O RAMO DE PALMEIRA

Meu marido é católico. Ontem ele voltou da missa trazendo o ramo de palmeira simbólico da entrada de Jesus em Jerusalém, antes do seu martírio.

Não sei porque, embora não sendo católica, este ramo sempre me atraiu, sempre me encantou. Todo ano, no domingo de ramos, peço a meu marido que volte da missa trazendo o ramo; coloco num lugar especial: no meu oratório particular, onde uma bela imagem de Jesus orna a minha sala - e fico com a sensação de que a minha casa foi visitada por uma brisa renovadora, cheia de alegria, de perfume, de bem-aventurança; de paz.

Talvez seja somente uma impressão. Que seja! É uma boa impressão... Osho, outrora, ensinou que Mestres funcionam como dedos voltados para a lua, mas que não nos devemos deter nos dedos, e sim na lua - naquilo para onde os dedos apontam. Há muitas pequenas coisas que funcionam assim: como os grandes Mestres que nos visitaram - são intermediadores de efeitos, de avanço, e de aclaramento consciencial, íntimo.

Assim, o ramo de palmeira é um intermediador - penso que da grandeza infinita da Criação; da fonte suprema; do manancial eterno, no cerne de tudo o que vive e que é! E não só o ramo; as flores renovadas todas as manhãs no meu jardim também são: vários, belos, graciosos, perfumados dedos apontando para a lua - e vejo a lua com bastante clareza, por causa destes mágicos e delicados dedos.

Vida! Hoje cedo, no meu jardim, havia uma nova rosa de mesquitinha, cor de rosa; quatro botões de onze horas mescladas de rosa e branco se abrindo; quatro novas margaridas laranjas; um pé de fortuna criado e cuidado pela minha filhinha, que está um deslumbramento de novas flores! Várias onze horas amarelas; novas azaléias abertas no vasinho com que me presenteou o meu filho no meu último aniversário; várias flores de amores-perfeitos...Um jardim botânico! Um deslumbramento...de Vida!

Quem, participando da construção gradativa de um jardim, e usufruindo de um tal resultado, deixará de entender - melhor do que tudo, entender e sentir - no âmago da sua alma, a obviedade de Deus? O que é Deus; e, sobretudo, a imanência divina, diante e dentro de nós...renovando tudo sempre, a cada manhã, e a cada hora?! Novos quadros, novos céus; novas flores no jardim; renovação afetiva entre os seres; decisões renovadas...criação, a partir disso...co-criação!...

Na oportunidade da Semana Santa, e em considerando a presença de Jesus no mundo outrora como divina Flor brotada do néctar da Luz universal, quero homenageá-Lo através de uma homenagem às minhas flores...a todas as flores existentes no mundo! E a todo e qualquer ser que, de alguma forma, surge nos nossos caminhos como uma janela aberta de par em par, através da qual entrevemos e antevemos a realidade ensolarada, suprema e magnificente do infinito inerente a todos, e a todas as coisas!


Com amor,

Lucilla & amp; Caio Fabio Quinto

Christina Nunes
Enviado por Christina Nunes em 04/04/2007
Código do texto: T437497
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