá-lo, salvá-lo, e depois remetê-lo para quem eu achar conveniente.
Se, por um lado, num ambiente público tenho concluído grande parte de meus textos, por outro lado é nesses ambientes que tenho começado a escrever muitos textos, sem, no entanto, terminá-los. São os chamados textos inacabados. Assim, ele fica pela metade – ou um pouco mais que isso. O fato é que uma solução de continuidade fica estabelecida com relação à conclusão de um determinado pensamento.
É bom frisar que muitos de meus textos inacabados não o foram por falta de ideias. Eram para ser concluídos, posteriormente, mas se perderam no tempo e no espaço, em função mesmo de uma certa desorganização de minha parte.
Só para exemplificar, recentemente escrevi um texto à mão, em lugar público, levei-o para casa, e quando fui digitá-lo não o encontrei mais! Não sabia onde o tinha guardado. É claro que podia reescrevê-lo, mas perdi o fio da meada. O texto a ser refeito não iria ficar mais como na forma original. Destarte, para mim, um texto concluído, porém perdido, tornar-se-á um texto inacabado. Não vejo de outra forma.
E por falar em textos, tenho vários deles escritos à mão que nunca foram digitados. E talvez nunca o serão, apesar de serem textos atemporais. São textos inéditos, evidentemente. E é claro, também, que ao resolver torná-los público, eles podem sofrer algumas modificações, porquanto, no processo de digitação tenho o costume de proceder a algumas alterações com relação ao texto original, isso no sentido de torná-lo melhor, pois nunca fico satisfeito com a versão escrita à mão. É que sou um tanto quanto perfeccionista mesmo.
Feitas essas considerações, o amigo leitor poderia me sugerir que eu escrevesse os meus textos direto no computador. Muito bem. Mas o fato é que me sinto mais à vontade escrevendo à mão; as ideias fluem mais facilmente. Quando estou à frente de uma tela branca de um computador, ao contrário, eu fico meio desnorteado. As ideias ficam travadas, às vezes me dá um branco mesmo. É por isso que eu prefiro, primeiro, escrever o texto com a caneta, para depois transportá-lo para o computador.
Em se tratando de como escrever, devo dizer que não sou adepto da velha máquina de datilografia. Já a usei no meu trabalho, enquanto funcionário público que sou. Hoje, eu prefiro o computador.
E por falar em computador, com o surgimento dessa nova tecnologia, muitos escribas, principalmente jornalistas, escritores etc, deixaram de lado a velha Remington, Olivetti College e outras que tais, e passaram a escrever direto no computador. Assim, essas máquinas viraram peças de museu para essas pessoas. Por outro lado, é bom frisar que ainda tem muitas pessoas que teimam em usar as saudosas máquinas datilográficas, até porque, talvez, não procuraram se informatizar, digamos assim.
O fato é que o computador veio para facilitar a vida das pessoas. Com efeito, ele não serve apenas para se digitar textos. Isso é um fato de somenos importância. O mais importante é que nele você pode armazenar um sem-número de informações. Inclusive textos.
Concluindo, devo dizer que é bem melhor e confortável procedermos à digitação de um texto no computador. Ademais, usando o computador, fica mais difícil a gente perder um texto de vista, o que passaria a se tornar um texto inacabado.
É por aí.