AVALIAÇÃO EDUCACIONAL

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR

A avaliação surge para fazer acontecer a própria qualidade da educação.

Michael Patton¹

Quem entender ser professor um dia tem que ser uma pessoa que tenha coragem e compromisso com a qualidade não apenas com os conteúdos programáticos estabelecidos em parâmetros quantitativos ou apenas de resultados, porém, com compromisso voltado para a qualidade social dentro dos princípios mínimos de desenvolvimento sustentável em educação como alavanca primitiva do desenvolvimento integral da sociedade que se quer atingir diante das grandes e penas nações do mundo. Acabou aquele conceito de que uma nação era respeitada apenas pelo número de soldados de sua força nacional e da quantidade de rifles, metralhadoras, balas, etc. A avaliação pode e deve ser compreendida como uma estratégia educacional permanente, desde a regulação à emancipação propriamente dita. A avaliação educacional em qualquer nível de ensino: infantil, básico, tecnológico, superior, etc., é preciso assim, contemplar o dinamismo da própria ação tida como medida educativa, sempre complementar ao dinamismo vivenciado pela própria sociedade em si que se quer construir em termos de educação como instrumento de transformação permanente, visando acompanhar os desenvolvimentos atingidos fora da sala de aula, nos laboratórios de pesquisas em todas as áreas do conhecimento humano. Jamais entender a educação como sendo mero instrumento de reprodução da sociedade do passando no presente, pois, isso significa atraso e politicamente significa a ideologia da alienação das massas discentes e docentes. Só vai servir ao aparelho opressor dos “donos” do poder de plantão na ordem do dia de suas malfadas gestões administrativas: municipal, estadual e federal. É evidente de que a construção de um conceito de qualidade em educação deve ser construído no seio e no meio da própria escola (gestores, docentes, discentes, pais, comunidade interna e externa, técnicos administrativos e auxiliares, etc, através de proposta de PDI – Plano de Desenvolvimento Institucional localizado em cada unidade escolar), pois, se assim não for, jamais a escola em que estudamos terá o conceito de qualidade aceitável pela sociedade.

Em síntese, a qualidade da avaliação educacional não acontece por acaso, e isso só ocorre quanto a educação se apresentar voltada para a formação plena do ser humano enquanto cidadão local, regional, nacional e internacional. E até porque “não existe qualidade como dualização social. ...qualidade para poucos não é qualidade é privilégio. Nosso desafio [...] consiste em construir uma sociedade onde os excluídos tenham espaço, onde possam fazer-se ouvir, onde possam gozar do direito a uma educação radicalmente democrática...”, segundo Gentili e Silva (1999)².

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¹PATTON, M.Q. Qualitative Evaluation and Research Methods. 2nd ed. Newbury Park: Sage, 1990.

²GENTILI, P.; SILVA, T.T. (Orgs.). Neoliberalismo, Qualidade Total e Educação: visões críticas. 8.ed. Petrópolis, 1999.

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 25/05/2013
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