A REALIDADE DA VIDA ESPIRITUAL
O Alamar Regis de Carvalho me envia, hoje pela manhã, o aviso da exibição de uma preciosidade na Rede Visão da tv espírita: um vídeo do trabalho de atendimento do espírito do Dr. Fritz por intermédio do falecido médium Edson de Queiroz, nos idos de 1987, o que não perderei. Porque, a despeito do disse-me-disse levantado em torno do Dr. Edson naqueles tempos, não descri da credibilidade do seu trabalho. Eu mesma tive o privilégio de assistir a um desses atendimentos em massa do espírito Dr. Fritz na Sociedade Ramatis do Rio, há muitos anos. Inesquecível; porque, além de ter me dado fim praticamente total ao problema crônico de amigdalite de que sofria na época, ainda pude presenciar a cena impressionante da retirada de uma bala perdida das costas de uma moça presente naquele dia na casa. Não escorreu uma gota de sangue, não houve um ai! Não foi preciso um ponto sequer. D. Fritz simplesmente mandou que ela descansasse cinco minutos e fosse embora, e assim a moça fez. Descansou e saiu andando da Casa, feliz da vida, deixando a numerosa audiência estupefata.
O Alamar é um valoroso defensor e divulgador da causa espírita. Ex-diretor na Globo, sempre envia mensagens, notícias e vídeos úteis. Outro dia mesmo enviou, também, um texto mais do que oportuno, falando no estrago que o cinema fez, até determinada época, no conceito correto da fenomenologia espírita. Com efeito, basta recordar filmes da linha de O Exorcista para compreendermos as boas razões que as pessoas possuíam até bem pouco tempo atrás para temerem qualquer acontecimento de ordem sobrenatural, e, em conseqüência, o seu próprio potencial de perceptividade psíquica para além dos sentidos ordinários. De fato, até hoje vejo muita gente francamente sensitiva nalgum aspecto alegando detestar a manifestação involuntária de tais dons de que se fazem portadoras. Alguns vêem espíritos desencarnados, e não queriam ver. Outros relatam todo um repertório de acontecimentos paranormais no decorrer de suas vidas irritados, achando-se portadores de alguma maldição. Outros, ainda, temem, espavoridos, os mortos, esquecendo-se de que possibilidade maior existe nos dias de hoje de sermos molestados pela perversidade fora de controle dos vivos.
Recordo-me, particularmente, de duas ocorrências no âmbito do meu dia-a-dia que poderiam servir perfeitamente de exemplo de que desercarnados bem intencionados existem tanto quanto mal intencionados, simplesmente porque, ao nos transportarmos de uma para outra dimensão, prosseguimos sendo simplesmente o que fomos por aqui. Quem viveu de forma má, não se santificará de uma hora para outra só por ter subido para o "andar de cima" - ou "de baixo"; quem era portador de uma índole boa, só tenderá a se aperfeiçoar neste sentido. Sobretudo, os de nosso círculo familiar, se nos amavam e envidavam boas coisas por nós, ainda melhor o farão e nos estimarão na esfera invisível, para estes mais grata e mais vasta. Não faz, portanto, nenhum sentido que compareçam à nossa visão para "assombrar-nos", como frequentemente os filmes irresponsáveis a respeito desses assuntos costumam mencionar.
Certa vez, há muitos anos, me achava num barzinho com música ao vivo em Ipanema, no Rio de Janeiro, acompanhada de um namorado que na época tinha perdido o pai havia poucos meses. Ele e este pai eram católicos e completamente desligados desses temas, mas a mãe, como com grande surpresa vim a saber depois, era espírita, com um extenso histórico de fenômenos de feição mediúnica na sua família; ela frequentava ainda mais assiduamente, após a morte do marido, o centro São Francisco de Paula, na Tijuca.
Conversávamos sobre assuntos banais, e, diante de nós na mesa, havia duas latas de refrigerante: uma cheia, a dele, outra vazia, a minha, cujo conteúdo já havia ingerido. A certa altura, para o nosso susto, a lata vazia se pôs a andar, deslizando sobre a mesa. Deslizava, parava um pouco. Deslizou novamente, e afinal parou, dançando de um para outro lado, como se alguém brincasse com ela nas mãos. E, de modo que a mesa fosse pequena e absolutamente regular, não escorregadia, num recinto fechado e sem nenhuma chance de algum golpe de ar que a isso justificasse de alguma forma (o ambiente era climatizado), ocorreu-me na mesma hora, sem pensar, um pensamento que externei: - "O teu pai está querendo falar contigo!"... Disse-lhe com calma, e sem sobressalto. Mas a única reação do rapaz, lamentavelmente, e passados poucos segundos, foi arrancar, visivelmente apavorado, a lata de cima da mesa, amassá-la, resoluto, e comentar: - "Pronto! Acabou-se! Agora não anda mais!"...
Doutra feita, me foi dado saber do acontecido com uma tia afastada, que há tempos atrás fora visitada pelo pai falecido no ambiente de sua casa, fazendo-se portador de um aviso de relevância a que, na época, por temor e desconhecimento, nem compreendeu nem quis fazer por onde entender. O pai surgiu-lhe na penumbra noturna da casa, asseverando: - "Filha; deixa este homem; sai desta casa, não espera mais!"..., referindo-se ao companheiro com quem vivia havia pouco tempo. Ela, por sua vez, presa de indizível medo supersticioso, preferiu, com o passar do tempo, ignorar aquele recado e atribuí-lo a coisas de sua imaginação, a delírios, ou a qualquer explicação distanciada de alguma influência voluntária a seu favor por parte do pai falecido.
Os anos se passaram. Ela sofreu incalculavelmente naquela união com um homem que, após praticar na vida em comum todo tipo de perversidade, finalmente a abandonou, esmagada pelo sofrimento.
É com base nestes exemplos que já é mais do que tempo de nos conscientizarmos e nos desfazermos dos tabus construídos pela mídia de má qualidade no tocante a esses temas. É importante observarmos estas ocorrências que nos ensinam que nem toda presença desencarnada é indicativo de assombração perniciosa, assim como o fato de nos acharmos encarnados não nos exime de coisa talvez pior, vinda dos próprios encarnados, do que qualquer visita do outro lado da vida poderia nos desfechar.
Já é tempo de entendermos de uma vez por todas que há sumo exagero no que é exibido em filmes como O Exorcista e Poltergeist, dramatizados com exacerbação com vistas a apelo de bilheteria. E que no equilíbrio supremo que rege a Vida no Universo chega a ser caricata a maneira como é encarada, ainda hoje, neste mundo, a facêta da existência que em verdade é a predominante na nossa trajetória espiritual, perante a qual as nossas estadias no ponto minúsculo que é a face material do planeta Terra não passam de sonho fugaz no contexto da continuidade infinda do caminho.
Com amor,
Lucilla & Caio Fábio Quinto
Lucilla e Caio são autores dos romances psicografados O Pretoriano, da Mundo Maior Editora, e Sob o Poder da Águia, lançado em 2006 pela Lumen Editorial
O Alamar Regis de Carvalho me envia, hoje pela manhã, o aviso da exibição de uma preciosidade na Rede Visão da tv espírita: um vídeo do trabalho de atendimento do espírito do Dr. Fritz por intermédio do falecido médium Edson de Queiroz, nos idos de 1987, o que não perderei. Porque, a despeito do disse-me-disse levantado em torno do Dr. Edson naqueles tempos, não descri da credibilidade do seu trabalho. Eu mesma tive o privilégio de assistir a um desses atendimentos em massa do espírito Dr. Fritz na Sociedade Ramatis do Rio, há muitos anos. Inesquecível; porque, além de ter me dado fim praticamente total ao problema crônico de amigdalite de que sofria na época, ainda pude presenciar a cena impressionante da retirada de uma bala perdida das costas de uma moça presente naquele dia na casa. Não escorreu uma gota de sangue, não houve um ai! Não foi preciso um ponto sequer. D. Fritz simplesmente mandou que ela descansasse cinco minutos e fosse embora, e assim a moça fez. Descansou e saiu andando da Casa, feliz da vida, deixando a numerosa audiência estupefata.
O Alamar é um valoroso defensor e divulgador da causa espírita. Ex-diretor na Globo, sempre envia mensagens, notícias e vídeos úteis. Outro dia mesmo enviou, também, um texto mais do que oportuno, falando no estrago que o cinema fez, até determinada época, no conceito correto da fenomenologia espírita. Com efeito, basta recordar filmes da linha de O Exorcista para compreendermos as boas razões que as pessoas possuíam até bem pouco tempo atrás para temerem qualquer acontecimento de ordem sobrenatural, e, em conseqüência, o seu próprio potencial de perceptividade psíquica para além dos sentidos ordinários. De fato, até hoje vejo muita gente francamente sensitiva nalgum aspecto alegando detestar a manifestação involuntária de tais dons de que se fazem portadoras. Alguns vêem espíritos desencarnados, e não queriam ver. Outros relatam todo um repertório de acontecimentos paranormais no decorrer de suas vidas irritados, achando-se portadores de alguma maldição. Outros, ainda, temem, espavoridos, os mortos, esquecendo-se de que possibilidade maior existe nos dias de hoje de sermos molestados pela perversidade fora de controle dos vivos.
Recordo-me, particularmente, de duas ocorrências no âmbito do meu dia-a-dia que poderiam servir perfeitamente de exemplo de que desercarnados bem intencionados existem tanto quanto mal intencionados, simplesmente porque, ao nos transportarmos de uma para outra dimensão, prosseguimos sendo simplesmente o que fomos por aqui. Quem viveu de forma má, não se santificará de uma hora para outra só por ter subido para o "andar de cima" - ou "de baixo"; quem era portador de uma índole boa, só tenderá a se aperfeiçoar neste sentido. Sobretudo, os de nosso círculo familiar, se nos amavam e envidavam boas coisas por nós, ainda melhor o farão e nos estimarão na esfera invisível, para estes mais grata e mais vasta. Não faz, portanto, nenhum sentido que compareçam à nossa visão para "assombrar-nos", como frequentemente os filmes irresponsáveis a respeito desses assuntos costumam mencionar.
Certa vez, há muitos anos, me achava num barzinho com música ao vivo em Ipanema, no Rio de Janeiro, acompanhada de um namorado que na época tinha perdido o pai havia poucos meses. Ele e este pai eram católicos e completamente desligados desses temas, mas a mãe, como com grande surpresa vim a saber depois, era espírita, com um extenso histórico de fenômenos de feição mediúnica na sua família; ela frequentava ainda mais assiduamente, após a morte do marido, o centro São Francisco de Paula, na Tijuca.
Conversávamos sobre assuntos banais, e, diante de nós na mesa, havia duas latas de refrigerante: uma cheia, a dele, outra vazia, a minha, cujo conteúdo já havia ingerido. A certa altura, para o nosso susto, a lata vazia se pôs a andar, deslizando sobre a mesa. Deslizava, parava um pouco. Deslizou novamente, e afinal parou, dançando de um para outro lado, como se alguém brincasse com ela nas mãos. E, de modo que a mesa fosse pequena e absolutamente regular, não escorregadia, num recinto fechado e sem nenhuma chance de algum golpe de ar que a isso justificasse de alguma forma (o ambiente era climatizado), ocorreu-me na mesma hora, sem pensar, um pensamento que externei: - "O teu pai está querendo falar contigo!"... Disse-lhe com calma, e sem sobressalto. Mas a única reação do rapaz, lamentavelmente, e passados poucos segundos, foi arrancar, visivelmente apavorado, a lata de cima da mesa, amassá-la, resoluto, e comentar: - "Pronto! Acabou-se! Agora não anda mais!"...
Doutra feita, me foi dado saber do acontecido com uma tia afastada, que há tempos atrás fora visitada pelo pai falecido no ambiente de sua casa, fazendo-se portador de um aviso de relevância a que, na época, por temor e desconhecimento, nem compreendeu nem quis fazer por onde entender. O pai surgiu-lhe na penumbra noturna da casa, asseverando: - "Filha; deixa este homem; sai desta casa, não espera mais!"..., referindo-se ao companheiro com quem vivia havia pouco tempo. Ela, por sua vez, presa de indizível medo supersticioso, preferiu, com o passar do tempo, ignorar aquele recado e atribuí-lo a coisas de sua imaginação, a delírios, ou a qualquer explicação distanciada de alguma influência voluntária a seu favor por parte do pai falecido.
Os anos se passaram. Ela sofreu incalculavelmente naquela união com um homem que, após praticar na vida em comum todo tipo de perversidade, finalmente a abandonou, esmagada pelo sofrimento.
É com base nestes exemplos que já é mais do que tempo de nos conscientizarmos e nos desfazermos dos tabus construídos pela mídia de má qualidade no tocante a esses temas. É importante observarmos estas ocorrências que nos ensinam que nem toda presença desencarnada é indicativo de assombração perniciosa, assim como o fato de nos acharmos encarnados não nos exime de coisa talvez pior, vinda dos próprios encarnados, do que qualquer visita do outro lado da vida poderia nos desfechar.
Já é tempo de entendermos de uma vez por todas que há sumo exagero no que é exibido em filmes como O Exorcista e Poltergeist, dramatizados com exacerbação com vistas a apelo de bilheteria. E que no equilíbrio supremo que rege a Vida no Universo chega a ser caricata a maneira como é encarada, ainda hoje, neste mundo, a facêta da existência que em verdade é a predominante na nossa trajetória espiritual, perante a qual as nossas estadias no ponto minúsculo que é a face material do planeta Terra não passam de sonho fugaz no contexto da continuidade infinda do caminho.
Com amor,
Lucilla & Caio Fábio Quinto
Lucilla e Caio são autores dos romances psicografados O Pretoriano, da Mundo Maior Editora, e Sob o Poder da Águia, lançado em 2006 pela Lumen Editorial