FRANCISCO, O PAPA SEM OURO E SEM PRATA É UM HUMILDE JESUITA POPULISTA.

Brasil afinai vossos pandeiros. Sacolejai vossas caixirolas. Mulatas desse Brasil inzoneiro bamboleiem vossos traseiros. Francisco chegou com seu populismo portenho cristão.

E lá se foram os planos de Lula tornar-se Papa. Francisco é insuperável e infalível. Não traduza populista apenas por mentiroso; também não são sinônimos. Mas há quem não faça essa diferença nem como adjetivo e nem como substantivo e tão pouco como sendo uma prática de relação direta entre o povo e um líder carismático que estabelece com ele um vínculo emocional – não racional. As práticas populistas, em geral, são acompanhadas de atitudes demagógicas principalmente com a farta distribuição de benefícios sociais aumentando, de maneira irresponsável, o gasto publico de uma Nação.

Mas ficamos com o populismo mais rasteiro; aquele com balangandãs, retóricas incompreensíveis às massas e metáforas marotas de portas de fábricas e de palanques.

O Papa é um monarca absoluto. Ele representa uma monarquia eletiva teocrática, de um sistema hierárquico complexo que vai do diácono ao Papa. A sede dessa monarquia, como se sabe, é o Vaticano, um enclave de 44 hectares com aproximadamente 800 habitantes. Dali esse monarca comanda 2 bilhões de católicos romanos. O Vaticano é um Estado teocrático monárquico governado pelo bispo de Roma que também é o Papa desde o tratado de Avinhon quando o Papa Clemente V mudou-se para essa cidade francesa com toda a sua corte em 1309 porque em Roma não aceitaram as manobras que resultaram na eleição dele. Em Avinhon realizaram-se seis conclaves que elegeram , inclusive o Antipapa Bento XIII. Mas isso já é outro assunto. Em 1379 o papado voltou a Roma. Entre 1870 e 1929 o Vaticano foi apenas um bairro de Roma. Nessa data o Papa Pio XI assina um tratado com o ditador fascista Benito Mussolini que declara o Vaticano um estado soberano, neutro e inviolável.

Soberano significa que nenhum outro Estado se mete com ele;neutro significa que ele não se mete com nenhum outro Estado e inviolável significa que ninguém sabe o que se passa lá dentro.O acontece no Vaticano fica no Vaticano; parodiando o famoso lema de Las Vegas.

Alguns Papas foram populistas; a maioria não. É austera, apolítica. Não se sabe mais do que isso, apenas o que aparentam ser. João Paulo II foi, por excelência, um Papa populista; um Papa pop, como ele mesmo admitia. Quando chegou ao Rio de Janeiro disse: “o Papa é carioca”, com seu pesado sotaque estrangeiro. Em Porto Alegre repetiu o texto do “script do cerimonial”: “o Papa é gaúcho”, ele disse. Fez como Mick Jagger: “boa nóitch Riou”, como Paul MacCartney; “gosxtei de estarr de volta”, como Getúlio Vargas, “ trabalhadores do Brasillll”! gauchescamente sutaqueado; como Chacrinha, “vocês querem bacalhau?”

Numa favela disse que queria tomar um cafezinho “não um copo de cachaça”.

Aos jovens disse: “Agitem e façam confusão, mas não se esqueçam destas duas pontas da vida: os jovens e os idosos”. Ninguém entendeu nada, pois falava em dilmês tardio pré-cabraliano.

Depois criticou a tal de pacificação das favelas, à bala, e incentivou aos jovens para voltar às ruas. "Aqui, como em todo o Brasil, há muitos jovens. Vocês possuem uma sensibilidade especial frente às injustiças, mas muitas vezes se desiludem com notícias que falam de corrupção, com pessoas que, em vez de buscar o bem comum, procuram o seu próprio benefício. Vocês não estão sozinhos, a Igreja está com vocês, o papa está com vocês". Lembrava-me o PT tirando proveito político quando os jovens saíram às ruas protestando durante a Copa das Confederações.

O populismo de Francisco aparece ainda mais, pois sucedeu um Papa distante de seu rebanho, amuado com a vida e sabe-se lá mais com o quê, renunciando ao trono de Pedro. Francisco não calça sapatos vermelhos, como é da indumentária papal, prefere-os pretos. Mudou apenas a cor, pois o fabricante é o mesmo e caríssimo. Prada. Em pouco tempo de mandato beijou mais crianças que o “beijoqueiro” (quem se lembra dele?) e beijou a Dilma com latina empolgação o que deve tê-la deixada, digamos, agradecida, pois há muito ninguém a beija com tal entusiasmo.

Beijou até a pequena estátua negra de Nossa Senhora Aparecida esculpida em madeira e certamente ainda beijará muuuito até domingo.

Como todo populista, em seu discurso ao povo brasileiro e aos jovens de diversas partes do mundo, cometeu algumas “preciosidades”. Quem escreveu o discurso, o “ghost writer” entende muito bem de populismo: "Senhora Presidenta,” foi o primeiro agrado. Dilma adora ser assim chamada, no feminino, uma estratégia marketeira do PT para marcar a primeira mulher presidente do Brasil. “Aprendi que para ter acesso ao Povo Brasileiro, é preciso ingressar pelo portal do seu imenso coração; por isso permitam-me que nesta hora eu possa bater delicadamente a esta porta.” Essa tocou fundo e vários olhos ficaram marejados.O sorriso de Dilma e seu olhar de ternura foi encantador.

“Cristo “bota fé” nos jovens e confia-lhes o futuro de sua própria causa: Ide, fazei discípulos. Também os jovens “botam fé” em Cristo. Eles não têm medo de arriscar a única vida que possuem porque sabem que não serão desiludidos.” Uma gíria elegante e suave para o momento. Eu, particularmente, “botei fé” no “ghost writer”.

“Os pais usam dizer por aqui: os filhos são a menina dos nossos olhos. Que bela expressão da sabedoria brasileira que aplica aos jovens a imagem da pupila dos olhos, janela pela qual entra a luz regalando-nos o milagre da visão!” Parecia o Lula falando.

“Não tenho ouro nem prata, mas trago o que de mais precioso me foi dado: Jesus Cristo!”

Deixei essa frase para o final porque nela está embutida uma mentira. O Papa tem ouro e prata sim, e em grande quantidade. O patrimônio do Vaticano está avaliado em mais de 700 milhões de euros, segundo fontes disponíveis na internet, sem incluir as obras de arte da Santa Sé, a Basílica de São Pedro e a Capela Sistina que o mercado de arte e imobiliário internacionais afirmam ser impossível avaliar.

Uma vez por ano o Vaticano arrecada cerca de 50 milhões de euros, no dia 29 de junho. Dia do Óbolo de São Pedro, um sistema de arrecadação que coleta donativos nas 5.627 dioceses em todo o mundo. Os ativos do Vaticano, o capital em circulação, ultrapassam 5 bilhões de dólares.

Esse dinheiro serve para sustentar a Cúria Roma que tem mais de 2.500 funcionários e a Cidade do Vaticano que emprega cerca de 1.500 pessoas. Mas a Igreja não paga impostos, pois é uma corporação sem fins lucrativos. E há o Banco do Vaticano, esse sim lucrativo, como todo banco, que guarda em seus cofres cerca de 4 bilhões de dólares, dinheiro que pertence aos investidores que moram na Cidade do Vaticano, aproximadamente 800 pessoas. Os dividendos de todas as operações do Banco do Vaticano são pagos ao Papa. João Paulo II, o carismático populista – mas um monarca conservador - o Papa Pop, tinha MIL apartamentos espalhados pela cidade de Roma, todos registrados em seu nome: Karol Josef Wojtyla.

Além disso tudo, o Vaticano é o maior proprietário de terras e de imóveis em todo o mundo, e tem investimentos em outros bancos, em companhias de seguros e ainda tem participação em empresas de produtos químicos, aço, construções e imóveis.

Com toda essa riqueza, nós brasileiros, com os impostos que pagamos, estamos financiando a visita do Papa Francisco. Inicialmente orçada em 800 mil reais, já ultrapasse mais de um milhão nesse poucos dias de permanência de Sua Santidade infalível.

De fato o Papa Francisco não tem “ouro nem prata” certamente porque que recém chegou ao cargo. Como só sairá de lá morto e aparenta excelente saúde, restam-lhe ainda uns bons anos pela frente para juntar ouro e prata com toda a doçura e a humildade de um franciscano jesuita.