Forças que atuam no cenário do mundo

Forças que atuam no cenário do mundo

Por Carlos Bernardo González Pecotche (Raumsol)

A vida humana se desenvolve alternando-se sob a influência de duas forças: a do bem e a do mal, e é tanta a influência de ambas na natureza humana que até se confundem. Daí que o bem, de que muitas vezes se desfruta, só provém da força do mal, não sendo mais que um bem aparente, circunstancial: um engano. As consequências se advertem logo após a alma internar-se nos domínios dessa força negativa.

O que é que o ser humano necessita para conhecer e descobrir

a força do bem e do mal?

A razão, que todos sem exceção possuem, mas que não está capacitada para discernir em quais aspectos se confundem e até onde alcança a influência perniciosa daquela que tantos tormentos causa ao coração humano.

Frente a esta interrogação, as inteligências, ao não poder desentranhar o mistério e não compreender o porquê dessa disputa sinistra, mostram-se indiferentes. Esta é a causa de que o mal tenha-se espalhado tanto e se tenha apoderado do mundo. Pouquíssimos são, na verdade, os que optam por tomar para si o trabalho de descobrir em que se diferenciam essas forças; os outros preferem continuar despreocupados do problema, deixando que o mundo prossiga sua marcha à mercê daquilo que, para eles, está além de seus próprios domínios.

Não obstante, está demonstrado até a evidência, que a alma é capaz de sobrepor-se e vencer a luta contra o mal, quando a inspiram pensamentos de identificação plena com as forças do bem, que são as que consolidam, precisamente, o que não se destrói, o que não causa nenhuma dor a ninguém, embora sim, muitos incômodos e sacrifícios, pelo próprio fato de que as virtudes que engendram, obrigam a comportar-se atendendo aos ditados da consciência moral.

As forças do mal tomam corpo, primeiro individualmente e depois coletivamente, para debilitar a vontade dos seres. Por efeito disso a alma adoece e acha-se indefesa; indefesa para as lutas que deve enfrentar, os reveses que deve sofrer e as angústias que se vê forçada a passar, porque as poucas forças que ainda restam agrupadas em torno dessa vontade que se quer fazer prevalecer, dominando as debilidades, vão se extinguindo pouco a pouco, como a luz do candeeiro quando o elemento que ilumina chega ao fim.

Diferente é quando os seres humanos, vinculando-se uns aos outros em estreita compreensão do que significa uma verdadeira irmandade de ideais e de consciência nos propósitos que guiam a existência, se prestam auxílio em mútua colaboração e, unidas todas as vontades, ou melhor dito, os fragmentos de vontades que cada um pode oferecer como concurso próprio para superar a existência geral, contribuem para que se vençam os obstáculos e se fortaleçam os espíritos, estimulados dia após dia pela convicção, cada vez mais crescente, de que nessa força de união reside um fragmento da força universal.

É uma realidade evidente que cada um, em pequeno, possui essa força universal, e é também realidade, que pode aumentá-la na identificação de propósitos com outros semelhantes que seguem iguais rotas de evolução.

Trechos extraídos do livro Introdução ao Conhecimento Logosófico, p. 139

Carlos Bernardo González Pcotche
Enviado por Edlamar em 03/08/2013
Código do texto: T4417919
Classificação de conteúdo: seguro