A Urgência e o Tempo
Atribui-se a Confúcio as seguintes palavras: “Não importa se vamos devagar, o importante é não parar”.
A síndrome da urgência é uma doença da modernidade, apesar da sabedoria popular já nos ter prevenido sobre os perigos da pressa e da impaciência.
“A pressa é inimiga da perfeição”, costumávamos ouvir dos mais velhos.
Noutro dia, ao receber um e-mail cobrando urgência de uma providência, um amigo respondeu com um dizer ele inventou naquele momento:
“Defronte de quem quer urgência, a gente dever ter paciência”.
O articulista Marcelo Tas do Estado de São Paulo escreveu em sua coluna que o bem mais precioso da vida é o tempo, ao que poderíamos agregar que tempo é vida, e, para ganhá-lo, seria necessário aprender a pensar, criar soluções luminosas para os problemas do dia-a-dia, criar idéias e pensamentos que fossem úteis para todos.
As pessoas apressadas, as que estão sempre a cobrar urgência de si mesmas e das demais, são as que mais violentam o tempo e a vida, as que mais erram, pois fazem tudo correndo, superficialmente, apressadamente.
A natureza segue seus processos e ciclos, não tem pressa, é sempre uma mestra exemplar.
O articulista do Estado dizia que as invenções humanas são uma forma de conquistar tempo livre que depois é desperdiçado por não sabermos o que fazer com ele. São os paradoxos da inteligência humana capaz de imitar a Natureza para inventar tanta coisa maravilhosa e depois deixar que aquelas modernidades venham destruir o próprio ser humano pelo excesso de comodidade e falta do que fazer, do que pensar, no imenso tempo que sobra.
O que fazer? Como liberar-se da escravidão imposta pelos ponteiros do relógio e pela urgência? Como adiantar-se ao tempo?
Como bem ponderou o articulista, o ser ou não ser de William Shakespeare poderia ser substituído pela indagação do que fazer com o pouco tempo que nos resta sobre este planeta.
O que acha o leitor?
Nagib Anderáos Neto
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