PELO FIM DO LEGISLATIVO

PELO FIM DO LEGISLATIVO

Heribaldo de Assis *

O que alguém faria com um funcionário incompetente, que gerasse despesas exorbitantes e, ao mesmo tempo, lesasse os cofres da empresa – certamente esse funcionário seria demitido.

Mas e quanto a esses funcionários denominados políticos – que são (na maioria das vezes) incompetentes, perdulários e corruptos – o que fazemos com esses tipos de funcionários? No Brasil esses funcionários não são demitidos – ao contrário, continuam no cargo, obtém mais regalias e lesam ainda mais os cofres públicos. Nesse aspecto há uma total inversão de valores em nosso país – o povo (patrão dos políticos) além de ser obrigado a sustentar as regalias desses funcionários de luxo não pode sequer demiti-los, afastá-los do mandato através da cassação dos direitos políticos

E a decisão de cassá-los não está nas mãos do povo, mas na mão de outros políticos – que protegem seus comparsas numa verdadeira demonstração de corporativismo.Ou seja, o povo contrata os políticos (através do voto) mas não pode sequer demiti-los quando estes se demonstram incompetentes e corruptos.E o pior é que pelas leis eleitorais do Brasil somos obrigados a participar desse nefasto jogo político – somos obrigados a votar (uma demonstração clara de que não vivemos em uma democracia) e mesmo que não votemos,ainda assim, os políticos são eleitos.

Eu não voto para candidatos do Poder Legislativo há uns 15 anos – afinal o Brasil já tem leis suficientes (precisa apenas fazer com que as boas leis sejam cumpridas).Para que pagar milhões para alguém criar novas leis se o próprio povo é ciente das sua próprias necessidades (necessidades que não são atendidas pelo governo).

Quando o povo brasileiro perceber que vereadores,deputados e senadores são perfeitamente dispensáveis vai deixar de votar nesses candidatos – imaginem a economia que obteremos dispensando esses funcionários de luxo.Essa economia na folha de pagamento da União representa mais escolas,mais hospitais,mais creches,investimento em segurança,melhoria das rodovias. Em um condomínio são os próprios moradores que se reúnem para tomar as decisões necessárias – por que então nós moradores desse imenso condomínio denominado Brasil não podemos nos unir e tomar as decisões necessárias a respeito dos destinos do nosso país?Existe algo denominado plebiscito (do Lat. plebiscitu - decreto da plebe) e, durante o movimento anarquista, o plebiscito foi um instrumento de consulta bastante utilizado - pois ninguém deve entregar (através do voto) o seu destino nas mãos dos políticos. Cuidar do nosso próprio país é uma patriótica tarefa que não devemos delegar a ninguém... Cuidar do Brasil é um dever e um direito de cada cidadão brasileiro – por isso é que nomear um representante político (através do voto) é um grande erro – o representante do povo tem que ser o próprio povo !

Esse é o princípio básico da Anarquia – que não é desordem, como muitos falsamente apregoam... A Anarquia é um sofisticado sistema no qual a voz de cada cidadão, individual e coletivamente, é realmente valorizada!

Além disso, vivemos na Era da Informática- estamos conectados através de redes sociais: podemos interagir para escolher os melhores rumos para o nosso país – tudo isso sem onerar os cofres públicos. Afinal o que é melhor: pagar altos salários para vereadores, deputados e senadores ou pagar (através dos impostos) a construção de melhores escolas públicas para nossas crianças ?

* Escritor, Poeta, Filósofo, Compositor, Redator-publicitário e Licenciado em Letras pela Uesc - Universidade Estadual de Santa Cruz. E-mail: herisbahia@hotmail.com