“Para eu fazer” - uma questão problemática
Um equívoco muito comum, cometido inclusive por universitários, profissionais e, lamentavelmente, até por professores, é a incidência do “pra mim fazer”... esse tema me veio devido a uma brincadeira que vi na internet, que diz “Feliz Dia do Índio pra você que fala 'pra mim fazer'”. Brincadeira à parte, o problema é sério. E, antes de qualquer julgamento, não estou aqui discriminando raça nenhuma. Um “viva” ao índio pelo seu dia (especialmente para os Tapebas, meus vizinhos).
Não quero acusações de preconceito linguístico, mas o falante tem que saber usar a variante adequada para cada ocasião. O “eu”, pronome pessoal do caso reto, ao contrário do “mim”, funciona como sujeito da oração, devemos sempre empregá-lo antes do verbo no infinitivo. O “mim”, pronome oblíquo, não pode ocupar posição de sujeito. Exemplos bem simples: Sugira um prato para eu comer (Pergunte: quem vai comer o prato? Eu!)/Sugira um prato para mim (Pergunte: a quem será sugerido o prato? A mim!).
Falamos e escrevemos de forma distraída. Pouco nos preocupamos com as normas, na verdade elas nos assustam. A nossa Língua é muito complexa, cheia de regras (e exceções). E há quem diga que o importante é se fazer entender. Bom, cada um sabe o que é melhor para si, mas eu continuo preocupada em querer aprender. Tenho meios diversos de pesquisa e consulta, e não me custa, ao escrever ou mesmo oralizar, procurar fazê-lo da melhor forma: a correta.
Ninguém é obrigado a saber tudo, aliás, isso é impossível, mas ter cuidado ao falar ou escrever, fazendo consultas (dicionários, internet, gramáticas) é imprescindível. O que me entristece é ver que muitas pessoas simplesmente não se incomodam. Parece esquecerem que seremos cobrados, pois os vestibulares, concursos e seleções, primam pela norma padrão.
Finalizando, para melhor adequação à nossa língua aposto na leitura, um caminho com destino certo. O contato com textos, além de nos proporcionar prazer, enriquece nosso vocabulário e nos faz enxergar o mundo com outros olhos, numa dimensão que se estende indiscutivelmente.
Quanto ao falar certo ou errado, é outra questão. Esse julgamento não ouso fazer.