UMA SOCIEDADE SUFOCANTE

Não dá mais para fingir. Nem querer tapar o sol com a peneira. A explosão da violência e da criminalidade, nos grandes centros urbanos do Brasil é uma realidade. Que já começa a se refletir, nas cidades pequenas. O mais assustador é que a violência e o crime deixaram de ser exclusividade de marginais favelados.

Sem uma justiça, e punição que assuste pessoas pertencentes às classes média e alta estão cada vez mais aderindo ao crime. Aqui o mundo do crime parece ser sedutor e convidativo. Além de financeiramente lucrativo. E espelho para se entrar nesse mundo não faltam.

Quando saímos em busca dos culpados, geralmente os dedos são apontados para a desagregação da família brasileira. Isso é colocar o dedo em apenas uma parte da ferida. Essa desagregação está sendo imposta pela sociedade. É a nossa sociedade que vem sufocando as famílias numa linha sempre crescente.

Já não são os pais que educam os filhos. Atualmente a principal obrigação dos pais é trabalhar. De repente, se viram forçados a abdicar de educar seus filhos para colocar comida na mesa. Então quem está educando nossos filhos? Se sua resposta foi “a escola”, você errou.

Cansei de ver reportagens, em que bebês de quatro meses, vão para a creche porque as mães precisam trabalhar. Estamos deixando a educação dos nossos filhos nas mãos de pessoas totalmente estranhas. Ainda há aqueles que acreditam que as escolas deveriam educar. Embarcam numa grande utopia.

Bem que os professores tentam. Fazer milagres ninguém consegue. Sem que ninguém faça nada, brigas de alunos estão se transformando em hit na internet. Sem que ninguém faça nada, o traficante está cada vez, mais próximo do portão da escola. No fim, o que está sobrando para nossas crianças é entrar no esquema desde cedo.

O esquema que falo, é esse sufocamento da sociedade. Sem pais com tempo em casa, e sem educação nas escolas, sobram a TV, as ruas e a internet. Que desde muito cedo ensinam as nossas crianças a banalidade da violência. Entrar para esse mundo depois na juventude é um passo.

É esse o pior estágio. Quando os pais percebem que algo está saindo do controle é tarde demais. O jovem já está por conta própria. Os pais agora são pessoas obsoletas e caretas. Os primeiros passos rumo ao crime podem acontecer como uma espécie de fuga para o mundo da emoção. Nosso jovem é um alvo fácil para a desagregação da nossa sociedade. Ficará pior quando descobrirem o terrorismo.