1- O que podemos dizer sobre a participação brasileira na Copa das Confederações?
 
Esquecendo momentaneamente as vaias que Dilma recebeu, os protestos que ofuscam a competição, o grito honrado dos jovens contra o circo sem pão, pretendo analisar o que ocorrerá quando o Brasil enfrentar a Espanha.
 
Hoje e amanhã as duas seleções entrarão em campo, portanto seria cômodo aguardar a segunda rodada.
Não seria um absurdo também esperar, no máximo, mais doze dias, verificando o desfecho dessa cena tão previsível.
 
Eu não gosto, entretanto, de ficar em cima do muro.
 
2- Primeiro quero lastimar o que venho escutando a imprensa dizer.
 
Todos nós sabemos que o torcedor saboreia resultados.
Ganhou, está bem; perdeu, está horrível.
Eis o resumo da filosofia do povão.
 
Observar, no entanto, o discurso imbecil dos jornalistas, apresentadores e comentaristas, os supostos especialistas, é irritante pra caramba.
 
Aborrece demais verificar eles tentando negar os fatos.
 
3- Após a vitória brasileira na estréia, Milton Neves, enquanto a Band mostrava o treino da seleção espanhola, disse:
 
“Eles não vão poder contar com a ajuda de Messi para ganhar!”.
 
O que é isso, pessoal?
Eu enlouqueci?
 
Esse idiota não conferiu a Espanha vencer as últimas três competições mundiais sem a “ajuda” de Messi?
 
Quando Messi foi importante nas conquistas da imbatível Espanha?
 
4- Escutei também elogiarem bastante a defesa do Brasil depois deles conseguirem conter o poderoso ataque japonês.
 
Não dá!
Eu tento torcer pelo Brasil, porém tanta incoerência e estupidez me levaram a desenvolver uma grande antipatia pela equipe tupiniquim.
 
Não tem jeito!
A única coisa que sinto vontade de dizer é: Vá se catar!
 
5- Sobre a pergunta do título, quero realçar antes que foi prazeroso demais ver a Espanha jogar contra o Uruguai.
 
Eles não jogam apenas futebol.
Oferecem um espetáculo que combina bastante com a poesia.
 
Tocam a bola como se estivessem apresentando um número musical.
Marcam com uma disciplina tática invejável.
A movimentação da equipe e as muitas alternativas impossibilitam a ação adversária.
Enfim, eles deslumbram realçando o futebol-arte da atualidade.
 
Ah! Como foi bom ver a Espanha estrear!
 
6- Numa semifinal ou final (não sabemos se o Brasil será o primeiro ou segundo nessa fase), haveria condições do Brasil vencer a Espanha?
 
Em 1986, na Copa do México, começando sua caminhada que tropeçou nos pés franceses, conforme a foto acima destaca, o Brasil venceu a Espanha com um gol de Sócrates.
 
Eram outros tempos.
Era um outro Brasil.
Na ocasião parecia que o show pertencia ao nosso futebol.
 
E agora?
O Brasil vencerá?
 
7- Os brasileiros torcerão, acreditarão, rezarão.
Não custa nada!
 
Quem sabe, nesse dia, Neymar finalmente joga alguma coisa!
Quem sabe a seleção brasileira supera todos os limites!
Quem sabe o Brasil faz uma exibição impecável!
 
É possível!
 
Quem sabe, nesse dia, os espanhóis são atacados por uma indigestão!
Quem sabe o maravilhoso toque de bola não flui!
Quem sabe os atletas da Fúria levantam com o pé esquerdo!
 
Afirmam que milagres acontecem.
 
8- Contrariando a enorme torcida brasileira e a nossa imprensa nada independente, eu vou torcer pelo êxito do bom futebol.
Desejo que a lógica prevaleça!
 
Prefiro os versos, as palavras mágicas e a melodia das metáforas.
As atitudes repletas de encanto me fascinam.
Não sei ficar sem a inspiração majestosa que move a alma sedenta de beleza e paz.
 
Por isso, peço que vocês não fiquem chateados comigo!
Eu vou torcer muito para que a Espanha vença.
 
Não sei vocês, mas penso que o Doutor compreenderia a minha escolha.
 
Um abraço!
Ilmar
Enviado por Ilmar em 19/06/2013
Reeditado em 19/06/2013
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