Importância e Urgência
Uma questão que permeia nosso cotidiano é estabelecer, em justa medida, o que é importante e o que é urgente. A correria e o clima de atropelo que caracterizam nossa época provocam, muitas vezes, certa ambigüidade em nosso critério, quando vamos fazer nossas escolhas na hora de agir.
Essa louca ciranda de fatos que vão compondo nossa vida é responsável por alguns equívocos que geram, mais tarde, complicações consideráveis, ou nos coloca em situações bem incômodas.
O que entendemos por urgente e o que seria importante?
Urgente, segundo o dicionário, é algo indispensável, imprescindível, e que exige que se faça rápido.
Já importante, no mesmo dicionário, aparece como algo que merece consideração, que é relevante e que é necessário.
Será que em nosso dia-a-dia conseguimos estabelecer cada coisa dentro desta avaliação, e com isso, tomar decisões e nos comportar de maneira adequada? De modo que promova resultados positivos?
Teremos tarefas que são importantes, essenciais, mas que podem esperar; podem ser realizadas com mais vagar e sem afobação. Não raras vezes decidir realizar algo importante, com pressa, nos faz cometer erros e desperdiçar energia, obtendo resultados aquém do esperado.
Outras vezes estaremos lidando com situações e realizações de tarefas que são prementes, emergenciais, pois estão vinculadas a alguma agenda ou prazo; estão ligadas ao fator tempo, que interfere de maneira decisiva no sucesso ou fracasso desta atividade, decisão ou escolha.
Saber pontuar bem o que é importante e o que é urgente é mapear o caminho a seguir dentro da rotina de nossa vida. A questão se apóia na arte de priorizar as ações, estabelecer dispositivos que garantam a realização das urgências e necessidades, de tal forma que se dê conta de tudo, para que tenhamos êxito em nossas proposições.
Como o homem é um “animal de hábito”, pode-se compreender que nossa mente funciona através de programações. Uma vez absorvidas trabalha sem exigir nossa própria interferência.
Nosso subconsciente funciona de maneira coerente dentro de sua programação. Se priorizar o tempo, sem levar em consideração outro elemento, ele responderá exatamente conforme a programação que foi feita. O tempo será perseguido a todo custo, não importando que para isso a qualidade ou a estratégia sejam desprezadas em detrimento da conquista do tempo. Da mesma forma, priorizar a qualidade levará nossa mente a buscá-la, não se levando em conta o tempo que isso exija para tal.
Se analisarmos a situação por este ângulo fica fácil perceber como é vital estar ciente do que se busca no momento de se decidir o que fazer.
Quando não nos detemos a fazer esta distinção, corremos o risco de viver em estado de constante angústia, pois a corrida contra o tempo é algo desgastante e extremamente nociva à realização.
Talvez esses dois elementos possam estar ligados ao número expressivo de casos de estresse nos mais variados meios profissionais. Isso nos leva a refletir: o ser humano, independente do tipo de atividade que exerça, está de alguma forma envolvido no dilema de distinguir o importante e o urgente, pois esta questão determina o ritmo que predominará em seu modo de agir na vida cotidiana.
A arte de lidar com a correria que os tempos modernos impõem a todos nós esta ligada a capacidade em distinguir o que é urgente do que é importante. E este pormenor interfere diretamente na qualidade de vida do ser humano.
Meu convite é que possamos prestar atenção a esse aspecto em nossa rotina e quem sabe, descobrir uma forma mais amena de lidar com a agitação dos tempos atuais.
Priscila de Loureiro Coelho
Consultora de Desenvolvimento de Pessoas