VIOLÊNCIA INTOLERÁVEL

VIOLÊNCIA INTOLERÁVEL

No teatro de operações, onde a violência urbana mostra as formas de incredulidade humana, tanto na capital fortalezense, como no “interlã” cearense, nas periferias das grandes cidades, o palco da miséria, o cenário visual está “deletado” pelo modelo sócio-econômico atual. No jornal ‘O Povo’ de 31 de março de 2007, uma discussão vem à baila: “Tolerância Zero”. Com matéria de Raquel Chaves da redação. A jornalista tenta se inserir com extasia nas nuanças da violência. Procura mostrar a população, através de opiniões de vários jornalistas as causas e conseqüências, bem como soluções que deveriam ser tomadas para o expurgo desse câncer, que vem desorientando os seres humanos, de todo orbe terrestre. O programa “O Povo Quer Saber”, da rádio O POVO/CBN, traz a figura de Roberto Monteiro, titular da Secretaria de segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). Como atenuar, pois acabar é impossível, a violência reinante em todos os quadrantes do nosso Ceará? O homem do campo, o agricultor em épocas de vacas magras, não consegue colher o mínimo para o seu sustento e de sua numerosa família. As agruras começam a infernizar a vida desse laborioso trabalhador rural, trazendo-lhe a fome, a miséria, as ações deleterianas que transformamos ideais de um homem sofredor numa esperança inóspita, levando-o à migração de seu torrão natal para o desconforto das favelas, dos viadutos e das famigeradas zonas de risco da capital. Demitri Túlio, Arthur Ferraz, Guálter George, Fábio campos e Erick Guimarães, são os sabatinadores. Sempre contestei o porquê da Segurança Pública não ter um cearense a sua frente!

O que os sabatinadores colocam em discussão, principalmente quando falam sobre “Tolerância zero”, é sabermos se o cearense tem cultura suficiente para assimilar um projeto de tamanha envergadura! A administração moderna fala muito na ferramenta “SWOT’, pontos fortes e pontos fracos, a velha FOFA (Fortaleza, Oportunidades, fraquezas e Ameaças), será que o novo governo já absorveu essas particularidades? Fala-se muito, que o policial é despreparado, às vezes violento, mas nunca procuraram ir até o âmago da questão, para ver “in loco”, por que essas nuanças acontecem. Ficar apontando soluções cheias de rutilância é atirar para cima e esperar aonde o projétil vai cair. Primeiro o efetivo da polícia Militar é o mesmo de 1972, a população cresceu e nenhum governo deu bolas para o que estabelece a ONU (Organização das Nações Unidas) em termos de efetivo. A contratação de mil policiais denota exitoso fato de desespero. Senhores, a Polícia Civil e Militar estão necessitando de homens vocacionados para o “mister’ da segurança, e não mais um como última opção de emprego. Temos um efetivo cansado, estressado, mal alimentado e com graves problemas familiares, pois o que ganham é uma miséria e para não sofrer tanto faz bicos para o complemento da renda mensal. Só um cego não vê! Pelo que vejo o cearense tem a memória curta, pois alardeiam o caso do capitão Daniel Gomes, e o caso do Juiz Percy Barbosa, Nicolau e de inúmeros advogados envolvidos em corrupção e determinados políticos que ganham muito bem. Não é necessário analisar o que foi analisado na entrevista, pois o foco principal são problemas internos. Senhores nós queremos soluções. Diríamos que o jornalista muitas vezes deixa a ética de lado e passa agir pelo animismo. “O senhor já tem o diagnóstico de quem presta ou não presta dentro da policia civil? Será que o jornalista demitri Túlio não teria uma pergunta mais alvissareira do que essa? Já ouvimos comentários vários, mas nunca ninguém falou em remunerar bem os policiais! De uma coisa pode ter certeza; ”A segurança pública é o resultado de todo um complexo de medidas, que começam no campo social. “Temos que prover aos jovens caminhos que não sejam cotados pela marginalidade e pelo crime”. Bela afirmação! Mas, o problema que tais medidas não saem do papel e caem na mesmice. Na Holanda a droga é oficializada, no Japão o índice de criminalidade é praticamente zero, por que isso acontece: por não existir o ócio, todos trabalham, a cultura é uma preocupação constante e as crianças não vivem perambulando nas ruas, vendendo seus corpos para viver, consumindo drogas e ademais praticam esportes por prazer e não por obrigação. Hospitais públicos em petição de misérias, transporte escolar matando estudantes no interior, flanelinhas nas ruas, esmoler em grande quantidade. Senhores a melhor opção para se amenizar a violência são os setores básicos: educação, saúde, emprego, moradia condigna, desnutrição fora de combate. Hoje a escola das crianças e dos adolescentes são as ruas da cidade, e quais providências são tomadas? Nenhuma! Estamos à mercê das aves de rapina que nos sugam os impostos exorbitantes que pagamos esse detalhe também gera violências.

ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI E ACADÊMICO DA ALOMERCE

Paivinhajornalista
Enviado por Paivinhajornalista em 08/04/2007
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