HOMEM PRÁTICO, TEÓRICO E POÉSIS

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR

Não existe o bom ou o mau; é o pensamento que os faz assim.

William Shakespeare

Sabemos que na visão do educador Ivo José Triches “educar é arte de transformar o outro em um ser distinto de nós”, porém, as atitudes tomadas pelo Estado, pela Família, pela Igreja e pela Escola, instituições responsáveis, direta e indiretamente pela educação e pela instrução da criança e do adolescente, caminho da vida que leva para o exercício de ser cidadão, estão realmente em crise sem precedentes no mundo todo, principalmente no tocante a crise de valores axiológicos de toda ordem.

A formação e ou exemplo dado pelo Estado, cheio de demagogia e corrupção na gestão do dinheiro público nos três níveis de governo: federal, estadual e municipal, vai de encontro à formação dada pela Família, esta esfacelada em dezenove tipos de “família”, bem como vai ao encontro de uma infinidade de Igrejas, oferecendo salvação via milhares e milhares de caminhos proféticos, enquanto no tocante a Escola, existe uma pública que é paga por todo mundo e uma privada que é uma escolha da Família numa espécie de sua tentativa para salvar a formação e a instrução de sua prole, abalada com o uso de todos os tipos de drogas licitas e ilícitas, fáceis de serem encontradas e compradas em qualquer esquina das grandes e pequenas cidades do Brasil e do mundo. Durma com tanta crise de ordem moral e estrutural apresentadas em suas ações e atitudes. E isso não deve servir de exemplo para formar ninguém que leve para canto algum, a não ser para desmoralizar as próprias instituições ora enfocadas.

O homem para ser homem precisa de três grandes dimensões para justificar a sua própria existência humana. Falamos das dimensões do homem: a) como um ser prático, vivenciado quando estamos justamente voltados para o campo da ação que envolve todas as formas de gestar e administrar o nosso fazer cotidiano dentro do Estado, da Família, da Igreja e da Escola. O ser humano precisa em sua caminhada saber como adquirir meios e ou caminhos para solucionar os velhos problemas de sua existência e de sua gente no campo de ação, sem ela tudo não passa de engodo. Veja o exemplo de um professor que foi educado no tempo da palmatória e que aprendeu a alfabetizar uma criança desta maneira e procura sempre arranjar alguma forma que faça a substituição da palmatória, porque atualmente é proibido usar em sala de aula tal instrumento torturante. Este tipo de professor já não tem mais como dizer que é um professor capaz de ensinar as novas gerações. É a mesma coisa de um gestor federal, estadual e ou municipal de que fica o tempo todo fazendo ilações administrativas em termos de projetos e mais projetos sem verbas para suas realizações reais. Entendemos que será melhor que tais gestores sejam mais práticos, ou melhor, voltados para o campo de ação para atender as necessidades de quem não entende o que é corrupção administrativa na prática e muito menos na teoria, via projetos intermináveis; b) como um ser teórico, ou seja, quando estamos todos preocupados com a chamada busca pela verdade, ou seja de defrontamos de situações problemáticas e que na realidade precisamos e desejamos encontrarmos soluções. Porém, se continuarmos apenas estudando e ou fazendo projetos, sem se chegar a qualquer tipo de solução, é prova cabal de estamos vivenciando apenas um ser teórico e nada mais; c) como um ser de poésis, o vale que dizer que em sendo assim, nos leva ao aspecto da criação, pois, somente alguém que cria uma forma para resolver e ou expressar seus sentimentos, suas ideias a respeito de algum tipo de assunto de Estado, da Família, da Igreja e/ou da Escola, poderá afirmar de que arranjou o meio e ou caminho, em termos de método, próprio para resolver os problemas da coletividade, seja de que ordem for, na vida e na dimensão da gestão humana e de sua formação escolar, estatal, religiosa e familiar. E isso não é tarefa fácil, principalmente para gente sem visão de qualquer espécie.

Não se vai muito longe para se entender que até o cego vê, não pelos olhos, porém pela mente, não precisa ser letrado ou analfabeto, para um bom entendedor uma palavra, um olhar, um riso, uma cão atitude ou ação qualquer, já sabe onde vai parar, nas grandes ou pequenas realizações, ou até mesmo no caminho e no descaminho da corrupção dos recursos públicos e ou privados. Não é mesmo? Muito planejamento sem se chegar a lugar algum e sem envolver as três dimensões da existência humana nos parece encaminharmos para o caminho do falta tudo, inclusive a formação humana.

O Estado, a Família, a Igreja e a Escola, enquanto instituições administradas e/ou gestadas, pela união critica das três dimensões, somente assim poderá ser compreendida e se terá capacidade em termos de práxis, pois, por exemplo, em trilhando caminhos diferentes, os gestores de tais instituições não chegaram a lugar nenhuma, porque o que eles procuram dentro de si, não existe, que é justamente a faculdade de viver as três grandes dimensões do próprio homem. E o desconforto do homem não saber criar e realizar alguma coisa positiva em termos práticos, teóricos e de “poésis”, é justamente não saber enquanto ser em viver as três dimensões reais de sua própria natureza e saber humano e criar meios para resolver os velhos problemas do Estado (governos: federal, estadual e municipal), da Família (em qualquer tipo de familia, seja ela hetero e ou homossexual), da Igreja (uma, trinta, católica, protestante, espírita, ateia, etc) e da Escola (confessional, católica, protestante, espirito, leiga, laica, etc). Não importa, se acreditamos em Deus, Jeová, Javé, Iavé, Jesus Cristo, Maomé, Confúcio, Platão, Aristóteles, Sócrates, etc., o que importa é ter uma filosofia e uma formação humana dentro das três grandes dimensões que sintetizam o ser humano, porque o povo sabe quando está sendo enganado em todos os sentidos, inclusive se sabe que os últimos acontecimentos do povo nas ruas no Brasil, em uma democracia,isso é normal e não vai levar a qualquer tipo de transformação em nossa maneira de ver o Estado, a Família, a Igreja e Escola, em termos práticos, tudo depende de reformas e reformas, dependem da vontade do homem congressista: senadores e deputados federais, justamente os que não querem verem falar na palavra reformas, aguardem o povo nas ruas, porém, não sabemos qual o caminho que querem reformar.

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 07/07/2013
Reeditado em 07/07/2013
Código do texto: T4376148
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