O BEM-ESTAR MENTAL E A TELEVISÃO

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR

A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original.

Albert Einstein

Em lendo o livro “Liderança Invisível” de do autor Robert Rabbin, da Editora Cultrix, chegamos ao entendimento de que “a televisão tornou-se, de todos os meios de comunicação, o mais comum e o mais influente no mundo de hoje”, o que é de fato uma realidade em qualquer parte do mundo e até porque “não obstante, temos indícios de sobra de que os prejuízos individuais e sociais que advêm do horário de assistir à televisão superam em muito os benefícios”. É uma questão de limite a ser estabelecido pelos usuários, sejam eles crianças e/ou adolescentes via seus pais e/ou responsáveis. Salientamos que na realidade da sociedade brasileira a “nossa cultura é completamente dominada pela televisão e já não é capaz de lançar um olhar objetivo sobre o problema”. Assim sendo, a letargia originária do latim: lethargia: lethe, que quer dizer, esquecimento, argia e inacção, ou seja a perda temporária e completa da sensibilidade humana e do movimento por causa fisiológica, pode ser uma causa ainda não identificada, o que poderá levar o individuo a um estado mórbido em que as funções vitais estão atenuadas de tal forma que parece estarem suspensas, daí dando ao corpo a aparência de morte, haja vista seu estado de imobilidade e os membros pendentes sem rigidez de qualquer espécie, além da respiração e o pulso praticamente imperceptíveis e as pupilas ficam dilatadas e sem reação à luz. Assim a letargia, o ceticismo, a alienação pessoal e social, o alcoolismo, o uso de drogas, o esfacelamento completo das famílias, sem deixar de lado o aumento do número de suicídios e muitas outras desgraças que atingem a vida do ser humano em qualquer sociedade da face da terra.

É fato de que “a televisão causa muitos problemas, mas o pior deles é o caos neurológico que provoca nas crianças”, segundo nos informa o autor na obra antes mencionada neste artigo. A televisão é na realidade uma droga no sentido pleno da palavra, levando-se em consideração a visão que ela induz na consciência do individuo um estado de torpor e semi-hipnose que queira ou não vem aniquilar os processos de pensamento e de criação do ser humano daí por diante. E Roberto Rabbin menciona que “para as crianças, isso significa que elas não têm vontade (nem possibilidade) de brincar livre e criativamente enquanto assistem à televisão”, o que vale dizer em outras palavras, de que “porém, o desenvolvimento neurológico mais profundo e significativo da vida do ser humano acontece na infância, enquanto a criança brinca livre e criativamente”, podemos afirmar literalmente, que é aí onde se forma o futuro da criança, principalmente em uma sociedade como a nossa cheia de desigualdades sociais e de muito preconceito camuflado e consentido pelas classes dominantes e dominadas desde os tempos do Brasil-Colônia, desfilando no Brasil-Império e chegando-se ao ápice da violência discriminatória, étnica e social no Brasil-República de nossos dias. A televisão é o maior sistema educacional informal do mundo e que atinge a todas as classes sociais em países pobres e ricos, concretizando-se aí justamente a educação como instrumento de reprodução dos valores das classes que podem mais, o significa dizer é uma forma de alienação consentida de toda a população, enquanto a educação como instrumento de transformação social, cultural, histórica e étnica, fica para depois e povo fica vivendo de esperança pelo que não vem nunca, já que é controlado pelo que ouve pelos ensinamentos da televisão que adentra a todos os lares dos mais pobres aos mais ricos em todos os quadrantes do Brasil e do Mundo. De modo que na condição de adultos comprometidos e responsáveis, queremos que cada criança desenvolva suas potencialidades criativas, emocionais, intelectuais e físicos inatos, tendo em vista que tudo isso faz parte do desenvolvimento da criança em sentido amplo, onde, por exemplo, ela aprenda a trabalhar em equipe, a resolver problemas, a imaginar, a fazer poesia, a prever, a olhar para dentro de si e aprender a reagir forma positiva, diante dos obstáculos e desafios impostos pela vida na sociedade moderna, onde, à criança e à juventude vive “dopada” e “esmagada” diariamente com os bombardeios constantes de poderosas imagens do vídeo televisivo. De modo que o poder criativo da criança e/ou adolescente é substituído pela imaginativa reduzida e simplificada da televisão, onde tudo é possível, aqui e agora.

Podemos mencionar de que “a destruição contínua e sistemática dos processos de desenvolvimento da criança geral adultos que, de uma maneira ou de outra, são deficientes” no dizer de Robert Rabbin. É com certeza um processo sistemático de mutilação da alma da criança e do adolescente, e isso é um ato criminoso, tendo em vista que tira da criança e do adulto no qual ela vai se transformar, o sonho e o potencial que ela tinha ao nascer e que nunca mais poderá realizar. E a sociedade (governos, famílias, escolas, etc) fica com a responsabilidade de inventar maneiras de compensar essa tragédia natural que é a perda do potencial natural da criança e do adolescente. Daí a tragédia do fracasso escolar e pessoal da juventude e dos adultos da atualidade.

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 10/06/2013
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