UMA GERAÇÃO DESLUMBRADA

Vai começar o grande teste para a Copa do Mundo de 2014. A Copa das Confederações é o grande ensaio. Mesmo para um teste, estamos muito longe do ideal. Os estádios de futebol que serão usados, todos agora chamados de “arenas”, nenhum está 100% concluído.

A infraestrutura segue no mesmo caminho. Os turistas começarão a chegar, e o Brasil não estará preparado para recebê-los. Nem o exército nas ruas impedirá as ações dos marginais. Esses sim devem ter uma estrutura já montada, para se aproveitar de pessoas inocentes, e sem a noção da nossa violência.

E passaremos vergonha em outras áreas também. Na terça-feira, a capa do site “Globo.com”, estampava que nenhuma das seis arenas que receberão jogos da Copa das Confederações, terá estrutura 100% 4G. Isto significa dizer que os jornalistas de primeiro mundo, se sentirão como se estivessem em qualquer país africano.

O governo brasileiro resolveu construir elefantes brancos e se esqueceu do resto. De transportes a aeroportos estamos crus. Enquanto isso, só com a reconstrução do Maracanã, agora dado de graça para a iniciativa privada, foram gastos um bilhão e duzentos milhões de reais.

Já se sabe agora, que cada um dos dezesseis jogos da Copa das Confederações custará outros dezesseis milhões de reais. É triste saber que depois, todo esse dinheiro gasto não deixará legado nenhum para os brasileiros.

Pior, começamos a perceber certos setores da mídia brasileira, e eles têm toda razão, incomodados com a elitização dos torcedores brasileiros. Nestes dois amistosos da seleção alguém viu pessoas negras nos estádios? Nem as câmeras que passeiam pelos torcedores fizeram questão de mostrar. Trata-se de um fenômeno perigoso. Principalmente no Brasil. Um país de miscigenação de raças.

Por fim, desembarcamos no deslumbramento dos nossos jogadores. Todos ainda muitos jovens. E sem nenhuma noção do peso da camisa que vestem. Todos parecem se divertindo num piquenique. Com coragem de tirar sarro do titio Felipão. Estamos mais para o fracasso de 1950. Ou a bagunça de 1966. Está ficando evidente que na “geração Neymar”, não tem ninguém que possa dizer: Pessoal deixe comigo que eu decido. Neymar, Lucas, e Oscar, são projetos de craques. Meninos mimados.

Um novo Maracanazo seria humilhante demais para o único pentacampeão mundial. Se a Itália não vencer. O perigo desta vez, não serão duzentas mil pessoas caladas, sem entender o que aconteceu. O perigo será sessenta mil pessoas enraivecidas quebrando e matando tudo o que encontrarem pela frente. Já fazemos isso no nosso dia a dia, sem raiva nenhuma. Como se fosse banalidade.