As conseqüências da depressão na terceira idade e como evitá-la.
Desde que constatei, há cerca de cinco anos, o Mal de Parkinson, venho acompanhando e pesquisando a respeito do assunto.
Com a finalidade única de prestar subsídios esclarecedores a companheiros escritores deste Recanto, que porventura estejam vivenciando problema idêntico, transcrevo, a seguir, algumas informações as quais considero de suma importância para o parkinsoniano e portadores de outros males neurológicos que se somam à depressão.
Geralmente, vários fatores são responsáveis pela doença nessa nova fase da existência, ou seja, a terceira idade, como é conhecida. Um deles é a aposentadoria que nos obriga a empreender mudanças radicais na conduta de vida, permitindo, inclusive, que fiquemos ociosos. A não aceitação pelo desligamento do emprego, a ausência de perspectivas para o futuro e o isolamento social têm grande influência no processo depressivo.
Essas são as razões deste escritor se empenhar, a fundo, em diversas atividades sociais, culturais e até profissionais. É imprescindível, contudo, o apoio irrestrito da família, a qual deverá compreender, dispensando doses de tolerância e apoio moral.
Alguns sintomas de depressão afloram por meio da tristeza, ansiedade ou sentimento de vazio constante, perda de interesse nas atividades habituais, distúrbios do sono, alterações no apetite, diminuição da energia, cansaço contínuo e dores persistentes que não respondem a tratamento.
De acordo com estatística não muito recente, o percentual das pessoas com mais de 65 anos, portadoras desse mal, era de 15%.
As origens dessa anomalia são diversas. Algumas pessoas se tornam deprimidas após um problema que as afetou fortemente. Outras por uma combinação de vários motivos. Em casos esporádicos, surge sem causa aparente.
A depressão pode se originar ainda por outras doenças, remédios indicados para o tratamento da hipertensão arterial e da artrite, utilização do álcool e drogas. Ela também aparece em decorrência de doenças prolongadas ou súbitas como derrame cerebral, câncer, diabetes, mal de Parkinson e distúrbios hormonais.
Certos médicos indicam remédios fitoterápicos, pois, segundo eles, são menos agressivos à saúde dos idosos. O maior empecilho, no entanto, costuma ser o próprio paciente o qual, por vezes, acredita no desaparecimento da depressão, de maneira repentina, com a justificativa de que tem preconceito contra a terapia psicológica.
Assim sendo, após a aposentadoria, torna essencial a prática de atividades que estimulem a criatividade e aumentem a vitalidade do cérebro. A Ioga, a biodança, as artes plásticas, o teatro, a leitura e, para nós, recantistas, escrever sempre. Tudo isto pode ter ação muito benéfica no período da crise. Aliviam a sensação de tédio e a depressão, dão mais segurança e, com isso, a pessoa se sente capaz de proceder a realizações pessoais, abrindo-se novas perspectivas para uma vida saudável.
Fonte: Jornal “Fio do Tempo”, publicado em março de 1997 pela SISTEL.