Acima das nuvens
Como nosso governo vive voando (literalmente), sempre é o último a descobrir que nossa aviação civil (militar nem se fala) está em crise (ou o comando da nação é que está?). E nas raras vezes que transita em terra firme, faz declarações bombásticas para empolgar a massa que o levou ao poder. Há menos de 15 dias “exigiu” data para o fim do caos que assola os usuários de aeroportos. No meio do caos instalado, o Mi(si)nistro Waldir Pires fica a ver navios (ou aviões?). Este sim deveria voar mais vezes para conferir de perto as barbaridades que ocorrem em sua área. Mas “Pires” não voa. Se fosse “xícara” teria mais chances, pois esta tem asa.
Esta exigência de soluções imediatas da figura máxima do governo deveria ser feita também nas áreas de saúde, educação, trabalho, segurança, indústria, agricultura, moradia, transporte e economia.
No entanto, nada funciona corretamente por três fatores principais:
1 – Os orçamentos destinados para cada área são definidos (ainda que com atraso) e aprovados pela Câmara Federal. Mas na metade do ano (ou antes) os valores são cortados entre 25% e 60% dependendo do impacto político que garanta a perpetuação no poder das parasitas que “galgaram” (como gatunos escalando muros residenciais) os postos de comando. Ou mesmo por “ordem” de um abutre estrangeiro que esvoaça sobre nossas cabeças pronto para sugar qualquer gota de sangue que ainda corre em nossas veias.
2 – Do que sobra para aplicar na modernização, equipamentos, treinamentos, manutenção e outras ações correlatas, cada chefete (os organogramas de nossas empresas públicas são excessivamente verticais) busca um meio escuso de se locupletar do cargo que lhe foi conferido. Sempre deixam uma “merreca” para comprar uma máquina há 15 anos fora de uso no primeiro mundo, umas 100 apostilas para postos críticos, um rolo de arame para amarrar pés de móveis prestes a desabar, ventilador para substituir o ar refrigerado que não funciona há 4 meses e uma “verba” para agradar fiscais que possam contestar condições inadequadas de trabalho.
3 – A Justiça omissa e com preguiça não age para punir culpados encontrados com a mão (e o corpo todo) na “massa”. Bandos de advogados de plantão estão com mandatos de soltura para seus réus primários (mesmo com 20 escândalos nas costas). Os Juízes logo assinam tais documentos desde que seus polpudos salários e suas enormes vantagens estejam garantidos. Se fazem isto pelos marginais que portam armas de fogo, por que deixariam de atender aos que usam silenciosas canetas?
Haroldo P. Barboza – Recreação Pedagógica (5ª. Idade e infantil – a domicílio)
Autor do livro: Brinque e cresça feliz
Referendo de sucesso será o que permitir expurgo no Congresso.
O futuro da nação escorre pelo ralo da corrupção.